Descubra Lausanne, um pedacinho da França na Suíça – Voupranos

Descubra Lausanne, um pedacinho da França na Suíça

Adobe Stock: Lausaunne, Suíça – larairimeeva

Lausanne, às margens do Lago Léman, no sudoeste do país, é uma cidade tão suíça quanto um crepe francês. Fica na região chamada de Riviera Suíça, onde os habitantes fazem biquinho para falar o nome das principais cidades, caso também de Vevey, Villeneuve, Montreux e Genebra (Genéve para eles), outras atrações nos arredores.

Todas combinam o requinte da cultura e da gastronomia francesa com algumas das paisagens mais belas do país. É a terra dos queijos e dos vinhos – excepcionais, mas pouco conhecidos internacionalmente, já que a produção suíça não é exportada –, dos castelos milenares (há quase cem deles) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Adobe Stock: Lausanne, Suíça – F11photo

Atrações de Lausanne

Lausanne é a mais charmosa dessas cidades, com astral informal e um constante clima de final de semana. As pessoas espalham-se pelos longos jardins ao redor do lago, cheio de veleiros ancorados, vão a bons restaurantes e ouvem jazz nos bares com mesinhas ao ar livre.

É considerada a capital dos esportes, com eventos importantes, como a Maratona de Lausanne. Além disso, abriga a sede do Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Museu Olímpico, a atração mais visitada da cidade. Ali estão expostas as tochas olímpicas e medalhas originais, artefatos gregos de cerâmica com imagens dos jogos da Antiguidade e equipamentos usados pelos atletas nas mais diversas modalidades.

A cidade foi assentada numa área de morros e vales, cuja elevação chega a 500 metros da parte baixa, onde está o lago e o Museu Olímpico. Nesse pedaço, fica o centro antigo, com ruas proibidas para carros e que compõem um simpático cenário para um passeio a pé.

Tudo começa na Praça de St. François e segue pela Rue de Bourg, point de lojas chiques. Aos sábados, a rua é tomada por barraquinhas de um mercado popular, que vendem temperos, artesanato e produtos locais, como queijos, vinhos e tortas.

Adobe Stock: Museu Olímpico, Lausanne, Suíça – Steve Cukrov

Adobe Stock: Museu Olímpico, Lausanne, Suíça – Bumble Dee

Adobe Stock: Rue de Bourg, Lausanne, Suíça – Lunamarina

Tradição medieval

Ao final da rua, o olhar logo é atraído para a Catedral de Lausanne, uma monumental igreja gótica do século 13, onde acontece a cena mais curiosa da cidade. Todas as noites, logo após o bater do sino das 22h, ouve-se uma voz misteriosa vinda do alto da torre da catedral: “C´est le guet! Il heure, sont il dix”. É p guet (vigia noturno), que grita as horas para os quatro cantos, rompendo o silêncio que segue às badaladas, e assim mantém viva a tradição de seis séculos.

O guet era uma figura medieval com a vital função de vigiar a cidade e dar o alarme em caso de algum incêndio. No século 19, com as casas construídas já em pedra, isso perdeu importância, mas como os vigias tinham que subir a torre para levantar o contrapeso do sino, seguiram anunciando as horas.

Hoje, o sino já conta com sistema automático e ao guet restou o papel de rádio relógio humano, bradando as horas no gogó para quem quiser (ou não) ouvir, entre 22h e 2h, toda santa noite.

Adobe Stock: Catedral de Lousanne, Suíça – Henryk Sadura

Adobe Stock: Catedral Notre Dame de Lausanne, Suíça – Elenarts

Cidade poliglota

Vale dizer ainda que, 300 anos após a tradição do guet ter sido iniciada em Lausanne, o movimento da Reforma calvinista chegou à região e a igreja tornou-se protestante. Mas essa condição pode mudar em breve por causa da quantidade de imigrantes vindos de países majoritariamente católicos, que tem crescido rapidamente na região.

Para os brasileiros que se enrolam tentando fazer biquinho ao se expressar na língua de Édith Piaf, consagrada atriz e cantora francesa,  vale saber que a “invasão” de lusitanos nos cantões francófonos é muito bem-vinda. Pelo menos 10% da população de Lausanne fala português, e você sempre encontrará um garçom, guia ou balconista à disposição para atendê-lo no idioma da Terrinha. O mesmo ocorre em Genebra, onde a maior colônia estrangeira é a de portugueses, com cerca de 50 mil habitantes.

Adobe Stock: Lago Léman, Lousanne, Suíça – M.studio

Adobe Stock: Lago Léman, Lausanne, Suíça – Smallredgirl

Cultura

A vida cultural de Lausanne é plural como as funções de um canivete Victorinox. Além de acervos que exploram desde a “arte bruta” de pacientes psiquiátricos até as fotografias do Musée de l’Elysée, a cidade é terra natal do jovem cantor pop Bastian Baker e abriga o mundialmente famoso Béjart Ballet.

O coreógrafo francês fez tanta fama na região que, mesmo depois de morto, os ingressos para as apresentações do seu grupo de dança, em junho e dezembro, se esgotam com seis meses de antecedência.

No verão, então, esse cadinho cultural entra em ebulição com o festival de jazz – embora não se compare ao da vizinha Montreux – e os mais de 120 eventos que se apoderam das ruas laterais do centro medieval durante o Festival de la Cité.

Adobe Stock: Mudac Photo Elysée, Lausanne, Suíça -Bogdan Lazar

Adobe Stock: Lausanne, Suíça – F11photo

Vida noturna

Jovem, verde e vibrante como toda cidade universitária deve ser, Lausanne ferve à noite com diversas casas noturnas, que fazem todo mundo chacoalhar o esqueleto em qualquer época do ano. A maior parte desse burburinho reverbera na área do Le Flon.

É lá que os mais boêmios acabam sempre debaixo da ponte, felizes e fagueiros. Tudo sem perder a finesse, claro! É que os barzinhos que mais esticam a noite são justamente os alocados ali, sob os 19 arcos da Grand-Pont, de 1844.

Adobe Stock: Grand Pont, Lausanne, Suíça – Bogdan Lazar

Adobe Stock: Lausanne, Suíça – Scanrail

Publicado em: 07/06/2023
Atualizada em: 07/06/2023
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