O que fazer no Alentejo, região de morros, vinícolas e encantadores vilarejos medievais
O Tejo, maior rio de Portugal, atravessa o país inteiro antes de desaguar no Atlântico bem ao lado de Lisboa. O que está de um lado, onde fica a capital portuguesa, é chamado Vale do Tejo. O que está do outro lado do rio, ou além do Tejo, é o Alentejo, onde há muito o que fazer.
Óbvio assim, bem ao estilo português. O que não é muito óbvio é viajar para lá, já que a maioria dos brasileiros prefere circular pelo país no eixo norte-sul, entre Lisboa e Porto. Porém, não sabem o que estão perdendo.
O Alentejo é uma região de paisagens serenas, com morros de inclinação suave, vinícolas e encantadores vilarejos medievais amuralhados. A província é a maior de Portugal e tem acesso rápido de carro a partir de Lisboa: apenas 1h30 de viagem.
Entre os portugueses, a região é conhecida como um destino para descansar e curtir a vida bucólica dos campos. Faça como eles e veja o que fazer no Alentejo.
Évora
Declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1986, Évora tem ruas estreitas e de pedras, cercadas por uma bem preservada muralha. E tem sido assim desde o período romano, quando a cidade ainda se chamava Ebora Liberalitas Julia.
Uma lembrança dessa época permanece parcialmente em pé no ponto mais alto da cidade: o Templo Romano de Évora, também conhecido como Templo de Diana.
Entre os séculos XIV e XVI, Évora teve papel de destaque, quando foi o centro da corte portuguesa e uma das principais cidades do reino. Por sua importância, foi necessário erguer ali uma catedral à altura. E, assim, no início do século XIII, ficou pronta a Sé de Évora.
A catedral é marcada pela transição entre os estilos românico e gótico e tem atualmente três grandes naves. Uma delas guarda um relicário de madeira que, segundo a lenda local, teria pedaços da cruz de Jesus Cristo. Presente no alto da colina, a imponência da Sé de Évora é vista de longe, ainda da estrada, ao se aproximar da entrada da cidade.
Como uma visita a Évora implica conhecer suas lindas igrejas, os passeios levam também a outro símbolo religioso local: a Igreja de São Francisco. Recebeu o título de Capela Real pela presença constante de reis portugueses. Apesar da grandiosidade da obra, o que chama mais a atenção hoje é um anexo à igreja de São Francisco, a pequena Capela dos Ossos. Construída no final do século XVI para ser um espaço de oração e meditação sobre a efêmera condição humana, suas paredes são recobertas por crânios e ossos de cerca de 5 mil corpos.
Vila Viçosa
Para quem estabelece base em Évora, fica fácil explorar o Alentejo. As cidades ficam próximas e não demora para pular de uma para outra. Ir de carro, porém, é imprescindível, já que não existem linhas de trem e os ônibus públicos são contraproducentes para o turista.
Uma parada bastante recomendada, a 60 km de Évora, é Vila Viçosa, uma pequena cidade cuja arquitetura é quase toda de mármore, uma vez que existem enormes jazidas da pedra nas redondezas. Assim, o mármore está em toda parte de Vila Viçosa, como nas calçadas das ruas e nas fachadas das casas.
Mas é no Paço Ducal, o palácio real construído para ser a residência dos Duques de Bragança, que a pedra realmente chama a atenção. O enorme palácio de 110 metros de comprimento é totalmente revestido com a nobre pedra.
Outro ponto que merece uma visita é o Castelo de Vila Viçosa, usado como residência dos Bragança até a construção do Paço Ducal e, posteriormente, adotado como forte defensivo. De uma de suas portas de entrada, sobre um pequeno morro, é que se tem uma das melhores vistas da pacata Praça da República, com seus cafés e restaurantes.
Marvão e Castelo de Vide
Conforme se avança para o norte do Alentejo, as típicas planícies dão lugar a um cenário de montanhas até chegar à Serra de São Mamede. E é no ponto mais elevado que se encontra outra preciosidade de Portugal: Marvão, uma charmosa cidade cercada por muralhas medievais. Quem vai até lá caminhar por suas tranquilas ruas de pedra não imagina que Marvão já foi palco de muitas batalhas.
A cidade foi fundada pelo guerreiro mouro Ibn Marwan al-Yil’liqui, em 884. Os portugueses a tomaram no século XII, mas logo a perderam novamente para os mouros. Só foi anexada ao reino de Portugal por D. Dinis em 1299.
Tanta disputa está centrada, principalmente, em sua localização estratégica e no castelo situado no topo da vila, uma enorme fortaleza que, nos últimos anos, recebeu cuidados especiais para melhor receber seus visitantes. A vista lá de cima é uma das mais belas da região.
Uma viagem ao Alentejo, porém, não pode terminar sem um passeio a Castelo de Vide. Mais do que a própria fortaleza que dá nome à cidade, o que atrai são pequenas casinhas brancas que tomam conta de ladeiras e criam um cenário fascinante.
A parte mais especial é Judiaria, bairro que guarda vestígios judaicos, presentes na arquitetura das casas e na pequena sinagoga que funciona como museu e conta a história dos judeus que, para fugir da Inquisição no século XIII, tiveram de fingir uma conversão para o cristianismo.
Elvas
Já quase na fronteira com a Espanha, Elvas é outra cidade portuguesa com o título de Patrimônio Mundial da Unesco. Com o maior sistema de fortificações abaluartadas do mundo, era conhecida, no passado, como a Rainha da Fronteira. Para admirar toda sua beleza, é indispensável uma visita ao Forte da Graça.
A impressionante fortaleza tinha papel fundamental na proteção de possíveis ataques espanhóis e, hoje, é um local interessante para descobrir todos os detalhes e as artimanhas militares da época – além, é claro, do visual que proporciona de toda a cidade.
Além do Forte da Graça, o poderio militar português também pode ser visto no antigo quartel da cidade, que hoje abriga o Museu Militar. Em suas diversas salas, o museu narra a evolução do exército português em suas mais variadas vertentes. Vai da medicina, passando pelo poder da artilharia, até a evolução das comunicações. A área de maior orgulho local, no entanto, é a coleção de viaturas militares, restauradas de maneira artesanal.
Para entrar na cidade, é preciso cruzar uma grande muralha de arcos que se elevam a até 31 metros de altura. Esse “portal” é parte do Aqueduto da Amoreira, uma obra de 8,5 km de extensão, com 843 arcos e que levou 83 anos para ser finalizada, entre 1537 e 1620. Era responsável por levar a água para abastecer a população da cidade na Idade Média. Hoje, já não tem mais a utilidade prática, mas é orgulho local e motivo de admiração de turistas.
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Atualizada em: 02/01/2023