O que você precisa saber na hora de planejar uma viagem para Maceió

Adobe Stock: Praia dos coqueiros, AL – Pedro

Na hora de planejar uma viagem a Maceió, uma das cidades mais aprazíveis do País, vale saber que há muitas atrações por lá, mas que ela também serve de ponto de partida para uma infinidade de passeios pelo litoral do estado, desde a foz do Rio São Francisco, que demarca a divisa com o Sergipe, até a encantadora Maragogi, já grudadinha em Pernambuco.

Em viagens de quatro a sete dias, dá para conhecer boa parte dos recantos mais bonitos de Alagoas. Mas atenção: o roteiro deve ser pensado conforme as fases da lua. Isso porque quem dita o ritmo dos passeios por ali é a tábua das marés. Apenas com ela em mãos você saberá a época do mês mais propícia para viajar e o melhor horário do dia para visitar as piscinas naturais que se espalham por todo o litoral do estado.

Adobe Stock: Gabriel Borghi – Cadeira gigante de Maceió, Alagoas

Quando ir

Faz calor o ano todo em Alagoas. Chove mais entre março e agosto – o que não chega a ser um grande empecilho. Da primavera até o fim do verão, o clima é quase sempre ensolarado, mas as tarifas dos hotéis ficam mais caras.

Adobe Stock: Bydronevideos – Praia de São Miguel dos Milagres – Alagoas, Brasil

Grandes eventos para colocar na agenda

De manifestações folclóricas a baladas privé, a ordem é se divertir desde o cobiçado Réveillon em São Miguel dos Milagres até o Festival da Lagosta de Maragogi, em novembro. Acompanhe.

Réveillon

O ano já começa fervilhando em Alagoas. Na capital, além das comemorações populares com queima de fogos à beira-mar, algumas festas privadas atraem milhares de pessoas, como o Réveillon Allure, em Jatiúca, e o Celebration – autointitulado o melhor Réveillon All Inclusive do Brasil, com 12 horas de música na Praia de Jacarecica. A virada de ano mais badalada do Estado, no entanto, é a da pacata São Miguel dos Milagres.

Créditos: São Miguel por Milagres.

Verão e prévias de Carnaval

A estação mais quente do ano é celebrada em Maceió com muita animação. Aos fins de semana, ocorrem shows com grandes nomes da música na Praça Multieventos da Praia da Pajuçara. Também tem o Giro dos Folguedos, quando grupos folclóricos se apresentam em pequenos palcos erguidos ao longo do calçadão.

E em fevereiro começam as prévias de Carnaval, com blocos de rua arrastando foliões desde o Jaraguá até a avenida à beira-Mar. O maior deles é o Pinto da Madrugada. Em Maceió, aliás, as vésperas da folia são mais divertidas do que o feriado em si, e servem de “esquenta” para quem pretende pular o Carnaval em Recife ou Olinda.

Adobe Stock: Anderson – Carnaval nas ruas de Olinda – Recife, Pernambuco

São João

Embora as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) roubem a cena, Maceió também tem festas de São João sim, sinhô. Um dos destaques da programação é o concurso de quadrilhas. Também há arraiais nos bairros, coco de roda e apresentações do boi, que são sempre embaladas ao som de tambores, mas em nada se assemelham aos bumbás de outros estados. Para completar a lista de atrações juninas, shows musicais levantam o público.

Adobe Stock: Campina Grande – Cenas brasileiras

Escapadas pelos arredores

Maceió serve de ponto de partida para quem quer curtir as praias de estados vizinhos ou saber mais sobre Lampião, Zumbi e as histórias que envolvem o Velho Chico no interior de Alagoas. Veja o que pode entrar no roteiro.

Adobe Stock: Thatiana – Velho Chico

Penedo

A 15 minutos de carro de Piaçabuçu está a histórica Penedo, que se vangloria de ser a cidade mais antiga de Alagoas, com atrativos que remetem a 1560, quando Duarte Coelho de Albuquerque fundou o município como marco da conquista definitiva de todo o Baixo São Francisco. A viagem no tempo pode começar com uma visita às igrejas e terminar no Paço Imperial, que hospedou D. Pedro II e sua comitiva em 1859.

Adobe Stock: Fernando Brandão – Igreja de São Francisco, Penedo, Alagoas

Piranhas e Canindé de São Francisco

Algumas agências de turismo em Maceió oferecem o passeio Cânions do São Francisco. Trata-se de um bate-volta pelo interior alagoano com tour de barco no trecho onde o Velho Chico separa a cidade de Piranhas, em Alagoas, da sergipana Canindé de São Francisco. Embora vizinhos, os dois municípios são bem diferentes.

Adobe Stock: Andrluis – Cânion do Xingó, Canindé de São Francisco, Sergipe

Piranhas tem ruas estreitas cheias de casinhas coloridas do século 19 e abriga o Museu do Sertão na antiga estação ferroviária. Foi ali que a cabeça de Lampião ficou exposta depois de ele ser morto na Grota do Angico – destino do passeio Rota do Cangaço, que parte do porto de Piranhas e faz parada em uma vila de rendeiras.

Já Canindé foi reconstruída no alto de um cânion após ser alagada para dar lugar à Hidrelétrica de Xingó. Hoje,  pode-se visitar a usina e fazer roteiros de catamarã ou lancha pela área represada, com direito a pit stop para banho no Paraíso do Talhado – cenário da minissérie Amores Roubados, da Rede Globo.

Adobe Stock: J.P. – Piranhas, Alagoas

Serra da Barriga

Localizada no município de União dos Palmares, a cerca de 1h30min de carro de Maceió, a Serra da Barriga tem extrema importância para a história brasileira. Foi para as matas fechadas deste pedacinho do Planalto da Borborema, situado a 500 m de altitude, que milhares de negros rebelados fugiram durante o período de dominação portuguesa e holandesa, formando o famoso Quilombo dos Palmares.

Estima-se que 20 mil escravos tenham vivido ali entre 1597 e 1695, incluindo o líder Zumbi, símbolo da resistência e luta contra a escravidão.

Hoje, um passeio pela região passa obrigatoriamente pelo Parque Memorial Quilombo dos Palmares, o primeiro do Brasil a explorar a temática da cultura negra. Nele, a história é recontada em réplicas das edificações mais importantes do quilombo, como a Casa de Farinha, o Terreiro das Ervas, as ocas indígenas e o palco de manifestações artísticas.