Tiradentes em MG ganha novo espaço cultural
MARTIR é o nome do mais novo espaço de arte e cultura da cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais. O nome é uma abreviação, significa Mostra de Arte de Tiradentes, e, ao mesmo tempo, também faz referência à Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, que viveu na cidade. O espaço dedicado à arte contemporânea mineira faz parte do Instituto Tragaluz e guarda mais de 100 obras de artistas mineiros desde 1970 aos dias atuais.
A galeria está instalada em um casarão de arquitetura colonial portuguesa no quarteirão mais charmoso da tradicional Rua Direita, no centro histórico da cidade. Entre as obras do acervo, há telas de diversos artistas contemporâneos que foram doadas por Tadeu Bandeira, colecionador de arte e diretor do Instituto Tragaluz.
Primeira obra veio de Ouro Preto
Bandeira começou a se interessar por obras de arte a partir dos 17 anos, quando passou a frequentar o Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, onde trabalhou como voluntário. Em 1972 comprou a primeira obra, do artista Nello Nuno, diretamente de seu ateliê, em Ouro Preto. Pagou com dinheiro da mesada dos pais e várias prestações. A partir daí não parou mais e passou a colecionar, ao longo de décadas, obras em galerias e leilões de arte. “Sempre pensei em dar um destino às minhas obras, não acho justo manter tudo fechado em nossas casas. Visitando museus ao redor do mundo, percebi que os mais importantes têm seu acervo formado em grande parte por doações. É essencial dar oportunidade ao público de conhecer o que colecionamos ao longo dos anos. Quero então, deixar um legado para essa cidade tão linda, em uma das ruas mais charmosas do país”, comentou Tadeu Bandeira na cerimônia de inauguração.
Barroco e contemporâneo juntos
A ideia de exaltar a arte contemporânea em uma cidade cujo patrimônio cultural está ligado ao barroco do século 18 foi de mostrar que a arte e a cultura são repletas de tempos diferentes que se tornam mais ricos e instigantes quando dialogam entre si. “O passado está sempre cutucando o presente e o presente ajuda a reinventar o passado”, comentou Joel Padula, presidente do Conselho de Administração do Instituto Tragaluz.
No acervo do MARTIR há obras dos artistas Adriane Gallinari, Ângelo Marzano, Ana Horta, Arlindo Daibert, Cao Guimarães, Carlos Bracher, Cristiano Rennó, Daniel Bilac, Eduardo Resende, Fani Bracher, Fernando Cardoso, Fernando Lucchesi, Isaura Pena, Jorge Fonseca, João Castilho, José Alberto Nemer, José Bento, Léo Brizola, Luiz Flávio Silva, Marco Paulo Rolla, Marcos Coelho, Benjamin, Marilá Dardot, Mário Azevedo, Marta Neves, Mônica Sartori, Nello Nuno, Paulo Nazareth, Pedro David, Pedro Motta, Pedro Neves, Ricardo Homem, Roberto Bethônico, Rodrigo Mogiz.
O MARTIR fica na Rua Direita, 44, em Tiradentes. Funciona de quinta à sábado, das 10h às 17h. Às sextas e sábados o horário de funcionamento é expandido até às 22h.
Atualizada em: 27/01/2023