O que fazer sem St. Barth, um das ilhas mais glamorosas do Caribe
Nem parece Caribe. Não há salsa tocando nos bares, tampouco se veem garçons de camisas floridas servindo tequila. As pessoas falam francês, e, pela quantidade de lanchas e iates ancorados no porto, seria possível pensar que se trata de Saint-Tropez (França) ou Mônaco. Mas aquelas praias de areia branca, com muito o que fazer, são inconfundíveis: ali só pode ser Caribe.
A despeito dessa bem-vinda coincidência geográfica, Saint-Barthélemy – ou simplesmente St. Barth – é realmente diferente de qualquer outra ilha da vizinhança. A começar pelo fato de ser a mais chique entre todas elas, refúgio de verão de famosos e endinheirados do mundo inteiro. Tem sido assim desde os anos de 1950, quando o multimilionário banqueiro norte-americano David Rockefeller, hoje ainda vivo e herdeiro da fortuna do magnata do petróleo John D. Rockefeller, construiu ali sua casa de veraneio.
Foi o início da metamorfose da então vila de pescadores para um dos lugares mais exclusivos e reservados do planeta. A cada verão, muitas celebridades internacionais de alto calibre (e conta bancária idem) chegam para passar as férias em St. Barth. Trazem suas carteiras forradas de dinheiro e de poderosos cartões, que pagarão pela liberdade de circular como simples anônimos.
De repente, a ex-top model Cindy Crawford pode estar fazendo alongamento na praia ou o ator Leonardo DiCaprio tomando uma bebida no bar do hotel. E ninguém liga, ou finge que não. Como não pega bem pedir autógrafo nessa ilha glamourosa, os visitantes fazem o mesmo ar blasè das celebrities e cada um segue em seu dolce far niente.
Como chegar a St. Barth
St. Barth fica a duas horas de voo de Miami (EUA) e a 30 km de Sint- aarten/Saint-Martin, ilha mezzo holandesa mezzo francesa, de onde partem ferry boats, que levam apenas 40 minutos na travessia. Minúscula, com apenas 21 km2 de território, a ilha esconde belas praias e hotéis pequenos no tamanho, mas que esbanjam luxo. E, ao contrário da maioria das nações caribenhas, nas mãos de espanhóis, ingleses e holandeses, St. Barth é uma possessão francesa, o que em parte explica sua inclinação ao requinte e à predileção pelo vinho rosé.
Em 1785, porém, a França cedeu a ilha aos suecos, retomando o controle quase um século depois, em 1878. A herança escandinava deixou marcas que ainda persistem na arquitetura das casas e no nome das ruas da capital, Gustavia, cujo nome é homenagem ao rei sueco Gustavo III (1746-1792). Gustavia é o ponto de chegada dos visitantes. Ali foi construído um porto à prova de furacões, protegido pelas montanhas da costa oeste da ilha. Com a
chegada do verão, a área fica tomada de iates de todos os tamanhos, que costumam chegar antes de seus afortunados donos.
As praias
Tanto requinte em tão pouco espaço se junta a outra peculiaridade: a geografia da ilha, que é íngreme e árida, com muitas montanhas a desenhar enseadas pequenas e escondidas. São 17 praias no total, algumas com acesso apenas por barco ou caminhando por trilha. À maioria delas, porém, se chega facilmente de carro, seguindo por uma estrada estreita e sinuosa que circunda a ilha completamente. Com um veículo alugado, é possível percorrer todo o litoral de St. Barth em menos de uma hora.
Mas ninguém consegue resistir a estacionar ao lado dos vários mirantes disponíveis para contemplar a vista. Todas as praias são públicas, embora nem todas tenham estrutura para o turista. Saint-Jean e Nikki Beach são as faixas de areia mais movimentadas, endereço dos bares e restaurantes mais disputados. Em Nikki Beach, fica o famoso restaurante de mesmo nome.
Para conhecer faixas de areia mais isoladas, basta rodar até as praias da costa sul, como Grande Saline e Toiny, ou então ao extremo oeste da ilha, onde está a Baía de Colombier, selvagem e com acesso apenas por barco ou numa trilha de 30 minutos, que começa no mirante de L’Orignon. Ricas em vida submarina e com um mar de incrível transparência, as praias locais são ótimas para o mergulho livre. Basta usar máscara e snorkel para ver peixes coloridos e muitos corais nos costões rochosos. Já para mergulhadores de carteirinha há cerca de 30 pontos para mergulho autônomo na ilha.
Villas
St. Barth não costuma se esforçar muito para atrair visitantes. Até porque a capacidade hoteleira é limitada, o que também contribui para os preços levemente inflados. Não há grandes hotéis ou resorts, tão comuns em outros recantos das Antilhas, porque uma lei local proíbe construções altas, para não descaracterizar a paisagem. A hospedagem típica são as villas, mistura de asa de praia grã-fina com os serviços de uma pousada de primeiríssima qualidade.
Todas trazem um conceito de luxo, o qual não é feito com lustres de cristal ou cortinas felpudas. As casas são modernas e clean, com paredes envidraçadas e amplas varandas. A cozinha costuma ser externa, anexa ao deque com piscina de borda infinita, moda que pegou por ali. Os hotéis também trazem essa exclusividade. As construções predominantes são os bangalôs independentes espalhados por jardins bem cuidados, muitas vezes com piscina privativa.
Atualizada em: 08/02/2024