As melhores vinícolas de Mendoza – Voupranos

As melhores vinícolas de Mendoza

A tradição das vinícolas de Mendoza começou há cerca de três séculos, quando o governador da província, Domingo Faustino Sarmiento, trouxe agrônomos franceses para produzir uvas viníferas na região.

Vinhedo em Mendoza

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Mas foi na década de 1990 que as bodegas mendocinas deram um salto de qualidade. Investiram na padronização do cultivo dos parreirais, modernizaram equipamentos e contrataram enólogos profissionais para produzir vinhos finos de alta qualidade, atualmente reconhecida no exterior, especialmente em relação aos tintos.

Uma espécie específica de Vitis vinifera, entre centenas que existem no mundo, sentiu-se especialmente em casa em Mendoza: a malbec, uva que é hoje uma marca registrada entre os melhores vinhos argentinos – que também se destacam pelas uvas merlot, sirah e sauvignon blanc.

Catena Zapata

A vinícola Catena Zapata (J. Co­bos, s/n, Luján de Cuyo) pode dar uma boa mostra dessa evolução. Foi uma das pioneiras a produzir vinhos finos em Mendoza.

Nos cinco vinhedos da propriedade são feitos estudos de microclima, nos quais as uvas são cultivadas em diferentes alturas e temperaturas, o que geram características diferentes mesmo em espécies iguais.

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A casa-sede da vinícola tem forma de pirâmide erguida no meio do parreiral, com paredes internas com pedras encaixadas tal como um templo maia.

A degustação acontece numa mesa compridíssima, localizada numa sala com paredes de vidro através da qual são vistos os barris de carvalho da bela cave em forma de meia-lua.

Belasco de Baquedano

A Belasco de Baquedano (J. Cobos, s/n, Luján de Cuyo), na mesma rua da Catena Zapata, é uma vinícola pequena, mas muito charmosa, especialista em vinhos malbec.

Apenas mulheres trabalham na seleção manual das uvas, colhidas em 70 hectares de parreirais cultivados desde 1910, que vão ser usadas para produzir cinco tintos, todos presentes na degustação ao final do tour.

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O grande barato da visitação é a sala de aromas, com 46 totens de acrílico para sentir os cheiros que podem ser encontrados nos vinhos. Os guias convidam os turistas a tentar adivinhar os aromas, alguns até bem estranhos, como alho ou pena de pássaro.

Familia Zuccardi

Em Maipú, a Familia Zuccardi (Ruta Provincial 33, km 7,5) é uma das mais conhecidas. Ficou famosa pelas inovações. Foi a primeira a abandonar os agrotóxicos e a desenvolver vinho orgânico. Também foi pioneira ao trabalhar com uvas tempranillo.

Enólogos da vinícola fazem experimentos com uvas não tradicionais na Argentina, vindas de Portugal, França e Itália, em tanques de fermentação pequeninos, só para observar quais poderiam adaptar-se melhor ao clima e geografia locais.

A degustação rola numa sala com exposição de artistas da região, e o restaurante tem as mesas da área externa posicionadas estrategicamente num sombreado agradável a poucos passos do parreiral.

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La Rural

A mais visitada de todas as vinícolas de Mendoza talvez seja a La Rural (Montecaseros, 2.625, Maipú). Recebe cerca de 60 mil turistas ao ano, muitos deles europeus que circulam em bicicletas alugadas pelas ruas planas de Maipú, pulando de bodega em bodega.

A grande atração ali é o museu do vinho, com ferramentas e maquinários que datam do século 19.

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Os ambientes da vinícola são rústicos, com os antigos tonéis de madeira de fermentação preservados, mas apenas para decoração já que a produção atual descansa em tanques de aço inoxidável.

Ruca Malén

Na Ruca Malén (Ruta Nacional n. 7, km 1.059, Luján de Cuyo), os visitantes podem participar de um divertido jogo, no qual cada participante tem três vinhos distintos para elaborar um corte (mistura) com eles.

Cada um propõe um corte diferente com os vinhos, que serão degustados às cegas com uma votação ao final para eleger o melhor.

Destaque para o restaurante dessa vinícola, de ambiente requintado, com grandes janelas e varanda com vista para o parreiral e as montanhas da cordilheira.

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O menu do almoço é fixo, com cinco pratos acompanhados de uma taça de vinho cada. Um sommelier está sempre por perto para explicar, para quem quiser saber, o que é a tal harmonização. Ao final, todos descobrem que, no fundo, a regra principal é o gosto pessoal.

Salentein

No Valle do Uco, a duas horas de carro de Mendoza, há vinícolas estupendas, que impressionam pela beleza das construções. É o caso da Salentein (Ruta 89, s/n, Tunuyán), que mais parece um museu de arte moderna. Tanto que a entrada da vinícola é decorada com esculturas em pedra e bronze.

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A obra de arte principal seriam os barris de carvalho expostos numa belíssima cave circular com colunas, iluminada pela luz natural que entra por uma claraboia.

Vindima

Entre fevereiro e abril, acontece a colheita da uva, um momento de felicidade para os produtores que ao longo do ano voltaram todos os cuidados para a saúde das videiras, pois sabem que delas depende a qualidade do vinho.

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É a hora, então, de ligar as máquinas que passaram a maior parte do ano inoperantes e encher os tanques de fermentação. Mendoza comemora o momento em festa, a Vindima, com celebrações dignas de uma Oktoberfest: desfiles nas ruas, feiras de comidas típicas e shows no Parque General San Martín.

Uma lição que os sommeliers de Mendoza fazem questão de repassar é que ninguém precisa ser especialista para mergulhar no universo do vinho, basta apreciá-lo. Sentir aromas com o nariz na taça, tentar identificá-los e também os retrogostos fazem parte da diversão.

Publicado em: 21/10/2022
Atualizada em: 26/10/2022
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