Muralha da China e muito mais: Descubra as atrações de Pequim
Pequim, a capital chinesa, é repleta de atrações, mas a que os turistas mais querem ver, na verdade, fica em Badaling, a 70 km de lá. Trata-se de um dos trechos mais visitados da Grande Muralha da China. Esse ícone da construção mundial teve início com modestas barreiras ao norte, ainda na dinastia Qin (221 a 206 a.C.). Quando os territórios se unificaram, a muralha cresceu. A quantidade de visitantes hoje, também. Ocidentais são minoria.
Em Badaling, o espesso muro, construído durante a dinastia Ming (1368- 1644), período que marcou o apogeu do projeto, está bem conservado. A facilidade de acesso é por conta de um teleférico que leva ao topo da montanha. Depois, atravessa-se um túnel a pé, que desemboca num ponto intermediário da bela muralha, que segue a perder de vista. Já cansou? Muitos ficam no fim do túnel mesmo, já que a mera vista da obra serpenteando as montanhas já é linda.
Vai em frente? Prepare-se. Chegar à Torre de Observação exige subir degraus e rampas, com direito a paradas para beber água e tirar fotos. A estupenda passarela militar chega a seis metros de largura. O objetivo era facilitar a movimentação de tropas. Em pontos estratégicos, para enganar inimigos, foram erguidas até 20 muralhas paralelas. Nada, porém, impediu os invasores. Hoje, os que chegam com fúria são os turistas: mais de dez mil por dia.
Cidade Proibida
Igualmente impressionante é a Cidade Proibida, complexo palaciano onde moraram 24 imperadores durante a vigência de duas das principais dinastias: Ming e Qing (1644-1912). A entrada principal é pela Praça Tiananmen, a Praça da Paz Celestial, a maior em área urbana no mundo. Mede 800 por 500 metros e resulta de um desejo de Mao de ter espaço para reunir 500 mil seguidores. Mesmo tendo morrido há décadas, sua imagem ainda está lá: uma foto gigante fica no local em que ele proclamou a República Popular da China, em 1949. Ainda hoje, seu corpo embalsamado atrai multidões.
Para o Ocidente, a praça está marcada pelo massacre de estudantes, que ali ocorreu em 1989. A imagem de um jovem, que em protesto ao Partido Comunista se postou em frente a um tanque de guerra, tornou-se icônica. Talvez por isso, ainda hoje a segurança da área seja intensa. É preciso passar por detector de metais, e guardas se misturam aos turistas. Os frequentadores, porém, incluindo muitos simpáticos chineses, hoje passeiam ali em clima de paz e amor.
Construída no eixo central de Pequim, a Cidade Proibida foi estabelecida simetricamente a partir dali, marcando o centro do universo e do poder imperial. Com superfície de 720 mil m², é o maior complexo de palácios do mundo, cercado por 3,4 km de muros com dez metros de altura, fossos de seis metros de profundidade e 52 metros de largura. Os números grandiosos se estendem aos visitantes: cerca de 50 mil por dia, crescendo para 150 mil na alta temporada.
Consta que o complexo tem propositalmente 9.999,5 aposentos, pois o número 9 significa longevidade e o 0,5 é para recordar que um mortal não atinge a perfeição. Oficialmente, são “apenas” 8.707 cômodos, mas essa contagem não inclui as ante câmeras. Com construções vermelhas e amarelas, o complexo imperial é dividido em duas partes. A área externa tinha fins cerimoniais e a do norte era a chamada Corte Interior, ala da aristocracia.
Todo o planejamento seguiu o feng shui. Há muitas estátuas de leão (e com cara de cachorro), sendo fêmea a que tem o filhote sob a pata. O macho apoia a pata em uma bola. Isso é importante por lá para equilibrar a proteção contra maus fluidos. A mais importante das quatro entradas fica ao sul e exibe cinco portões – o do meio era de uso exclusivo do imperador, assim como o caminho de mármore numa rampa entalhada com dragões recolhendo pérolas entre nuvens. O que se vê logo que se atravessa o portão é o Hall da Suprema Harmonia ou Hall do Trono Dourado. Imponente, tem 35,5 metros de altura.
Na época dinástica, nenhuma outra construção poderia ser mais alta em respeito ao imperador, que tinha mulher e concubinas e à noite selecionava aquela com quem queria se relacionar. O imperador Qianlong, por exemplo, teve duas esposas e 29 concubinas. Aquela que era solicitada mais vezes tornava-se a mais influente. Muitas delas usaram o belo Jardim Imperial Yu Hua Yuan, de 11.700 m². É onde se concentram os turistas que cruzam os 960 metros de sul a norte.
Templo do Céu
Em 1987, a Cidade Proibida foi declarada Patrimônio da Humanidade. Onze anos depois, o mesmo ocorreu com Tian Tan Gongyuan (Templo do Céu), complexo de templos taoístas de 1420 e também utilizado pelos poderosos das dinastias Ming e Qing. Era ali que se faziam sacrifícios para obter uma colheita farta e oravam pelos ancestrais no solstício de inverno. A área é maior que a da Cidade Proibida, afinal, a morada do filho do céu não poderia superar a que representa o próprio céu.
Gastronomia
Um do passeios curiosos em Pequim é o Donghuamen Night Market. Extremamente limpo, esse mercado existe desde 1984 e, por seus 200 metros de área, é grande a oferta de alimentos exóticos. São escorpiões fritos, que o povo jura que parece pipoca; casulos de bicho-da-seda, que vendedores alertam que podem queimar a língua; centopeias para comer com sal; gafanhotos proteicos que, dizem, têm sabor de frango; e os caros e medicinais cavalos-marinhos, que, apesar do risco de extinção da espécie, eles seguem consumindo para a saúde dos rins.
Atualizada em: 25/09/2023