Porto de Galinhas, tudo que você precisa saber antes de ir lá

Adobe Stock: porto de Galinhas, PE – MontenegroStock

Já não é de agora que Porto de Galinhas é um dos destinos mais desejados do litoral pernambucano. Pudera: o que não faltam ali são atrações para pessoas de todas as idades. Antes de se jogar nos encantos locais, porém, vale a pena planejar a viagem com cuidado. Para isso, vale descobrir parte de sua história. De onde veio, por exemplo, o nome de Porto de Galinhas. Reza a lenda que, séculos atrás, muitos navios que aportavam no litoral pernambucano traziam escravos contrabandeados da África.

Eles tragicamente vinham cobertos por engradados de galinhas d’Angola, a comida predileta da corte portuguesa. Bastava o navio ancorar para que se ouvisse a senha para a nova remessa de escravos: " tem galinha nova no
porto". Hoje, são elas que fazem a corte para o turista: simpáticas estátuas das aves apontam caminhos, enfeitam fachadas e habitam prateleiras de artesanato da região que, como não poderia deixar de ser, passou a ser chamada de Porto de Galinhas.

Não é a história curiosa (e, segundo alguns historiadores, falsa), porém, que explica a fama da desejada praia pernambucana, mas sim as tonalidades de azul e verde que se alternam nas águas clarinhas do mar, que muda de
acordo com a maré e o clima. Combinado com a areia quase branca, o mar lembra a típica imagem de praia do Caribe, mas em Porto de Galinhas a gama de cores é bem maior.

Adobe Stock: Porto de Galinhas, PE – Jtav

Piscinas naturais

A antiga vila de pescadores virou um aclamado polo turístico a partir dos anos de 1990, quando os viajantes descobriram o prazer de embarcar numa jangada para conhecer arrecifes e piscinas naturais em sua encosta. De lá
para cá, o excesso de gente causou danos à vida marinha e medidas tiveram de ser tomadas para favorecer a recuperação dos corais. Agora, monitores controlam o acesso e limitam o tempo de passeio, mas a atividade continua
sendo um must.

Adobe Stock: Barcos nas Piscinas naturais, Porto de Galinhas. PE – Zuza Rodrigues

Quando ir

Só é necessário ficar atento à tábua das marés, para sair no horário certo da baixa. Verificada essa informação, já se pode traçar o roteiro da viagem, que pode ser dividido em três períodos: um para se jogar no mar, outro para curtir a vilinha e mais um para fazer um passeio de bugue pelo litoral de Ipojuca, com duração que pode variar de três horas a um dia inteiro.

Adobe Stock: Praias com piscinas naturais, Porto de Galinhas, PE – Paulovieira

O que levar

Se você quer aproveitar ao máximo o mergulho durante a aventura de jangada, lembre-se de ter máscara e snorkel à mão – geralmente, os jangadeiros já oferecem o kit, incluindo ração para atrair os peixes que restaram. Também não se esqueça de levar um calçado que possa molhar, preferencialmente fechado no calcanhar, como uma sandália papete, para não correr o risco de machucar os pés pisando em corais e ouriços.

Adobe Stock: Piscina naturais, Porto de Galinhas, PE – LuizAntonio

Passeio na vila

A vila de Porto de Galinhas é bem incrementada, com calçamento e um simpático comércio. As galinhas esculpidas em madeira decoram todos os cantos e são a marca registrada da região. As ruas Esperança, Beijupirá e a Beira-Mar formam o melhor triângulo (e das bermudas, afinal, todo mundo se veste assim). Olhar as vitrines de roupas e artesanato fino faz parte do passeio noturno. Há bons restaurantes e também boas baladas ao ritmo de forró ou música eletrônica no pedaço. Só não vale enfiar o pé na jaca, pois tem mais passeio para curtir no dia seguinte.

Adobe Stock: Viista aérea de Porto de Galinhas, PE – Deividi

Ponta a Ponta

O tour de bugue intitulado “Ponta a Ponta” é o mais famoso do pedaço. Ele segue pela estrada até as tranquilas praias do Cupe e de Muro Alto, antes de terminar com um bom banho no Pontal de Maracaípe. Muro Alto é um reduto de resorts que se instalaram por lá. O local tem uma faixa de areia tranquila e uma barreira de arrecife reta, que mais parece um muro – daí o nome da região. Cupe, por sua vez, é uma praia longa e de mar bravio, onde está concentrada a maioria dos hotéis e pousadas de Porto de Galinhas. O melhor ponto da região é o chamado Pontal do Cupe, onde há arrecifes que tornam o mar bem mais mansinho.

Já Maracaípe é point de surfistas que a transformaram em uma espécie de Itacaré pernambucana. No final da praia, no Pontal de Maracaípe, muita gente vai para ver o pôr do sol e andar de jangada pelo manguezal de um rio que funciona como limite natural com a vizinha praia de Serramby. O local tem águas quentinhas e serve de berçário para colônias de cavalos-marinhos.

Adobe Stock: Praia de Maracaípe – Pontal, PE – Renato

Arredores

Uma vez em Porto de Galinhas, vale a pena esticar o passeio até a Praia dos Carneiros, em Tamandaré. O local costuma encantar o visitante por contar com uma estreita faixa de areia branca pontilhada por coqueiros que parecem querer se debruçar para beijar o mar, garantindo sombra e água fresca com vista para o oceano. Para completar o cenário de cartão-postal, há um pedaço de mar aberto, outro com frágeis formações de corais que despontam da água durante a maré baixa e uma singela igrejinha no meio da vegetação, sem casas, avenidas nem prédios para poluir o visual.

Adobe Stock: Praia dos Carneiros, PE – Aide

Mais do que curtir a praia, quem vai à região pode fazer passeios de barco pelos rios Ariquindá e Formoso até um braço de mar, onde a maré, quando baixa, revela um belo banco de areia, batizado de Crôa de Guadalupe.
Há parada para banho antes de os catamarãs seguirem até uma área de mangue para que os passageiros tenham a oportunidade de lambuzar a pele com argila. Dizem os moradores que ela rejuvenesce até 20 anos! Exageros à parte, vale espalhar o barro pelo corpo ao menos para sentir a cútis lisinha no fim do dia. E deixe o celular a postos para fotografar a Capela de São Benedito na volta pelo mar. Erguida em plena areia da praia no século 18, a construção é o grande símbolo local.

Adobe Stock: Capela de São Benedito Igrejinha dos Carneiros, PE – Felipe Lima