Dicas de onde fazer enoturismo em Lisboa – Voupranos

Dicas de onde fazer enoturismo em Lisboa

Uma das atrações de Lisboa que poucos viajantes se dão conta é a possibilidade de embarcar em uma jornada imersiva pelo mundo dos vinhos nas renomadas vinícolas portuguesas. A capital portuguesa também é o destino perfeito para o enoturismo, oferecendo experiências únicas e surpreendentes. Nos últimos anos, a região tem testemunhado um avanço considerável na viticultura, resultando em uvas de melhor qualidade, produções econômicas e sustentáveis, e vinhos singulares e excepcionais. Ao combinar castas tradicionais locais, como Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional em seus tintos, e Arinto, Encruzado e Alvarinho em seus brancos, com variedades internacionais, como Chardonnay e Cabernet Sauvignon, os produtores têm criado vinhos que impressionam até os paladares mais exigentes, superando destinos tradicionais nesse segmento.

Quinta de Santana Mafra – Divulgação

Com diversas denominações de origem e características distintas, a região lisboeta abriga verdadeiros tesouros, como o famoso Moscatel de Setúbal e os brancos de Bucelas, já apreciados pela nobreza inglesa, bem como os vinhos de Colares e Carcavelos, ambos históricos e fascinantes.

Na Península de Setúbal, os visitantes poderão se encantar com o Moscatel de Setúbal, envelhecido em barricas de carvalho, imbuído do aroma das flores de laranjeira. Uma sobremesa encorpada, aveludada e intensa, que se torna obrigatória em qualquer degustação. Além disso, a região também produz o Moscatel tinto, um vinho mais refinado, de aroma complexo com notas de frutos secos.

Quinta de Santana Mafra – Divulgação

Em Palmela, com suas vinhas premiadas internacionalmente e adegas inovadoras, está uma das maiores e mais antigas regiões vinícolas de Portugal. Suas vinhas já eram reconhecidos no século XII. As castas tradicionais como Castelão tinto e Fernão Pires e Moscatel branco têm acumulado uma série de prêmios internacionais, resultado dos investimentos e renovação das grandes adegas locais.

Em Colares, uma freguesia do município de Sintra, os vinhos são produzidos essencialmente a partir das castas Ramisco e Malvasia, em terrenos de areia. Enfrentando os fortes ventos do Atlântico e o sal trazido por eles, esses vinhos brancos e tintos possuem uma singularidade e diferenciação incomparáveis. Com uma área de produção reduzida devido às frequentes intempéries, são verdadeiras raridades para quem procura algo especial e está disposto a esperar. Os brancos têm um toque salgado, enquanto os tintos são cheios de taninos, envelhecendo cada vez melhor com o tempo. A visita à Adega Regional de Colares é uma experiência formidável para conhecer mais sobre esse fenômeno vinícola.

Adega da Cooperativa de Palmeia – Divulgação

Carcavelos, no município de Cascais, também produz vinhos raros e preciosos, fortificados e ideais para serem apreciados após uma refeição especial. Elaborado com as uvas Trincadeira, Galego-Dourado, Espadeiro e Negra Mole, sua tradição remete aos tempos em que era produzido pelo Marquês de Pombal. Seu aroma se intensifica com o envelhecimento. Devido ao tempo de maturação em barris e garrafas para adquirir suas características únicas, a produção está suspensa há alguns anos. No entanto, é possível conhecer mais sobre esse vinho na Confraria em Oeiras, onde ainda é comercializado.

Em Bucelas, distrito do município de Loures, é possível encontrar um dos vinhos portugueses mais antigos e conhecidos internacionalmente através da casta Arinto. O vinho branco tem um aroma único, próximo dos Riesling alemães. Perfeito para beber fresco numa tarde quente. Grandes nomes da literatura nacional e internacional, como Eça de Queirós, William Shakespeare, Charles Dickens e Lord Byron, referiam-se a ele com entusiasmo. Acredita-se que suas vinhas existam desde a ocupação romana, há 2200 anos e, com toda essa experiência em cultura de vinhos, oferece um sabor único que, contestado ou não, deve ser provado bem fresco, de preferência depois de uma visita ao Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas.

 

Publicado em: 16/12/2023
Atualizada em: 16/12/2023
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