Diversão na capital de Alagoas

Ao viajar para Maceió, antes de se aventurar pelo litoral alagoano, reserve um dia para conferir o que Maceió tem de melhor, o que não falta é diversão na capital de Alagoas. O primeiro passo é consultar a tábua das marés para definir a ordem dos passeios, pois qualquer viagem à capital alagoana fica incompleta sem o trajeto de jangada que leva às piscinas naturais da Pajuçara – uma das praias mais bonitas da orla urbana, com mar calmo e excelente infraestrutura de quiosques e restaurantes.

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De forma geral, os períodos de lua cheia ou nova são ideais, pois nessas fases o mar seca bastante e a primeira das duas marés baixas do dia ocorre bem no meio da manhã. Basta chegar antes do horário de ponto mínimo indicado na tábua das marés para relaxar nas águas transparentes sem se preocupar com ondas, profundidade ou correnteza, e ainda ser recepcionado por cardumes de sargentinhos – peixe listrado de amarelo e cinza. Como cachorrinhos a festejar a chegada do dono, eles dão as boas-vindas aos turistas e até comem nas mãos de quem oferecer um bocado de ração.

Os passeios duram, em média, duas horas, contando o tempo de travessia (30 minutos para ida e volta) e permanência no mar. E se pintar aquela sede em meio ao calor do Nordeste, não se preocupe: no local é possível encontrar petiscos e bebida à venda em jangadas bar ecologicamente corretas. Dá para tomar um drinque no abacaxi e até pedir um camarão no espeto. Máscaras de mergulho e comida para os peixes também são colocadas à disposição dos passageiros.

De volta à praia, aproveite o resto da manhã para conferir as peças de artesanato, roupas e a típica renda filé – que dá origem a caminhos de mesa, saídas de banho e até vestidos – na feirinha de artesanato que fica logo ali, na própria Pajuçara.

Depois, compre uma água de coco ou uma tapioca nas tendas do lado de fora e caminhe pelo calçadão à beira-mar até a vizinha Ponta Verde, outra praia digna de cartão-postal, com águas claras e tão calmas que chegam a contrastar com o agito e a sofisticação da barraca Lopana. Inaugurada em 2004, ela logo se tornou point com seus ambientes climatizados e privativos, cardápio gourmet, clubes de uísque e vodca, serviço informatizado, passeios de catamarã, happy hours embalado pelo som de DJs e shows durante o verão. O Camarão de Parma (filé do crustáceo empanado no queijo parmesão) e a minibrusqueta de beiju com camarão são os petiscos mais pedidos na casa, ao lado de clássicos como o Peixe à Bananeira (filé de pescada com purê de banana-da-terra, arroz e molho de camarão).

Logo ao lado, ainda na Praia de Ponta Verde, o Kanoa Beach Bar completa o burburinho com área climatizada para festas, DJs e bandas que vão de MPB a forró. No menu, destaque para a carne de sol desfiada com molho de queijo coalho no pão italiano. Para acompanhar, mojito de morango (com rum branco, hortelã e soda) ou o coquetel Ice Cream, que leva sorvete de creme na mistura. Dá vontade de passar o resto da tarde ali, só para conferir as baladas ao pôr do sol. Mas se você prefere mergulhar na cultura alagoana a simplesmente brindar a boa-vida à beira-mar, dedique o resto da tarde para conhecer a Casa do Patrimônio e a Galeria Karandash.

A primeira, mantida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no bairro histórico do Jaraguá, tem um excelente acervo de arte popular em barro, madeira e cabaça. Também é no Jaraguá que está a Associação Comercial de Maceió, o Arquivo Público do estado e o Misa (Museu da Imagem e do Som de Alagoas). Já na Karandash é possível adquirir peças de artistas alagoanos garimpadas a dedo pelos proprietários durante suas incursões pelo sertão. E à noite, vá para o complexo Stella Maris, em Jatiúca, que concentra os melhores barzinhos, restaurantes e baladas da capital alagoana. 

Noite em Maceió

Além das barracas de praia, a noite de Maceió conta com programações culturais, barzinhos descolados e casas noturnas da moda. É o caso da casa Maikai: dividida em choperia e show-bar, tem música ao vivo, aulas de forró e apresentações teatrais. Fica no bairro de Jatiúca, que concentra boa parte do burburinho de Maceió, como o bar Alagoana, de som eclético e ambiente agradável, e os excelentes restaurantes Bodega do Sertão, Wanchako, Maria Antonieta e Divina Gula.

Praias do Gunga e do Francês

As praias do Gunga e do Francês merecem um dia inteiro também. Acorde bem cedo para aproveitar ao máximo este dia, que será tão longo quanto farto em fotos. Primeiro destino: Praia do Gunga, uma das mais belas de todo o litoral alagoano, com águas verdinhas e mornas, areia branca e a sombra dos 250 mil coqueiros de uma propriedade particular.

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Uma das características que tornam o lugar tão especial é o encontro das águas do Oceano Atlântico com as do Rio São Miguel, que favorecem banhos de água doce ou salgada, com ou sem marola, além do visual irretocável. Tudo isso a apenas 35 quilômetros de Maceió, no município de Roteiro.

O primeiro passo para chegar lá é seguir de ônibus ou de carro pela AL-101, sentido sul, até Barra de São Miguel. Há coletivos circulares que param nas orlas de Ponta Verde e Pajuçara, na capital, com destino à cidade. A partir desse ponto, placas indicam a Praia do Niquim, de onde saem as escunas e lanchas que levam até a encantadora Praia do Gunga.

No trajeto, os barqueiros param em um imenso recife de corais e na prainha, para que nada da paisagem passe despercebido. Quem não gosta de barcos também pode seguir mais 15 quilômetros pela rodovia para acessar uma estrada que leva diretamente à praia, mas as condições da via não são das melhores.

Cumprido esse percurso, é hora de curtir o cenário deslumbrante. Os mais dispostos podem contratar um bugue ou quadriciclo para conhecer as coloridas falésias da região, andar de caiaque ou ir de lancha até o Aquário Natural, que fica entre a Laguna do Roteiro e o mar. Já quem prefere o ócio pode desfrutar o dolce far niente ao som de MPB, tomando uma água de coco (coqueiros, definitivamente, não faltam por lá) e petiscando em alguma das mesinhas instaladas na beira da praia.

Dá vontade de passar o dia inteiro ali, só experimentando a “dura” situação de ter que decidir entre o mar e o rio, uma cerveja ou uma água de coco, o sol ou a sombra de um coqueiro… Mas vale fazer o esforço de sair de lá no meio da tarde para, antes de retornar à capital, dar ao menos uma espiadinha em Barra de São Miguel (há passeios de um dia só para lá) e na Praia do Francês, cuja orla tem boa infraestrutura de quiosques, locais para comer e guarda-sóis na areia.