O que fazer em Liverpool, a cidade dos Beatles – Voupranos

O que fazer em Liverpool, a cidade dos Beatles

Adobe Stock: Estátua de bronze dos Beatles, Liverpool – Coward_lion

Adobe Stock: Albert Dock, Liverpool – Alice_photo

Visitar Liverpool, onde tudo tem o “perfume” dos Beatles, é o sonho de todo fã da banda de rock mais cultuada da história. A cidade, situada a duas horas de trem de Londres, no Condado de Merseyside, está completamente imersa na criação musical de John, Paul, George e Ringo. Há muito o que fazer nesse sentido por lá.

Pelas ruas, porém, não se veem somente sessentões grisalhos, como também, e em grande quantidade, adolescentes disputando uma fotografia de si mesmos em cada cantinho marcado pela passagem dos integrantes do quarteto. E eles são muitos, como a Rua Penny Lane e a casa onde John Lennon passou a infância.

Embora paire no ar de Liverpool a “presença” de seus quatro filhos mais ilustres, seria injusto limitar uma visita apenas aos lugares relacionados aos Fab4. A cidade tem sido muitíssimo importante no contexto do Velho Continente em vários momentos da história.

Adobe Stock: The Beatles Story Museum, Liverpool – Wiola

Adobe Stock: Penny Lane, Liverpool – Chgvisual

Adobe Stock: Penny Lane, Liverpool – Sas

Albert Dock

Uma opção é começar o tour em Liverpool dando uma volta por Albert Dock, as docas recuperadas do antigo porto, que seguramente serviram de inspiração para o Puerto Madero de Buenos Aires. Pubs, restaurantes, lojas de suvenires e diferentes passeios seguindo as pegadas dos Beatles iniciam-se em Albert Dock. Por ali estão ainda vários espaços culturais, como a filial da londrina Tate Gallery, o World Museum e, como não poderia deixar de ser, o Beatles Story, um completíssimo museu dedicado ao quarteto fantástico.

O complexo vai do princípio ao fim da carreira da banda, incluindo também a trajetória solo de cada integrante, e é bastante didático. Recria detalhes que só quem se aprofundou na história dos garotos conhece. Entre elas, o fato de que o famoso Cavern Club não foi o lugar que eles começaram a tocar, mas sim um café minúsculo e cheirando a cigarro chamado Casbah. Localizado no porão da casa da mãe de Pete Best, o primeiro baterista do grupo, o lugar teve o teto e as paredes pintados por Lennon e Harrison, que queriam deixá-lo mais aconchegante para suas apresentações.

Adobe Stock: Royal Albert Dock, Liverpool – Rabbit75_fot

Adobe Stock: Royal Albert Dock, Liverpool – Rabbit75_fot

Lado moderno

As docas estão às margens do estuário do Rio Mersey e a poucos quarteirões tanto de Liverpool One, o lado moderno da cidade, como do mais antigo, que foi muito bem reconstruído depois de quase ter sido varrido do mapa por bombardeiros alemães na Segunda Guerra.

A parte moderna está cheia de impecáveis galerias comerciais, com artigos para a juventude e butiques de marcas famosas, além de livrarias, cafés, restaurantes e um excelente centro de informações turísticas. Já no bairro antigo, a sensação que se tem é a de estar percorrendo uma cidade gótica, parada no tempo.

Não se deve passar apressadamente por essa área, sob pena de perder os impressionantes detalhes das Three Graces, os prédios-símbolos da cidade: o Royal Liver, cujo relógio no topo é maior que o do Big Ben londrino, o Cunard, pertencente à centenária companhia marítima de mesmo nome, e a antiga alfândega.

Já fisgado pelos surpreendentes encantos de Liverpool, o visitante se depara com outra obra-prima: a catedral anglicana, a maior da Inglaterra. O templo foi concebido em 1903 e finalizado em 1978, de acordo com o projeto de sir Giles Gilbert Scott, que curiosamente era um católico fervoroso – e responsável pelo desenho de um dos mais emblemáticos símbolos ingleses, a cabine telefônica vermelha.

Adobe Stock: Rio Mersey, Liverpool – Gareth Preston

Adobe Stock: Rio Mersey, Liverpool – Gareth Preston

Rastros dos Beatles

Uma vez em Liverpool, você vai perceber como a música dos Beatles tem entrelaçado gerações. É possível ver famílias inteiras, do avô até o neto, peregrinando pelas ruas e pontos por onde os Fab4 passaram, viveram ou eternizaram em suas canções.

Para quem cresceu ao som dos Beatles, é quase impossível não se emocionar ao percorrer a Rua Penny Lane, escutando a música no rádio da van e vendo exatamente o que a canção descreve, desde a barbearia, o movimento do banco e o céu suburbano.

Adobe Stock: Penny Lane, Liverpool – Torval Mork

Na entrada do parque Strawberry Field, que virou canção, também há sempre uma turma emocionada posando diante da grade vermelha. Dizem que Lennon encurtava o caminho para casa pelo parque e que ele compôs a canção em algum lugar da Espanha, durante as gravações do filme Como Eu Ganhei a Guerra (1967).

Adobe Stock: Strawberry Fields, Liverpool – Torval Mork

Próximo da residência de Lennon, que fica nos arredores, está a esquina onde a mãe de John, Julia, foi atropelada e morta após visitar o filho, que morava com sua irmã Mimi.

Adobe Stock: Casa de John Lennon, Liverpool – David Bond/Wirestock Creators

Já no número 20 da Forthlin Road fica a casa tipicamente inglesa onde viveu Paul McCartney. Era nela que se juntavam os dois principais integrantes dos Beatles, cuja amizade, além de musical, estendia-se à dor de terem perdido a mãe mais ou menos na mesma época (a de Paul morreu de câncer, quando ele tinha 14 anos). E foi nela que a dupla aproveitou sua genialidade para criar clássicos como Love Me Do, I Call Your Name e Please Please Me.

Depois, ainda visita-se a casa de George Harrison, em uma vila de estreitas construções de tijolo à vista, e a de Ringo Starr, no número 9 da Madryn Street. O quarteirão está abandonado e a prefeitura cogitou demoli-lo inteiro, mas claro que há um grupo de fãs dos Fab4 lutando para que isso não ocorra.

Adobe Stock: Casa da infância de Paul McCartney – David Bond/Wirestock Creators

The Cavern Club

Mesmo que ainda haja muito o que ver ligado aos Beatles, é melhor deixar para que você descubra por si próprio – e se emocione ao encontrar – cada cantinho que moldou aqueles que se tornaram a mais famosa banda de rock do planeta. De qualquer forma, não dá para partir de Liverpool sem passar pelo mítico The Cavern Club, onde em fevereiro de 1961, há 50 anos, eles foram descobertos por Brian Epstein. Esse foi o empresário musical responsável por revelá-los à Inglaterra e ao mundo.

Beba aí uma boa cerveja, escute All My Loving ou Help, cantadas pelos artistas que sobem no estreito palco, e tente “viajar” para cinco décadas atrás, tendo exatamente o Cavern Club como cenário, onde os quatro garotos do bairro começaram uma história que marcou e influenciou não só a música, como o comportamento de toda uma geração.

Adobe Stock: Cavern Night Club – Torval Mork

Adobe Stock: Cavern Night Club, Liverpool – Torval Mork

Publicado em: 26/05/2023
Atualizada em: 26/05/2023
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