Sushi, castelo e muita historia marcam viagem a Osaka e Hiroshima – Voupranos

Sushi, castelo e muita historia marcam viagem a Osaka e Hiroshima

Adobe Stock: Osaka, Japão – Kuremo

A três horas de trem de Tóquio, Osaka é berço do sushi, uma das grandes atrações de quem viaja para o Japão. Foi lá que os japoneses descobriram que o arroz libera ácidos que conservam os peixes por mais tempo. Até que um cozinheiro, no século 18, descobriu que, ao enrolar uma alga, o combinado ficava ainda melhor. A iguaria, então, virou febre nacional, mais tarde conquistando o mundo.

Adobe Stock: Comida Japonesa, Osaka – Sahachat

Além de provar o sushi mais autêntico do mundo, vale conhecer o Castelo de Osaka, um dos mais belos do país, construído em 1598 e disposto em oito andares. Ele é cercado por muralhas, que também protegem uma área
verde de 1 km2, um oásis de tranquilidade e ar puro em meio ao mar de prédios de Osaka.

Outra atração é o Kayukan, aquário focado nas espécies do Pacífico.  O ponto alto são os caranguejos-aranha, que justificam de onde vem a ideia dos monstros que aparecem nos seriados japoneses.

Adobe Stock: Castelo de Osaka – Kalyakan

Adobe Stock: Aquário de Osaka Kaiyukan – Bruno Coelho

Sentôs

Em Osaka, como em todo o Japão, não faltam casas de banho, os sentôs, divididos nos setores masculino e feminino. É uma experiência única para o estrangeiro que, ao frequentá-las, deve seguir uma etiqueta. A primeira é deixar a vergonha de lado e ficar como Adão no paraíso, já que a única peça permitida é a toalha, menor do que a palma da mão, recebida antes de seguir às piscinas propriamente ditas.

Adobe Stock: Sentôs, banehiros compartilhados em Osaka – Paylessimages

O espaço nudista traz banquinhos baixos, que convidam a sentar e usar um chuveirinho de mão como ducha. Depois do ritual de esfrega aqui, enxagua ali, você mergulhará numa piscina com água entre 40 ºC e 50 ºC. Deixe-se cozinhar lentamente em banho-maria, e está pronta a receita para dormir relaxado.

Adobe Stock: Sentôs, Osaka – Paylessimages

Hiroshima

Separada de Osaka por duas horas de trem, Hiroshima assemelha-se a outras business cities japonesas, com prédios espelhados, fábricas de carros e executivos pelas ruas. A grande diferença está em seu passado: ela foi a primeira cidade do mundo a ser destruída por uma bomba nuclear, durante a Segunda Guerra.

Em 6 de agosto de 1945, às 8h15, um avião B-29 norte-americano se aproximou da cidade e jogou a bomba atômica, que explodiu a 600 metros de altura. A bola de fogo, seguida por um cogumelo gigante de fumaça, liquidou um terço dos 350 mil habitantes de Hiroshima no período. Muitos outros viriam a morrer depois por conta dos efeitos da radiação.

Adobe Stock: Hiroshima – Hit1912

Ao visitar a cidade, é impossível não rememorar essa catástrofe, até porque o turismo local gira em torno do episódio. O Parque Memorial da Paz, que, à época da guerra, foi o epicentro da explosão, guarda até hoje uma das estruturas remanescentes, a Cúpula Genbaku. O edifício foi a construção mais próxima ao ponto de explosão que resistiu ao impacto.

Os japoneses não demoliram o conjunto, e as ruínas se transformaram em Patrimônio Mundial da Unesco em 1996.
Para entender tudo o que ocorreu naqueles terríveis dias em Hiroshima, o Museu Memorial da Paz é uma visita e tanto. Fundado em 1955, ele traz, por exemplo, a emocionante história de Sadako Sasaki. A menina sobreviveu ao ataque atômico e morreu anos depois de leucemia.

Adobe Stock:Cúpula da Bomba Atômica, Memorial da Paz de Hiroshima, Japão – Frenta

Na tentativa de se curar, ela confeccionou 646 tsurus, um pássaro feito em origami (dobradura em papel), acreditando na lenda de que os deuses atendem os pedidos de quem faz mil tsurus. Faltou pouco para ela. Mas os amigos a enterraram com os 354 passarinhos de papel restantes. Fora do museu, um monumento em memória da meninaé rodeado de milhares de tsurus feitos por crianças do Japão e do mundo. São pedidos de paz.

Adobe Stock: Senbazuru – representavam orações pela paz e pelas vítimas, na ilha de Okunoshima – Kuutanx

Ilha dos templos

Dali, uma boa esticada é a ilha de Miyajima, a 13 km de Hiroshima e alcançada de barco. Na realidade, o nome do lugar é Itsukushima, mas a alcunha, que significa “ilha dos templos”, foi dada para fazer jus à série de construções religiosas espalhadas por lá, as quais atendem aos budistas e aos xintoístas, as duas principais vertentes religiosas do país.

Para ambientar-se, caminhe pela Rua Machiya, onde as casas têm fachada típica e fofos veadinhos passeiam livremente pelas ruas. Se bem que os bichos enxergam os turistas como fonte de “comida”. Bobeou, o folheto do hotel é arrancado da sua mão e vira aperitivo para eles. Além das centenas de Bambis, o cartão-postal de Miyajima é um torii, aquela estrutura de madeira em frente aos templos que simboliza a passagem do mundo material para o espiritual.

Adobe Stock: Veado e Torii de miyajima – Leungchopan

No caso da ilha, o monumento de 16 metros de altura, construído em 1875, fica no mar, próximo à praia.
A ilha também é um bom lugar para vivenciar a cultura oriental, oferecendo alguns ryokan, hospedaria tipicamente japonesa, onde a tradição manda que o hóspede tire o sapato ao entrar e durma num futon (espécie de colchão) sobre o tatame. Existe também a opção de calçar a geta, um chinelinho de madeira, vestir o yukata (quimono básico) e sair desfilando por aí.

Adobe Stock:santuário de itsukushima, Miyajima, Hiroshima – Andrea Aigner

Adobe Stock: Ilha Miyajima, Japão – Pics3

Publicado em: 05/09/2024
Atualizada em: 05/09/2024
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