A sombra, o céu e o mar de Salvador – Voupranos

A sombra, o céu e o mar de Salvador

Adobe Stock: Pelourinho, Salvador – Zoroastofelix

João Gilberto, Dorival Caymmi, Jorge Amado, Gilberto Gil, Vinicius de Moraes… Não são poucos os compositores e escritores que exaltaram em verso e prosa as atrações de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, ou simplesmente Salvador, a capital da Bahia. Maior ainda é o número de fatores que levaram esses e outros grandes nomes da cultura brasileira a mostrar ao resto do mundo porque o povo soteropolitano é tão querido.

Com belas praias, muita história, ótima culinária, sincretismo religioso e uma cultura única que mescla costumes tradicionais com visão vanguardista, Salvador une em um só local as melhores características das principais cidades do país.

De quebra, parece viver em constante clima de alegria. Se não é exatamente a cara do Brasil, ao menos é como os estrangeiros imaginam ser os brasileiros. Não é à toa que dizem: baiano não nasce, estreia! Em meio a tudo isso, Salvador gaba-se do fato de ser a primeira cidade e capital do país. Por isso, concentra diversas atrações ligadas ao seu passado glorioso.

Adobe Stock: Farol da Barra, Salvador – Nessa Gnatoush

Pelourinho

O bairro mais famoso da cidade, o Pelourinho, reúne 800 casarões coloniais restaurados e meia dúzia de igrejas grandiosas. Ali também está a ladeira mais famosa do Brasil, batizada de Largo do Pelourinho. Ao ver essa calçada em pedra, provavelmente irá se lembrar de alguma cena de novela ou minissérie baseada nos livros de Jorge Amado, como Dona Flor e Seus Dois Maridos.

A região conta com uma extensa agenda de eventos. Não deixe de assistir a uma missa negra na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, e de ir ao Ensaio do Olodum, eventos que sempre acontecem às terças (informe-se sobre os shows, pois não é toda semana que eles acontecem), o que faz desse dia o melhor para conhecer o Pelourinho.

A primeira é um marco do sincretismo religioso baiano: uma missa católica com traços de candomblé. As canções durante o culto são embaladas pelo som de atabaques e o ponto alto da missa é a oferenda dos pães que os fiéis levam dançando até as mãos do padre.

Adobe Stock: Pelourinho, Salvador – Snaptitude

Terreiro de Jesus

Depois de comer e se divertir bastante no Pelourinho ladeira acima, todos os caminhos o levarão ao Terreiro de Jesus, uma grande praça na parte alta do bairro. Perto dela está um dos monumentos mais belos da capital baiana, a Igreja do Convento de São Francisco, a mais rica do Brasil. O templo, fundado em 1587, é inteirinho forrado com entalhes barrocos folheados a ouro.

Não dá para calcular a quantidade exata, mas especula-se que haja cerca de meia tonelada de ouro entre o altar-mor e os quatro altares laterais. Na sequência do Terreiro de Jesus, o visitante encontra a Praça da Sé, de onde saem linhas de ônibus para boa parte da cidade. Um pouco mais adiante, a Praça Municipal, palco da sede da prefeitura, do antigo Palácio do Governo da Bahia e do Paço da Câmara Municipal, que nasceu junto à cidade, em 1549, e passou por diversas reformas, até a restituição de sua fachada colonial.

Na mesma praça, chega-se a outro cartão-postal famoso de Salvador: o Elevador Lacerda, que transporta passageiros entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa de Salvador. Dali, tem-se uma linda vista do Mercado Modelo e da Baía de Todos os Santos.

Adobe Stock: Elevador Lacerda, Salvador – Marcio

Adobe Stock: Pelourinho, Salvador – Anna ART

Praias de Salvador

Tão reluzentes quanto as igrejas do Pelourinho são algumas das praias soteropolitanas. As melhores faixas de areia ficam na Zona Norte, a partir de Itapuã (lembra-se do refrão da música de Vinicius de Moraes e Toquinho: “É bom!… Passar uma tarde em Itapuã”?).

É nessa região que despontam Aleluia e Stella Maris, onde os coqueiros se destacam no cenário de areia, banhada por águas cristalinas. Ambas as praias são ideais para quem gosta de passar a tarde tomando cervejinha ou suco natural sem compromisso (e por acaso existe alguém que não goste?). No Porto da Barra, a praia urbana mais famosa da cidade, o pique é outro.

Com uma faixa de areia estreita em forma de meia-lua, o lugar é cercado por uma muretinha branca e guardado por fortes, como o de Santa Maria, o de São Diogo e o de Santo Antônio da Barra, o popular Farol da Barra. Motivo: para adentrar na Baía de Todos os Santos, era quase obrigatório que os navios passassem por ali.

Adobe Stock: Farol de Itapuã, Salvador – Felipe Lima

Ótimos temperos

Como todo bom destino de férias, Salvador também oferece excelentes opções gastronômicas para os visitantes. Puxadas na pimenta e no azeite de dendê, as moquecas são a expressão máxima da culinária baiana. Se trocar peixe por camarão e engrossar o caldo com aipim, o prato típico vira bobó e continua ótimo. O cardápio é vasto e os nomes são bem sonoros: caruru, vatapá, sarapatel…

Isso sem falar no famoso acarajé, cujo melhor lugar para comer são as barracas e barzinhos do Rio Vermelho. No fim da tarde, a região já começa a ferver, sobretudo na altura da Praça de Santana e do Largo da Mariquita. Ali também dá para provar bons peixes e até feijoada, sempre acompanhados de sucos de frutas ou uma cervejinha gelada. Só não exagere na dose, pois Salvador tem ainda muitos outros atrativos.

Adobe Stock: Acarajé, Salvador – JoseAugusto

Adobe Stock: Moqueca, Salvador – Felipe Mota

Dique do Tororó

A lista inclui o Dique do Tororó, formado por um lago artificial adornado por belas esculturas de orixás que ficam sobre as águas, a Lagoa do Abaeté, lindo refúgio natural, o Solar do Unhão, onde se concentram imponentes casarões do século 16 com vista para a Baía de Todos os Santos, o Forte de Monte Serrat, a Pontal do Humaitá e a famosa Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, onde ninguém resiste a comprar uma fitinha colorida e voltar abençoado para casa.

Adobe Stock: Dique do Tororó, Salvador – Diegograndi

Publicado em: 04/05/2023
Atualizada em: 05/05/2023
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