Roteiro de 4 dias em Londres
É uma delícia montar um roteiro em Londres e pensar na linha sinuosa do Tâmisa, no Palácio de Buckingham, no Big Ben, no Hyde Park, na inconfundível Tower Bridge… Basta desembarcar por ali para ter aquela gostosa sensação de déjà vu; afinal, os estereótipos londrinos estão mesmo ali, saltando aos olhos o tempo todo, dos inconfundíveis ônibus vermelhos de dois andares aos estilosos black cabs, como são chamados os impecáveis taxis da cidade.
Somem-se a eles o “cupido” da Piccadilly Circus, o Big Ben, a London Eye, os guardas uniformizados de Buckingham e o inconfundível mind the gap (cuidado com o vão) falado o tempo todo no metrô, fazendo até quem não fala nada de inglês se sentir de alguma forma em casa.
Veja o que fazer em um roteiro de quatro dias em Londres.
1º dia – Da Torre de Londres ao Big Ben
Não vai dar tempo de ver tudo de mais legal que Londres abriga logo de cara simplesmente porque a cidade tem lugares bacanas demais para visitar. Mas com organização e jeitinho, dá para “ticar” da listinha de desejos as atrações mais icônicas e ainda reservar um tempinho para conhecer os bairros da cidade que estão em constante transformação.
Uma das principais atrações é a Torre de Londres, quase ao lado da ponte mais icônica da cidade, a Tower Bridge. A “torre” construída no século 11 é, na verdade, uma fortaleza – e um começo perfeito para explorar a região entendendo sua história.
É lá também que ficam as famosas e preciosíssimas “jóias da coroa”, que valem a espiada. Visitar a torre de manhã cedo, logo que ela abre, garante corredores e jardins mais vazios e tranquilos. Já do lado de fora do castelo, bem às margens do Tâmisa, você terá um dos melhores ângulos da Tower Bridge.
O Rio Tâmisa, aliás, é ponto importante na localização geral do visitante na zona central de Londres, já que diversas atrações estão às suas margens. É o caso da galeria Tate Modern e da Catedral de St. Paul, cada uma em uma margem do rio, conectadas pela contemporânea Millenium Bridge – outra das pontes londrinas que definitivamente vale a pena atravessar caminhando.
A catedral construída em homenagem a São Paulo Apóstolo no século 17 em estilo barroco fez parte do projeto de reconstrução da cidade após o Grande Incêndio de 1666 e até hoje é uma das principais atrações da cidade.
Outra atração imperdível às margens do Tâmisa é o The Shard, o edifício mais alto da cidade. O ideal é subir no final da tarde (e comprar o ingresso com antecedência), para ver a cidade se iluminando enquanto o sol se manda.
O chamado Southbank – a margem mais ao sul do rio – reúne boa parte das atrações turísticas londrinas. Entre elas estão o Southbank Centre (cujo entorno fica muito animado, especialmente aos finais de semana), próximo à Torre, e o Shakespeare’s Globe Theatre, teatro usado para exibir as montagens do mais célebre escritor britânico.
Dali, dá para esticar até Westminster para ver o Big Ben. Anexo a ele estão os imponentes edifícios das Casas do Parlamento. Caminhar ali é uma delícia, mesmo porque há diversas cabines telefônicas vermelhas no pedaço, um clássico londrino. Isso sem contar a Abadia de Westminster.
E basta cruzar a ponte (de novo) para chegar à icônica London Eye. Ver a cidade toda do alto dessa roda-gigante é um programa delicioso!
2º dia – Palácio de Buckingham e Hyde Park
Uma viagem a Londres não se completa sem uma espiadinha nos passos da realeza (seja a de agora ou a de outros tempos). Afinal, desde o Ensino Médio quase todo mundo estuda nas aulas de história um pouco sobre Henrique VIII e os Tudors. E agora ainda tem as redes sociais e revistas de fofoca para falar sem parar dos membros da família real britânica.
Muita coisa em Londres gira em torno deles, como não poderia deixar de ser. Tem até um brasão, o Royal Warrant, que confere a algumas lojas e boutiques em que a família real faz compras um status de “aprovado para servir a família real inglesa”. E é fácil, como turista, tirar uma casquinha dessa atmosfera monárquica.
A começar por uma das atrações mais famosas da cidade: a troca da guarda do Palácio de Buckingham. O icônico ritual da guarda é gratuito e acessível, mas como se fica do lado de fora das grades do palácio, é preciso chegar cedo para garantir uma boa vista do que acontece lá dentro.
Durante o verão, especialmente nos meses de agosto e setembro, o Palácio de Buckingham também abre parte dos seus cômodos para visitações, no melhor estilo Versalhes. E há outros lugares anexos abertos ao público, como o interessante Royal Mews, que guarda todas as carruagens – incluindo algumas cobertas de ouro – da realeza.
De Buckingham, um excelente passeio é percorrer os dois espaços verdes mais famosos de Londres: o belo St James’ Park e o inconfundível Hyde Park. Ali vale descansar num dos bancos, fazer piquenique e, se tiver disposição para caminhar e o tempo estiver bom, procurar as estátuas mais famosas, como a de Peter Pan, no Hyde.
Depois de tanto ar fresco, aproveite a noite na região de Convent Garden. Há sempre muita gente na rua por lá, bem como bares e restaurantes ótimos frequentado por locais e turistas.
3º dia – Compras e Camden Town
Se com tanta pompa monárquica a inspiração bater, Londres é um grande pretexto para comprar: das lojas de fast fashion na Regent e na Oxford Street às butiques de Marylebone e Mayfair, a capital do Reino Unido tem opções consumistas de encher os olhos.
Isso sem falar na Harrod’s, a mais icônica loja de departamentos do mundo: lendas à parte, o local vale a visita pelos muitos andares e incontáveis departamentos, incluindo um para os foodies de plantão.
Aproveite o dia também para visitar Notting Hill. Famosa no mundo todo por causa do filme Um Lugar Chamado Notting Hill, com Julia Roberts e Hugh Grant, a região é uma das mais calmas de Londres.
Nela está a Portobello Road, rua com mais de mil bancas com obras de arte. As pechinchas são raras porque ali você vai lidar com especialistas no assunto. No final de uma pequena ladeira, depois do viaduto Westway, o mercado local perde o ar aristocrático e é possível encontrar roupas de segunda mão, como casacos e chapéus de pele e de couro.
Dali, dá para esticar até a Abbey Road e atravessar a rua na faixa de pedestres imortalizada pelos Beatles. Já no fim da tarde, passe no Soho, a região do agito por excelência, de dia e de noite. Sempre cheio, leva o aposto de bairro boêmio da cidade há séculos, e já foi até uma espécie de red light district em outros tempos. Restaurantes, bares, pubs e clubes para todas as tribos lotam suas ruas.
4º dia – Museus e teatro
Entre as melhores atrações de Londres despontam seus museus. E a boa notícia é que a maioria deles tem entrada gratuita, ao menos em seus acervos permanentes (exibições temporárias costumam ser cobradas à parte).
Os mais famosos são National Gallery (localizada em plena Trafalgar Square, a praça mais famosa de Londres), Tate Modern (ligado à catedral de St. Paul pela futurística Millenium Bridge), British Museum (com o Great Court projetado por Norman Foster e um acervo que vai de múmias egípcias à Pedra da Roseta) e Victoria&Albert (que, além do acervo permanente, sedia ótimas mostras temporárias).
Principalmente para quem viaja com crianças, os interativos Science Museum e Natural History Museum também são programões – os pequenos geralmente se amarram na área dos dinossauros!
Quando a noite cai, é hora de partir para o West End, com seus espetáculos que não devem em nada para a Broadway norte-americana. O mais difícil ali é escolher qual deles assistir.
Atualizada em: 15/07/2024