O que fazer nas Highlands, as terras altas da Escócia – Voupranos

O que fazer nas Highlands, as terras altas da Escócia

Adobe Stock: Highlands, Escócia – ColobusYeti

Não é exagero dizer que a grande área que abrange o norte da Escócia é uma das regiões naturais mais belas de toda a Europa. Vales verdejantes profundos, montanhas escarpadas com picos sempre nevados, lagos e dezenas de castelos tão imponentes quanto fotogênicos simbolizam as Highlands, onde há muito o que fazer.

Constantemente cortado por um vento frio, esse vasto território é um ambiente inóspito e selvagem, que teria tudo para ser esquecido e abandonado se não fosse tão belo e grandioso.

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Adobe Stock: Isle of Skye, Escócia – Nataliya Hora

Cairngorms National Park

No coração das Highlands, o Cairngorms National Park é a maior área de conservação da região, eleito pela revista National Geographic como um dos 20 lugares para conhecer antes de morrer. A principal base para explorar a natureza intocada da reserva é a pequena cidadezinha de Aviemore, cortada pela estrada que leva ao parque.

Facilmente acessado por trem a partir de Edimburgo, ou de ônibus e carro, o parque recebe diariamente pequenos grupos de visitantes encasacados que circulam pelas poucas ruas, pubs e restaurantes da pacata vila.

Na área do Cairngorms, vale conhecer a Rothiemurchus Estate, uma fazenda de 10 mil hectares que há nada menos que 450 anos pertence à família Grant – a qual começou, na década de 1960, a investir no turismo.

Adobe Stock: Cairngorms National Park, Highlands – Evenfh

Adobe Stock: Cairngorms National Park, Highlands – Iweta0077

Adobe Stock: Cairngorm National Park, Highlands – Dotan

Hoje, cerca de 350 mil pessoas visitam anualmente o local, sendo que 70% delas retornam. Não é para menos, afinal, 90% da Rothiemurchus Estate fica em uma área de conservação onde nada pode ser modificado.

A consequência disso é uma fazenda de natureza selvagem e exuberante, preservando áreas verdes a perder de vista da antiga Floresta Caledônia, cujas árvores, que são o símbolo das Highlands, até já emprestaram seu nome para o país, antes de se tornar oficialmente Escócia.

O turismo na fazenda é democrático, abrangendo uma série de atividades para diferentes perfis de viajantes. Assim, é possível explorá-la montado num cavalo, de quadriciclo, bicicleta, caminhando e até de jipe 4×4, em safáris fotográficos e pescarias.

As trilhas são bem demarcadas e há mapas detalhados, repletos de informações sobre a flora e a fauna local, que inclui esquilos-vermelhos, cervos, pássaros exóticos e a inconfundível vaca das Highlands. Tão peludo quanto um gorila, o animal é o único a permanecer ao ar livre mesmo quando a temperatura despenca a vários graus negativos.

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Speyside

Ao partir de carro de Aviemore por cerca de duas horas na direção norte, chega-se à área chamada de Speyside, em torno da cidadezinha de Craigellachie, que concentra cerca de 50% das destilarias de uísque do país. Muito mais do que uma forte bebida, o uísque é uma instituição cultural na Escócia, uma tradição levada a sério por um povo orgulhoso de suas raízes.

Em Speyside, é possível visitar as renomadas destilarias Macallan, Glenfiddich, Tobermory, Strathisla, Aberlour e Glenlivet. Na Glen Grant, por exemplo, são produzidas 15 milhões de garrafas por ano. Considerando que a população do país é de 5,2 milhões de habitantes, só essa destilaria fabrica anualmente, em média, três garrafas por pessoa da Escócia.

A maioria das produtoras está aberta a visitação, e conhecê-las é sempre uma ótima oportunidade para testemunhar o fascínio dos nativos pela bebida. Além, é claro, de degustar alguns dos melhores e mais célebres rótulos do mundo.

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Adobe Stock: Ponte Craigellachie, Escócia – Catuncia

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Inverness e Lago Ness

Próxima a Craigellachie, Inverness é a capital das Highlands. Embora não seja uma cidade que encha os olhos pela beleza, é uma ótima base para visitar outras atrações das redondezas, entre elas o mítico Lago Ness.

Apesar da lendária história do monstro que ali residiria, o fato é que o comprido lago é uma beleza para os olhos: uma cadeia de montanhas de diferentes tonalidades emoldura o cenário que fica ainda mais especial com a presença das ruínas do antigo Castelo de Urquhart, postado às margens como um velho guardião das águas do Ness.

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Adobe Stock: Inverness, Escócia – Sergii Figurnyi

Ilha de Skye

De Inverness, é possível seguir de ônibus em direção à belíssima Ilha de Skye, na costa oeste do país. No percurso, contempla-se um dos cartões-postais da Escócia: o Castelo Eilean Donan.

A sublime construção, junto a um lago e ladeada por profundos vales rochosos, é um dos símbolos mais icônicos das turbulentas épocas em que as Highlands, e a própria Escócia, viviam divididas entre clãs inimigos, sempre prontos para o combate.

Tão memorável quanto a visão do Eilean Donan é cruzar o mítico Glencoe (Vale das Lágrimas), situado entre as cidades de Fort Williams e Glasgow. Com montanhas altas e encostas que oscilam do laranja ao verde-musgo, é difícil imaginar como um lugar de paisagem tão plácida e bela possa ter sido testemunha de um dos capítulos mais brutais da história da Escócia.

Ali, no século 17, o numeroso clã local dos MacDonald foi massacrado pelos soldados do clã rival Campbell. O profundo vale que até então os protegia de ataques acabou dificultando a fuga durante a batalha.

Atualmente, um dos mais celebrados trekkings no Glencoe segue justamente um dos caminhos usados pelos MacDonald para tentar escapar do clã inimigo. Vale a pena para quem possui bom.

Adobe Stock: Castelo Eilean Donan, Highlands – Reimar

Adobe Stock: Vale das Lágrimas, Highlands – EyesTravelling

Adobe Stock: Farol em Isle of Skye – TTstudio

Publicado em: 01/06/2023
Atualizada em: 01/06/2023
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