Moscou e suas estações de metrô que parecem palácios
Qualquer passeio por Moscou, a capital, russa cidade deve começar pelos mais famosos e marcantes cartões-postais moscovitas: a Praça Vermelha, a colorida Catedral de São Basílio e o Kremlin. As três atrações ficam localizadas em um mesmo espaço e impressionam por sua magnitude e beleza.
Construída entre 1555 e 1561, a Catedral de São Basílio é o resultado da junção de nove capelas menores. Todo o seu charme está nas nove cúpulas coloridas, de tamanhos e alturas diferentes. A beleza da catedral é tanta que diz a lenda que o czar Ivan, o Terrível, ficou tão encantado com o resultado que mandou cegar o arquiteto responsável para que ele não repetisse sua obra.
Depois de contornar a catedral, a Praça Vermelha propriamente dita descortina-se à sua frente. O espaço aberto impressiona pela grandeza e arquitetura ao seu redor. É aqui também que fica o mausoléu de Lênin, o líder do partido Bolchevique e responsável pela implementação do socialismo e da antiga União Soviética. O corpo embalsamado pode ser visitado por turistas, desde que seguidas as mais rígidas regras de silêncio e respeito.
Em outra extremidade da Praça Vermelha, um grande edifício com uma fachada de 242 metros em estilo medieval russo é o melhor lugar para um breve descanso. Trata-se de um antigo mercado popular que, após o fim da União Soviética, foi transformado em um shopping de alto luxo com grifes internacionais. O Gum é a prova definitiva de como a era comunista está enterrada no passado.
No alto da capital
Depois se encantar com a Praça Vermelha e seus arredores, o roteiro por Moscou segue margeando o rio que deu o nome à capital russa, passa por largas avenidas até chegar ao ponto mais alto da cidade. Na Colina dos Pardais, tem se uma vista panorâmica de (quase) toda a cidade.
Ao longe, seis prédios monumentais espalhados por diversos pontos se destacam. Eles fazem parte de um conjunto de sete arranha-céus (o sétimo prédio fica na própria colina), construídos a mando de Stalin, que considerava que Moscou carecia de edifícios dessa magnitude e, principalmente, não poderia ficar atrás de Nova York nesse quesito.
Atualmente, as Sete Irmãs abrigam sedes ministeriais, hotéis, apartamentos residenciais e uma universidade. O tour pode passar ainda por uma simpática rua exclusiva de pedestres. Trata-se da Arbat (Арбат), que está sempre repleta de artistas e muitas lojas de souvenires.
Estações ou palácios
Entre as atrações de Moscou destacam-se as estações de metrô. Inaugurado em 1935, o meio de transporte público moscovita tem estações que são verdadeiros palácios. E essa era realmente a intenção de Stalin quando ordenou a construção do sistema metroviário.
As estações são finamente decoradas com muitas obras de arte, esculturas, vitrais e mármores. A riqueza é tão grande que vale a pena ficar algumas horas andando sem rumo, parando a cada estação, algo que eu faria mais tarde em um tour noturno.
Kremlin
Uma vez em Moscou, não deixe de visitar o Kremlin. Quase todas as cidades russas possuem, ou já possuíram, um Kremlin. É que a palavra, em russo, significa fortaleza. E com um histórico de tantas batalhas, era essencial que o povo se refugiasse dentro de um para se defender. Hoje, o Kremlin moscovita, erguido em 1147, é muito mais uma atração turística do que um local de defesa. A segurança especial fica reservada ao prédio que abriga o escritório do presidente e do primeiro-ministro.
O passeio pelo Kremlin passa pelo maior canhão do mundo e pelo maior sino do mundo até chegar a uma praça central que reúne três catedrais seculares. A principal delas é a Catedral da Anunciação, construída no final do século 15, para uso exclusivo da corte. Hoje, são os turistas que tomam conta do local todos os dias.
Matrioshkas
Feitas de madeira e pintadas trajando roupas usadas pelas russas no campo, as matrioshkas – série de pequenas bonecas encaixadas umas dentro das outras e cujo nome significa “mãezinha” em russo – são símbolo do artesanato do país. Mas a peça, na realidade, é originária do Japão, tendo chegado à Rússia em 1890 como um presente à família Mamôntov, grande patrocinadora das artes no século 19.
Baseando-se no brinquedo japonês, o artesão Vassily Zvyôzdotchkin criou a primeira bonequinha de madeira, que tornou-se a “cara” do país depois que o artista Sergei Maliutin fez uma pintura na referida peça e a exibiu na Exposição Internacional de Paris, em 1900. Hoje, é possível comprar as bonequinhas em diversas lojas de Moscou e outras cidades do país.
Visual moderno
No caminho entre o aeroporto e seu hotel, é possível observar alguns contrastes russos. O país que viveu por mais de mil anos uma monarquia dividida em duas dinastias, a dos Rurikovitchi (879 a 1610) e a dos Romanov (1613 a 1917), e passou pelo comunismo na extinta União Soviética (1917 a 1991), hoje está completamente aberto ao mercado mundial.
Prédios suntuosos da época dos czares convivem ao lado dos antiquados edifícios da era soviética e de modernas construções que começaram a se proliferar a partir da década de 1990. Isso é uma síntese de Moscou, que tem ainda um povo solícito e aberto aos turistas, apesar das dificuldades do idioma. Políticos à parte, trata-se de um dos destinos mais interessantes para se visitar no planeta.
Atualizada em: 28/07/2023