Soho é um dos bairros mais descolados de Nova York
Em Nova York, bairro do Soho, abreviação de South of Houston Street, ganhou fama de boêmio e artístico nos anos 1950, depois que os predinhos com fachada de ferro fundido, predominantes na área, foram reformados e ocupados por artistas, músicos, escritores e afins que precisavam de espaço para seus ateliês. Deu tão certo que, logo, a região virou referência e começou a ditar as tendências do setor.
Com a alta no mercado imobiliário no passar dos anos, os artistas procuraram locais mais acessíveis, como Chelsea, Tribeca e Brooklyn, abrindo caminho para os fashion designers invadirem o bairro. O resultado disso é que o Soho, hoje, dita a moda no mundo, e pouca gente se atreve a pôr os pés em Nova York sem dar uma passadinha por lá.
Afinal, onde mais você vai encontrar brechós – ou vintage shops, no palavreado mais requintado – lado a lado com restaurantes do porte de Cipriani e lojas como Chanel? O glamour do Soho pode ser descobertos num só dia, como você confere neste roteiro. Descubra as principais atrações desta região de Manhattan e divirta-se.
Atrações do Soho
Como ocorre em muitos lugares de Nova York, é a pé que se conhece melhor o Soho. O maior charme do bairro nova-iorquino é o emaranhado de ruas com predinhos geminados, onde funcionam lojas, cafés, galerias de arte, bares e restaurantes. A todo o momento, você tem a impressão de estar caminhando por uma vila europeia elegante.
Tente chegar à região antes das 9h, para acompanhar o dia a dia de quem mora no bairro. Mulheres super bem vestidas passeiam com seus cachorros, moradores vão e vêm com copos de café na mão, engravatados moderninhos tentam pegar táxis ou disputam motoristas via aplicativos, alguém passa carregando quadros numa bicicleta…
Cenas assim podem ser vistas enquanto você relaxa na cadeira de um café, como o Cupping Room (359 West Broadway). Com tijolinhos à vista, o ambiente do local conseguiu capturar a alma do Soho. A partir das 11h, quando o comércio é aberto, o bairro vira um inferninho de gente que carrega sacolas, namora vitrines e revira lojas e bancas de produtos, à semelhança da vizinha Chinatown.
É na West Broadway que se concentram as galerias de arte, enquanto na Greene Street estão os endereços que vendem móveis luxuosos. Por essas e outras vias locais, as lojas se sucedem. Os estilistas mais consagrados se instalaram no miolo do bairro, especificamente nas ruas Prince, Spring e Mercer.
Compras
É nessa vizinhança que estão as cobiçadas Louis Vuitton, Chanel, Marc Jacobs, Burberry e Tiffany & Co. Já a Prada escolheu um prédio de fachada verde escuro na Broadway (número 575) para abrir a sua principal loja em Manhattan. Mesmo que você não tiver dinheiro (ou melhor, tempo) para fazer umas comprinhas na Prada, precisa ir à loja. É que a construção, projetada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, virou atração turística.
Lá dentro, bolsas e sapatos de fazer qualquer um perder a cabeça ficam expostos como em um museu. Embora a marca tenha escolhido a Broadway, as lojas desta avenida são mais populares, como a sueca H&M e
a japonesa Uniqlo. Também dá para encher as sacolas nos brechós do bairro.
Entre os melhores estão o A Second Chance Designer Resale (155 Prince Street) e o Paris Stations (367 W Broadway), que vendem peças de segunda mão da Chanel, Louis Vuitton e Hermès. A marca brasileira de sapatos de plástico Melissa dá um show de bom gosto na loja-galeria da Broadway (número 500), e a espanhola Camper (110 Prince Street) segue a mesma linha clean e moderna.
Gastronomia
Para descansar das andanças nos paralelepípedos das ruas, não faltam opções de restaurantes com mesinhas na calçada, jardins escondidos e porões escurinhos. E como se está no badalado Soho, sobram casas renomadas. Uma delas é o restaurante italiano Cipriani (376 West Broadway), o melhor no estilo para ver e ser visto. O The Mercer Kitchen (99 Prince Street), com menu assinado pelo badalado chef Jean-Georges Vongerichten, também é uma opção bacana.
O endereço gastronômico mais tradicional do bairro, porém, é o Balthazar (80 Spring Street), bistrô que está sempre lotado. A sobremesa e o café – ou chocolate quente – devem ser na Dominique Ansel Bakery, padaria sofisticada que serve o disputado cronut, mistura de croissant com donut. Este é mais um lugar de Nova York onde, provavelmente, você terá que encarar filas.
Se sobrar tempo para curtir aquele Soho despojado e criativo dos velhos tempos, vá ao Antique Garage (41 Mercer Street), bar e restaurante montado numa garagem, com decoração romântica e rústica. Em algumas noites rola jazz ao vivo, algo raro nos dias de hoje, mesmo na Big Apple. É o lugar perfeito para fechar o roteiro por dois dos bairros mais originais da cidade.
Atualizada em: 31/10/2024