O que fazer ao visitar as cidades históricas de Minas Gerais

Adobe Stock: Igreja Santo Antônio, Tiradentes, MG – Gilberto Mesquita

Há muito o que fazer nas cidades históricas de Minas Gerais. Destinos como Ouro Preto, Diamantina e Tiradentes, por exemplo, atraem não apenas os entusiastas culturais, mas também quem gosta de boa gastronomia e festas enormes, sobretudo na época do Carnaval. Para o poeta Manuel Bandeira, a maior virtude de Ouro Preto, a mais expoente entre as cidades históricas de Minas, é “não mudar”. De fato, o destino parece ter parado nos tempos áureos do século 18, quando os metais preciosos da então Vila Rica faziam as lendas do Rei Salomão parecerem mero conto infantil.

Adobe Stock: Ouro Preto, MG – Brastock Images

Hoje, as jazidas cedem espaço a outro tesouro: o conjunto de monumentos centenários, que testemunharam passagens importantes da história brasileira. As igrejas de Nossa Senhora do Pilar e de São Francisco de Assis são exemplos impecáveis da nossa arte barroca. Assim como os museus da Inconfidência e do Oratório, que guardam valiosas obras de Aleijadinho.

Caminhar é a melhor forma de conhecer essas e outras atrações que conferiram à cidade, situada a 107 km de Belo Horizonte, o título de Patrimônio da Humanidade. Por isso, reserve um par de sapatos confortáveis para percorrer as vielas e ladeiras de pedra até a Praça Tiradentes, palco de eventos cobiçados como o Festival de Inverno, o Carnaval de rua, os cortejos de Semana Santa, a mostra de cinema e o Tudo É Jazz.

Adobe Stock: Igreja São Francisco de Assis, MG – Pedro

Adobe Stock: Ouro Preto, MG – Fred Pinheiro

Tiradentes

Muito se diz que Tiradentes, localizada a 196 km de Belo Horizonte, é a mais preservada das cidades coloniais brasileiras. Mais até do que Ouro Preto, sua vizinha famosa no interior de Minas Gerais. Talvez haja certo exagero nisso, mas a cidade é, no mínimo, mais autêntica do que muitas outras, além de bem arrumadinha e minúscula. Não à toa, costuma atrair desde casais em busca de uma viagem romântica até famílias com crianças pequenas.

É quase impossível não gostar de lá e por vários motivos. A começar pelo charmoso centro histórico, com calçamento de pedras onde rangem as charretes que levam os turistas a um passeio. Tudo é tão bonito que a TV Globo adora gravar novelas e minisséries de época no pedaço. A cidade já serviu de cenário para Os Maias, Hilda Furacão e JK, por exemplo.

Adobe Stock: Tiradentes, MG – Willbrasil21

Adobe Stock: Tiradentes, MG – Fred Pinheiro

São João del Rei

O passeio mais original em Tiradentes é andar na velha maria-fumaça até a vizinha São João del Rei em uma ferrovia inaugurada por D. Pedro I. Dá para ir e voltar no mesmo dia, já que são apenas 6 km entre as duas cidades, ou meia hora de trem. Em São João del Rei, vale visitar a Igreja de São Francisco, cercada por palmeiras imperiais, onde a missa de domingo de manhã inclui concertos de música clássica com uma orquestra com dois séculos de tradição.

Adobe Stock: Igreja Nossa Senhora das Mercês, São João del Rei, MG – Hugo

Adobe Stock: São João del-Rei, MG – Hugo

Grandes atrações

De volta a Tiradentes, o principal programa é caminhar com calma pelas ruas de pedras, parando para admirar a Igreja Matriz de Santo Antônio, abarrotada de ouro nos adornos barrocos e com um relógio de sol em seu adro feito com pedra-sabão. Outro ponto de visitação é o Museu do Padre Toledo, que fica na casa onde os inconfidentes realizavam suas reuniões secretas.

O centro histórico da cidade está tão bem conservado que quase ninguém nota que, a despeito das casas usarem lâmpadas no lugar de lampiões, não existe um único fio ou poste comprometendo a paisagem. É lá que fica a maioria das pousadas de Tiradentes, boa parte delas com instalações acima da média. Em agosto, quando rola o Festival Cultura e Gastronomia, as opções de hospedagem se esgotam rapidamente. O evento conta com a presença de chefs renomados – e seus deliciosos pratos – de vários países.

Outra grande atração regional são as compras. Tiradentes produz um artesanato bem bacana, com destaque para as “namoradeiras”, aquelas bonecas que imitam pessoas na janela. Por todo canto da cidade há lojas e ateliês de arte. Além disso, a região é um importante centro para compras de antiguidades e móveis rústicos, uma espécie de meca para arquitetos e decoradores.

Adobe Stock: Igreja Matriz de Santo Antônio, Tiradentes, MG – Ronaldo Almeida

Adobe Stock: Museu do Padre Toledo, Tiradentes, MG – Gabrielle

Diamantina

Declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a cidade onde nasceu Juscelino Kubitschek reúne edificações preservadas em seu centro histórico e barzinhos que lotam de universitários. A melhor forma de explorar os becos e vielas de Diamantina (MG), a 305 km de Belo Horizonte, é caminhando. Só assim o visitante consegue parar em cada esquina para comprar suvenires nas lojas de artesanato, visitar igrejas barrocas e participar de uma seresta ou roda de violão.

Já quem decide pular o Carnaval por lá precisa de preparo físico: são cinco dias de folia ininterrupta em meio aos casarões antigos e o sobe e desce de ruas estreitas. De dia, a animação fica a cargo dos blocos caricatos; à noite, assumem o comando famosas batucadas.

Adobe Stock: Diamantina, MG – Pedro

Adobe Stock: Diamantina, MG – Uwe Bergwitz

Adobe Stock: Catedral Metropolitana de Santo Antônio da Sé, Diamantina, MG – Uwe Bergwitz