Maragogi e Costa dos Corais

Depois de se esbaldar no extremo sul de Alagoas com suas praias mais conhecidas, reserve o dia para desvendar os encantos da outra ponta do estado, ao norte, e descobrir os atributos que levam Maragogi a ostentar o título de segundo destino alagoano mais visitado por turistas, atrás apenas de Maceió, é lá que você poderá conhecer toda a beleza da costa dos corais.

É bem verdade que o bate e volta cansa – só para chegar lá, gasta-se cerca de duas horas sacolejando dentro de um carro ou ônibus por uma estrada que proporciona poucas oportunidades de avistar o mar. Mas, uma vez lá, caso a maré esteja favorável (consulte a tábua e a previsão do tempo antes de cair na lábia do guia de alguma agência), você poderá mergulhar em algumas das piscinas naturais mais exuberantes do Brasil. As chamadas galés formam-se a 6 km da costa, como um santuário de peixinhos coloridos.

O melhor de tudo é que Maragogi vai além do passeio de catamarã e há muito que fazer na região, faça chuva ou sol. A começar pelos roteiros de buggy que percorrem todo o litoral, seja rumo ao norte, até a pacata praia de Peroba, seja ao sul, até as belas praias da vizinha Japaratinga.

AdobrStock, mdosoliveira

Em direção a Pernambuco ficam as fotogênicas praias de Burgalhau, Barra Grande, Xaréu, Ponta do Mangue e Peroba, que guardam os ares rústicos das vilas de pescadores, com casinhas simples e jangadas coloridas. Já em Peroba, o maior atrativo são os recifes, que ficam a 500 metros da areia.

Japaratinga, por sua vez, é um sossego só. Por muito tempo, permaneceu protegida da exploração turística desenfreada graças a um desvio da estrada logo após Barra de Santo Antônio. Buggys partem de Maragogi rumo à região, com direito a parada para fotos no mirante, visita ao povoado de São Bento para compra dos indispensáveis bolinhos de goma e banho ao pôr do sol na quase deserta Praia do Salgado. O visual é belíssimo e convida para um mergulho.

Atraçōes além das praias 

Se você pertence à escassa lista de mortais que não curtem praia, no entanto, saiba que a Costa dos Corais também respira história, cultura, luxo e muita aventura. Dá para fazer passeios de caiaque entre os manguezais do Rio Maragogi, sobrevoar a região de ultraleve, tomar banho de cachoeira ou perder-se no tempo em meio às ruínas do mosteiro de São Bento.

AdbrStock, Pulsar Imagens

Um bom passeio para iniciar o dia em Maragogi, por exemplo, é a Trilha do Visgueiro. Nele, você conhece uma autêntica casa de taipa, toma banho em pequenas cachoeiras de água cristalina, come frutas tropicais e caminha durante duas horas em meio à Mata Atlântica, ouvindo o canto dos pássaros e vendo esculturas de cipó até chegar à maior atração: o Gran Visgueiro, uma imponente árvore com mais de 500 anos e 22 metros de altura.

À tarde, visite a histórica Fazenda Marrecas que abriga um casarão do século 19, uma antiga senzala e a capela de São Gonçalo, perfeita para cerimônias de casamento. Lá, você prova cachaças do alambique, anda a cavalo, passeia de pedalinho e pode até pescar tilápias no lago, como se fosse um amigo convidado da família. 

Bolinho de goma e o Sete-folhas de Maragogi 

É no povoado simples de São Bento que se produz a maior especialidade de Maragogi: o bolinho de goma, espécie de sequilho cuja origem remonta à época da invasão holandesa na região. Famílias inteiras costumam se dedicar à produção da iguaria – geralmente recortada em forma de concha –, mas nenhuma é tão tradicional na feitura do biscoito quanto a de Marlene, que faz a especialidade há 30 anos e não esconde a receita: “A gente rala o coco, põe na prensa, coloca em uma bacia com açúcar, sal, margarina, gema de ovo e a goma da tapioca (polvilho doce)”. Basta entrar em sua casa para ser cativado pelo aroma dos sequilhos recém-saídos do forno, um mais gostoso que o outro.

Outro símbolo da região são as bolachas sete-folhas, que saem das fábricas artesanais de Maragogi. Há opções doces e salgadas do folhado, que costuma ser servido nos cafés da manhã dos hotéis e pousadas da Costa dos Corais.

Atividades de aventura

Maceió é um terreno fértil para os aficionados por adrenalina. As opções vão desde saltos de paraquedas a 3 mil metros de altura até mergulhos em naufrágios a mais de 30 metros de profundidade.  Com tantas lagoas e praias de águas cristalinas e mornas, esportes aquáticos como windsurfe, kitesurfe, canoagem, stand up paddle e o novo flyboard estão sempre em alta. Nenhuma atividade aquática faz tanto sucesso, porém, quanto o mergulho, que pode ser livre (com snorkel) ou autônomo (com cilindro de ar comprimido).

AdobrStock, Gabriel

A melhor época vai de novembro a abril. E engana-se quem pensa que a prática com cilindro só pode ser feita em Maragogi. Maceió tem mais de 100 pontos de mergulho para credenciados. Várias empresas na região oferecem desde batismos e treinamento de iniciantes na Piscina do Amor, a 2 quilômetros da costa da Pajuçara, até mergulhos em mares profundos, como os dos naufrágios Draguinha e Dragão, onde é possível nadar ao lado de tartarugas gigantes, arraias, moreias e cardumes de peixes grandes, como a barracuda e o beijupirá.