O azul, o branco e o espetáculo de Santorini

Adobe Stock: Oia, Santorini – Allard1
Santorini entrou no mapa turístico há uns 40 anos. Hoje, é a favorita de quem busca as paisagens memoráveis mais retratadas do Mar Egeu. A visão de Thira, seu nome em grego, seja do mar ou do ar, é inesquecível. O contraste entre o branco das construções e o azul das cúpulas das mais de 300 igrejas ortodoxas, se confundindo com o céu, é um clássico e uma das maiores atrações da Grécia – não à toa, esse é o cenário deslumbrante que costuma vir à mente quando se pensa em ilha grega.
O fato é que são assim mesmo os estonteantes entardeceres em Santorini. Afinal, é difícil chegar tão perto daquele lugar e não se entusiasmar a ver – ou rever – as casas brancas e as igrejas de cúpulas azuis no alto das vertiginosas falésias em tons de ocre. Tudo isso de frente para a caldeira de um vulcão. E, de preferência, com todo o conforto que você merece. Oia e a capital, Fira, os dois principais vilarejos da ilha, se equilibram à beira de um penhasco. Cerca de 30 minutos de carro, dependendo do trânsito, separam as duas cidades.

Adobe Stock: Oia, Santorini – Santosha57
Ambas oferecem o belíssimo espetáculo do pôr do sol atrás da caldeira, a cratera inundada do vulcão que deu vida a Santorini. A violenta erupção ocorreu há mais de 3.665 anos, e o que sobrou é uma obra primorosa da natureza. Hoje, barcos levam até Nea Kameni, ilha que surgiu no meio na caldeira. É possível caminhar por lá, vendo fumaça saindo da terra e sentindo cheiro de enxofre. Também dá para nadar nas águas mornas em tons de esmeralda de Palea Kameni, que fica bem ao lado. Fascinante, o passeio é promovido pelos hotéis mais luxuosos da ilha.
Mais do que belas paisagens a erupção do vulcão emprestou a Santorini uma terra fértil para o cultivo de parreirais que dão origem ao vinsanto, vinho naturalmente doce feito com a uva assyrtiko. Várias vinícolas oferecem degustações. Criada há mais de 70 anos, quando nem luz havia na ilha, a SantoWines, no vilarejo de Pyrgos, reúne produtores locais e colabora para a preservação das técnicas de cultivo tradicionais, aliadas a padrões sustentáveis. Os vinhedos, por exemplo, são dry farming. Isso significa que solo vulcânico absorve a umidade do ar. Água mesmo, só quando chove. A sede da cooperativa abriga uma moderna produtora, loja e centro de visitantes com vista para o mar.

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Adobe Stock: Vinhedo, Santorini – Wjarek
Fira
Em Fira, singelas ruas calçadas em pedra abrigam galerias de arte, cafés, restaurantes e nightclubs. Dá para ficar horas flanando por ali. O teleférico que leva ao porto antigo, num percurso de 300 metros penhasco abaixo, é um passeio perfeito para observar o cenário da região. Vale a pena realizá-lo durante o dia, para ver os detalhes das formações rochosas vulcânicas.

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Adobe Stock: Fira, Santorini – David
Oia
Patrimônio da Humanidade da Unesco, a vizinha Oia é mais tranquila, com ruelas floridas para pedestres, gatos, cachorros, cavalos e burros, moinhos de vento, lojas charmosas de artesanato, joalherias… É lá que está a imagem mais fotografada da Grécia, com as cúpulas azuis distribuídas entre labirintos de casinhas brancas. Cruzeiros chegam por lá quase todos os dias, já próximo do horário de o sol se mandar, já que muitos o consideram o mais bonito do mundo.
As ruas ficam lotadas com os turistas de olho no astro-rei, mas é aí que surge o grande segredo de Santorini: a escolha da hospedagem é fundamental para garantir a vida boa na região. Praias não são o ponto forte, e o melhor lugar para observar a paisagem é na privacidade do dequeda suíte ao lado da jacuzzi ou na piscina de borda infinita avançando sobre o azul profundo do Egeu. Hotéis com quartos que mais parecem amplas cavernas brancas, com sacadas para a caldeira, organizam as atividades em terra, mar e ar, como transfer de chegada e saída. Tem passeios de barco para praias escondidas nas ilhotas vizinhas, voos de helicóptero, cavalgadas pelas areias escuras e pedregosas ao sul, degustações de vinhos, visitas às galerias de arte.

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Adobe Stock: Oia, Santorini – Frédéric Prochasson
5 “vulcanismos” em Santorini
Tudo em Santorini acontece em torno de seu vulcão adormecido. O pôr do sol é hors-concours, mas não deixe de fazer esses outros cinco programas.
1 Andar entre os rolos de fumaça de Nea Kameni.

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2 Nadar nas águas quentes de Palea Kameni.

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3 Passear de teleférico observando as formações rochosas.

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4 Experimentar os vinhos do terroir local.

Adobe Stock: Degustação de vinhos, Santorini – Valentinos Loucaides
5 Visitar o sítio arqueológico de Akroiti.

Adobe Stock: Akrotiri, Santorini – Wjarek
Como chegar
História para contar também não falta a Atenas, a capital do país que dá acesso a todas essas ilhas gregas. Dali partem voos diários, que duram menos de uma hora, para Santorini.

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Adobe Stock: Santorini – Kaspars Grinvalds
Atualizada em: 06/06/2023