Porque o festival de Parintins é um dos mais animados do Brasil
Realizado anualmente em junho ou julho, o Festival de Parintins, o maior evento folclórico da região Norte, leva muitas cores, música e diversão à região amazônica situada a 420 km de Manaus, quase na divisa com o Pará. Para entrar no ritmo do boi-bumbá, veja as peculiares características que deram vida ao colorido evento, que movimenta toda a região e atrai muita gente para lá.
Bois-bumbás
Conhecida carinhosamente como “a reunião dos povos da floresta”, a festa de Parintins reúne principalmente amazonenses e paraenses, que aproveitam o período para tirar do armário cocares, penas e braceletes e os exibir orgulhosos pelas ruas. Mas ninguém está pronto para curtir o festival se não estiver com algum acessório vermelho ou azul.
É que todos, sem exceção, torcem para um dos dois bois-bumbás que se apresentam no festival: o Caprichoso, azul, e o Garantido, vermelho. Por isso, para qualquer lado que se olhe durante a visita à cidade, há um bombardeio de itens nas duas cores.
Além dos muros das casas, de faixas nas ruas e das camisetas da galeras, pode-se ver garrafas de água azuis e vermelhas e até símbolos e produtos geralmente vermelhos – como agências do Banco Bradesco e latas de Coca-Cola e da cerveja Kaiser – com o tom original e também em azul.
Bumbódromo
O festival acontece no chamado bumbódromo: uma grande arena, em formato de rosto de boi, com capacidade para 35 mil pessoas divididas entre as torcidas do Caprichoso e do Garantido. Como não se trata de um desfile, mas sim de uma apresentação, a animação não acaba durante um minuto sequer nas duas horas e meia de show de cada boi.
Os 400 músicos que tocam as toadas (o ritmo do espetáculo, uma mistura inusitada de samba, baião, maxixe, carimbó e sirimbó) ficam todo o tempo na arena fazendo uma batida que arrepia mesmo quem vem de fora e não tem um boi preferido.
Carnaval na floresta
Nos quesitos animação, carros alegóricos, fantasias e efeitos especiais, o Festival de Parintins não perde para o carnaval do Rio de Janeiro. Alegorias de cobras cuspindo fogo, de pássaros que sobrevoam o público, de caboclos com lamparinas… está tudo lá, sempre com motivos da floresta.
Não é fácil entender as regras do evento, mas o básico é saber que a cada dia são apresentadas alegorias que mostram um ritual indígena, uma figura típica e uma lenda regional, entre os diversos itens que contam pontos. O auge é o aparecimento da cunhã-poranga, a moça mais bela da floresta, que rende comentários do tipo “essa sim” ou “a outra era mais bonita” o ano todo.
Respeito mútuo
Durante as apresentações, coreógrafos à frente do público fazem danças a serem imitadas pela torcida. O entusiasmo conta pontos para o boi, assim como o respeito pelo contrário (como é chamado o boi concorrente, já que não se costuma pronunciar o nome).
Enquanto um se apresenta, a área da torcida adversária fica com as luzes apagadas e ela deve assistir em silêncio total, sem direito a vaias ou xingamentos para não perder pontos. Do lado de fora do bumbódromo também há festa.
Cerca de 100 mil pessoas se reúnem para beber litros de cerveja e cantar as toadas, como um carnaval de rua. O boi vencedor é anunciado apenas na segunda-feira seguinte ao festival. Mas, entre o barulho nas ruas, a voz vinda de um alto-falante de um bar se destaca, anunciando, em tom de radialista “o resultado parcial por boca de urna”. Uma eterna brincadeira, assim como a festa e a disputa entre os dois bois.
Manaus
Caso você emende a viagem a Parintins com uma visita a Manaus, confira cinco atrações que você não pode deixar de curtir por lá:
Teatro Amazonas
Depois de algumas décadas quase esquecido, o Teatro Amazonas voltou a ostentar toda a pompa que merece. Espetáculos de música, teatro e ópera são realizado por lá são quase que diariamente. E o melhor de tudo é que eles são gratuitos. Uma boa dica é fazer um tour para conhecer a belíssima construção de 1896.
Encontro das Águas
Sair de barco ou hidroavião para o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões é uma das experiências mais fascinantes da região. De cores e temperaturas diferentes, os rios se encontram ao longo de 6 km. No passeio, é possível também ver botos, igarapés e vitórias-régias.
Zona Franca
A Zona Franca de Manaus não é uma região delimitada, como muitos supõem. O que rola é que, por toda a cidade, encontram-se importados com bons preços. Para bebidas e perfumes, procure as lojas da rede Top Internacional. Para compras de produtos locais, a boa pedida é a feira de domingo no centro.
Ponta Negra
O bairro mais badalado da capital amazonense, Ponta Negra, tem a melhor praia de rio do pedaço. Além de ver um pôr do sol fabuloso, quem passa por aqui pode se refrescar até à noite: a praia é iluminada para os banhistas e cercada de barraquinhas que servem comidinhas e bebidas.
Seringal Vila Paraíso
Para saber um pouco mais do ciclo da borracha e de processo de extração no século 19, o passeio ao Seringal Vila Paraíso é rico em informações e cenários. É legal para ampliar a consciência ambiental das crianças – e dos marmanjos também.
Atualizada em: 06/09/2024