Siga os passos de James Bond em Londres – Voupranos

Siga os passos de James Bond em Londres

Adobe Stock: St James Park, Londres – Kristina Blokhin

Adobe Stock: St James Park, Londres – Rahul Godse

Bond, James Bond. Desde que foi pronunciado no cinema pela primeira vez, em 1962, no filme 007 Contra o Satânico Dr. No, esse nome rapidamente tornou-se marcante e conquistou milhões de fãs ao redor do mundo. E os caminhos que inspiraram o processo de criação do inconfundível personagem seguem latentes nas ruas de Londres, ao alcance de qualquer viajante.

Assim como as lojas, marcas e bebidas que apareceram nos filmes e ajudaram a compor o estilo desse irresistível agente a serviço de sua majestade (e de M, o/a chefe).É no bairro de St. James, a poucos metros do burburinho e do enxame de turistas de Piccadilly Circus, que o escritor Ian Fleming (1908-1964) deu vida ao elegante, sedutor e astuto funcionário do serviço secreto inglês, usando de sua experiência como agente do MI5 (Military Intelligence 5), irmão do MI6, instituição pela qual James Bond literalmente dá o sangue.

Coincidentemente, foi em St James que Fleming nasceu, cresceu e viveu. Espécie de alter ego de seu criador, Bond tem o style de quem anda por ali fazendo compras nas refinadas lojas de chapéus, sapatos, charutos, perfumes e camisas que se sucedem, principalmente, na Jermyn Street.

O universo perfeito para a formação do gosto refinado de um espião “duplo zero”, com licença para matar inimigos do mundo capitalista e proteger a rainha da Inglaterra numa época em que a Guerra Fria aterrorizava o mundo.

Adobe Stock: Piccadilly Circus, Londres -SakhanPhotography

Adobe Stock: Jermyn Street, Londres – William

Classe e estilo

Ao longo desses 50 anos de saga bondiana, algumas marcas que aparecem nos filmes são bem reais, como o perfume Nº 89 da Floris. Situada justamente no número 89 da Jermyn Street, a perfumaria fundada em 1730 é um típico exemplo da classe e distinção britânicas. Os perfumes são dispostos em prateleiras de vidro com espelho ao fundo, reluzindo como verdadeiras joias aromáticas.

Ian Fleming nasceu na área, frequentava os clubes da vizinhança e ia sempre à loja, que ostenta o cobiçado título Royal Warrant, por prestar serviços à monarquia britânica. Hoje, qualquer cliente pode misturar essências e levar para casa um perfume Floris personalizado. Quem preferir o mesmo de James Bond deve pedir pelo Nº 89, criado em 1951.

Distante duas quadras da Floris, a camisaria Turnbull & Asser é símbolo da elegância de muitas personalidades. E também, é claro, do agente 007. Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig já passaram por lá.

Adobe Stock: Floris, Londres – Chrisdorney

Adobe Stock: Jermyn Street, Londres – William

Batido, não mexido

Saindo da Jermyn Street e atravessando a Saint James Street, em poucas quadras chega-se a Saint James Place, endereço do Dukes Hotel, cujo elegante bar era frequentado por Ian Fleming, que ali gostava de se isolar para tomar uns e outros drinques.

Conhecido por beber e fumar muito, o escritor imortalizou o martíni como a bebida predileta de James Bond, batizada por ele de Martini Vesper, cujo pedido, ao ser feito pelo agente, vem seguido da emblemática frase “shaked, not stirred” (batido, não mexido).

Em homenagem ao criador do personagem, desde 2008 está no cardápio do bar o Ian Fleming’s Classic Vesper. A fórmula não é para fracos: uma combinação de Gin nº 3, vodca Potocki, Angostura Bitter, pimenta-preta, vermute Dukes Amber e suco de laranja.

Locações cinematográficas

Vale a pena visitar o prédio da MI5, uma discreta construção de dois andares, sede do serviço secreto britânico, para o qual Ian Fleming já trabalhou, localizado ao sul do icônico Parlamento e seu Big Ben. Até 2004, o edifício cinza era apenas mais um prédio da vizinhança, mas após uma reforma ocorrida naquele ano vazou a informação de que o local abrigava o MI5.

O passeio pode seguir para a região da Vauxhall Bridge, mais ao sul, onde fica o prédio do MI6 (o outro departamento de inteligência do governo inglês), construído em 1993. Este enorme edifício não tem nada de secreto e até já foi alvo de um atentado terrorista, em 2000. Em 007 – Operação Skyfall (2012), os produtores fizeram uma maquete desta construção para filmar uma cena em que ele vai pelos ares.

Adobe Stock: Big Bene o Palácio Westminster – Melinda Nagy

Adobe Stock: MI6, Londres – GT-Films

O MI6 também apareceu em outra película de 007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002), no qual a produção usou de toda a liberdade artística que a sétima arte tem direito para adaptar a geografia londrina ao local onde o prédio do serviço secreto foi colocado. Embora o verdadeiro MI6 esteja alguns quilômetros ao sul do Parlamento, o Bond de Pierce Brosnan entra no edifício tendo o Big Ben ao fundo.

A porta usada nesta locação existe mesmo e, na realidade, está na base da escultura The South Bank Lion, situada na Westminster Bridge, a ponte bem diante do Big Ben.

Outra conhecida atração londrina, a Somerset House, que em 2012 abrigou a Casa do Brasil nas Olimpíadas, também já foi cenário de dois filmes de 007. Em ambos, representou cenários bem distintos. Em O Amanhã Nunca Morre (1997), o belo palacete é mostrado como sendo o Ministério da Defesa britânico. Já em 007 Contra Goldeneye (1995), a Somerset House foi ambientada como São Petersburgo, na Rússia, já que, na ocasião, as exigências do governo russo elevariam muito os custos de produção do longa.

Adobe Stock: Somerset House, Londres – Living Legend

Adobe Stock: South Bank Lion, Londres – Jesse Kunerth

Carros

No London Film Museum, é possível ver de perto a maior exposição de carros originais usados por Bond. Entre eles estão os diversos modelos Aston Martin usados nos filmes 007 Contra Spectre, Quantum of Solace (2008), Casino Royale (2006) e Um Novo Dia Para Morrer (2002), além do clássico modelo DB5, conduzido por Bond em 007 Contra Goldfinger.

Além dos carros da montadora inglesa, o público pode admirar a Lotus branca transformada em veículo anfíbio que, no filme O Espião que me Amava (1977), surge triunfante à beira da praia, emergindo do mar Outros modelos que fazem parte da exposição são o Rolls-Royce Phantom III e o Citroën 2CV.

Adobe Stock: Rolls-Royce Phantom, Londres – Tupungato

Adobe Stock: Rolls Royce, Londres – William

Adobe Stock: Citroën 2CV Londres – BreizhAtao

Publicado em: 26/05/2023
Atualizada em: 26/05/2023
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