Rica e Opulenta, Abu Dhabi é vizinha ilustre de Dubai – Voupranos

Rica e Opulenta, Abu Dhabi é vizinha ilustre de Dubai

Adobe Stock: Mesquita do Sheikh Zayed, Abu Dhabi – PixHound

Abu Dhabi é a capital dos Emirados Árabes, um país pequeno, composto por sete cidades-estado fincadas às margens do Golfo Pérsico, a 15 horas de São Paulo em voo direto. Vizinha de Dubai, oferece muito o que fazer, seja em uma visita combinada às duas regiões ou apenas para lá. Atrações não faltam, pode apostar. O calor em Abu Dhabi é tanto que, nos meses mais quentes do ano, entre junho e setembro, a vida só parece ser tolerada em redomas, quer dizer, sob o ar-condicionado.

É por isso que, ao longo de quilômetros de avenidas incrivelmente arborizadas, não se veem pessoas, com exceção de um ou outro funcionário público cuidando dos jardins das praças e dos operários das muitas obras. Até os pontos de ônibus são cabines climatizadas. É surpreendente ver como uma cidade tão bonita e moderna brotou em pleno deserto escaldante. Abu Dhabi está plantada sobre areia e pó, feito um oásis do século 21. O milagre foi possível graças à grana que jorrou a partir da descoberta de petróleo na região, em 1958.

Adobe Stock: Abu Dhabi, Emirados Árabes – Bojan

Naquela época, Abu Dhabi era apenas um vilarejo de árabes beduínos e pescadores que viviam da coleta artesanal de pérolas. Não havia estrada asfaltada em parte alguma, e o transporte era feito apenas por camelos. A grande transformação (ou seria a invenção?) da vizinhança se daria a partir de 1971. Foi o ano da unificação das cidades e a criação dos Emirados Árabes, marcando o início de um rápido desenvolvimento do país. Um dos resultados foi que, nos últimos 40 anos, a população da região saltou dos 250 mil habitantes para 5,5 milhões.

Em termos turísticos, o emirado é um fenômeno recente. Esteve ofuscado nos últimos anos pelo sucesso de Dubai, a apenas 150 km dali. Na primeira década dos anos 2000, o vizinho assombrou o mundo com construções e projetos megalomaníacos, entre eles uma pista de esqui, com neve de verdade, dentro de um shopping, e o maior arranha-céu do mundo, com 828 metros, o Burj Khalifa.

Abu Dhabi corre por fora nessa corrida para atrair turistas. Mas apenas por enquanto. Os pesados investimentos para erguer seus distritos turísticos, forrados de parques de diversões, campos de golfe e resorts, vêm tornando o pedaço cada vez mais conhecido mundialmente. Também contribuiu para o marketing local as corridas de Fórmula 1, disputadas no belíssimo autódromo Yas Marina.

Adobe Stock: F1 Yas Marina, Abu Dhabi – Solkafa

Adobe Stock: Yas Marina, Abu Dhabi – Sergey Kelin

Emirates Palace

Abu Dhabi tem um hotel sete estrelas. E a classificação não é nada exagerada. O Emirates Palace Hotel foi instalado num luxuoso palácio, inaugurado em 2005, e, naquela época, era destinado apenas a eventos do governo e encontros de líderes de nações do Oriente Médio. O hotel tem 1 km de uma ponta a outra, praia particular, marina para 167 iates e 1.200 funcionários treinados para atender ricaços em geral. Limusines e mordomos são vistos aos montes por ali. As habitações são, na realidade, apartamentos inteiros: algumas delas têm 680 m², com diversas suítes e sala de jantar com mesa para dezenas de convidados.

O mais surpreendente é que há ouro em toda parte, seja nos lustres ou na decoração das paredes. No lobby, há um caixa eletrônico para sacar… ouro, claro, em forma de joias e medalhas. O auge da extravagância é o café e as sobremesas servidas nos 14 restaurantes, que recebem como toque final partículas de pó de ouro comestível.

Adobe Stock: Emirates Palace, Abu Dhabi – Marla

Adobe Stock: Emirates Palace, Abu Dhabi – Tanya Keisha

Ilha da diversão

Se Dubai parece ser uma Las Vegas do Oriente Médio, Abu Dhabi pretende ser a Orlando. Para isso, construiu uma ilha artificial, a Yas Island, que abriga suas principais atrações turísticas. Lá estão um parque aquático, o Waterworld; o autódromo de Fórmula 1; o Parque da Ferrari; um campo de golfe; e resorts com praias particulares. O autódromo é um show à parte. A estrutura contorna uma marina e um hotel, o Viceroy, este último integrado à arquitetura do autódromo de tal forma que a sacada dos quartos e as mesas dos bares ficam bem pertinho da pista.

Já o parque aquático, o Waterworld, não chega a ser um Aquatica ou Volcano Bay comparável ao de Orlando, mas tem tobogãs bem legais que caem muito bem naquele calorão. Mas a melhor diversão fica por conta do Ferrari World, o parque temático da fabricante de carros e escuderia rossa (vermelha) italiana. A maior atração é uma montanha-russa que simula a aceleração de um carro de Fórmula 1. A arrancada do brinquedo é assustadora: atinge 100 km/h em apenas dois segundos e chega ao limite de 240 km/h em 4,9 segundos. O corpo vai, mas o coração parece que fica. Também é um grande barato o simulador de voo, espécie de cinema super- realista que faz um tour aéreo de 15 minutos sobre cidades da Itália, a casa da Ferrari.

Adobe Stock: Yas Island Beach, Abu Dhabi – Jovannig

Adobe Stock: Ferrari World, Abu Dhabi – Shams Faraz Amir

A grande mesquita

Além dos parques e dos super-hotéis, o emirado investiu esforço (e dinheiro) para erguer sua obra-prima arquitetônica: a Grande Mesquita Sheik Zayed. A obra monumental e lindíssima, inaugurada em 2007, depois de 11 anos de construção, é a melhor amostra do que a cidade é capaz de produzir. De longe, minutos antes de chegar, já é possível avistá-la, com suas cúpulas brancas e minaretes e cercada por jardins e espelhos d’água.

A mesquita é quase toda feita de mármore, com pedras coloridas incrustadas nas paredes formando desenhos de flores. A parte interna é outro assombro, com destaque para o lustre de ouro cravejado de cristais e pedras preciosas e um tapete persa gigante, o maior do mundo, que cobre todo o piso. O tapete pesa incríveis 35 toneladas e envolveu o trabalho de 1.200 mulheres durante os dois anos de confecção em teares artesanais. Como o país é muçulmano, para a visita as mulheres devem usar roupa comprida e lenço nos cabelos, como exigem as leis islâmicas. Na mesquita, é fornecido o hijab, a roupa negra usada pelas adeptas dessa religião. A despeito do calor, homens não podem entrar de short – quem não estiver de calça ganha um traje branco durante a visita.

Adobe Stock: Mesquita Sheikh Zayed, Abu Dhabi – Vladimirzhoga

Adobe Stock: Mesquita Sheikh Zayed, Abu Dhabi – Luciano Mortula-LGM

4×4 no deserto

Para conhecer o deserto, nos arredores de Abu Dhabi, a alternativa são os passeios em carros 4×4. O programa, oferecido no inverno (dezembro a março), é chamado de safari desert e realizado sempre no fim da tarde, quando a temperatura é mais amena.

O tour começa com manobras radicais nas dunas, segue com visita a uma fazenda de camelos, faz uma parada para os participantes contemplarem o pôr do sol em meio ao mar de areia e termina num acampamento árabe no deserto, onde, sob o céu estrelado, é servido um jantar com churrasco.

Adobe Stock: Deserto Qasr Al Sarab, Abu Dhabi – Hamdan Yoshida

Adobe Stock: Deserto, Abu Dhabi – Kertu

Publicado em: 25/09/2023
Atualizada em: 25/09/2023
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