Los Cabos é palco de praias com atrações mais baladas do México. – Voupranos

Los Cabos é palco de praias com atrações mais baladas do México.

Adobe Stock: Los Cabos, Mexico – Gabriel O.

Los Cabos, na costa pacífica do México, é hoje o balneário mais badalado do país. Repleto de atrações, o destino situado na Península da Baja Califórnia, a apenas uma hora e meia de voo de San Diego, nos Estados Unidos, se transformou nos últimos anos. O que duas décadas atrás era um sonolento vilarejo de pescadores, castigado pela secura do Deserto de Sonora, converteu-se num local desejado para as férias de pessoas do mundo inteiro.

As atrizes Gwyneth Paltrow e Jennifer Aniston, o cantor-ator Justin Timberlake e o ex-presidente americano Barack Obama estão entre as figurinhas carimbadas que já tiveram sua cota de mimos e relax no balneário. E para servir a esse público AAA, os hotéis não poupam malabarismos. Suítes dignas de um conto de fadas tropical, piscinas de borda infinita e campos de golfe são os ingredientes básicos dos bons resorts.

Os empreendimentos de primeiríssima linha vão além. Mordomos dobram as roupas dos hóspedes e preparam a banheira na temperatura desejada. O visitante pode solicitar todo e qualquer serviço, como um jantar – privativo, evidentemente – em qualquer lugar que lhe der na telha e até telescópios para contemplar o céu, que, à noite, é um deslumbre. Quando o assunto é agradar à clientela, a nem tão tênue linha entre conforto e exagero é ignorada. E a estrutura voltada para o turismo cresce sem trégua.

Maiores cidades da península, Cabo San Lucas e San José del Cabo praticamente viraram uma só. Os 33 km de estrada que antes as separavam foram ocupados por uma sequência de hotéis, restaurantes e spas, o Corredor Turístico –um nome simples demais, por sinal, para uma vizinhança tão exclusiva.

Adobe Stock: Los Cabos na marina de Cabo San Lucas – Eskystudio

Adobe Stock: Los Cabos na marina de Cabo San Lucas – Eskystudio

Cabo San Lucas

As cidadezinhas que cercam a quintessência do luxo mexicano também se transformaram para agradar a uma clientela cuja maioria esmagadora vem dos Estados Unidos. De mero vilarejo pesqueiro, Cabo San Lucas ganhou ares de possessão americana: marina salpicada de iates, shopping com ar- condicionado bombando e um vaivém de gringos avermelhados dão o tom no centrinho.

O tempero local, porém, resiste e está nas edificações espremidas entre uma construção e outra, onde máscaras de lucha libre (coloridos acessórios como os usados por lutadores mexicanos) dividem as prateleiras com cerâmicas e lenços pintados à mão. Também não faltam lojinhas que vendem tequila e iguarias regionais, como conserva de pimenta e doce de agave.

Adobe Stock: Los Cabos – Eskystudio

San José del Cabo

A não ser pelo comércio de artesanato e quitutes, a moderninha Cabo San Lucas mal parece ser vizinha da rústica vizinha San José del Cabo. O mercado hoteleiro fervilhante as aproximou geograficamente, mas elas têm pouco em comum. Mesmo porque há três séculos de história entre elas, já que San José del Cabo é o lugar mais antigo do pedaço. Uma das 28 missões espalhadas pela Baja Califórnia, hoje parte do México, e pela Califórnia, em solo americano, a vila ganhou forma no século 17, pelas mãos dos jesuítas espanhóis. Em torno da missão, San José multiplicou seu tamanho até virar a cidade que atualmente é, com cerca de 70 mil habitantes.

O centro permanece alheio à passagem do tempo, com uma praça que desperta no fim da tarde e serve de ponto de encontro dos moradores; um coreto onde uma banda colegial ensaia canções desafinadas; e uma igreja que espia a movimentação do alto da escadaria. Dali, é natural seguir pela Calle Álvaro Obregón, ladeada de casas coloniais coloridas e endereço de galerias de arte e butiques. Se você já pisou numa feirinha na Cidade do México, vai se assustar com os altos preços cobrados ali pelos mesmos tapetes bordados, vasos de cera de abelha e cerâmicas, mas nada que invalide o passeio.

Conforme escurece, os casarões com as lamparinas acesas garantem uma beleza renovada ao centro, e a brisa do mar, que quebra o calorão, convida para sair à rua. Sempre parece dia de “festa do interior”, com as turistas desfilando os vestidos bordados comprados na cidade, crianças atrás dos vendedores de balões e ambulantes oferecendo tamales (massa geralmente feita à base de milho e recheada de carnes, queijos, legumes e pimentas) e outras comidas típicas.

Adobe Stock: Cabo San Lucas – Gary

Adobe Stock: Centro de Cabo San Lucas – Natalia

Puerto Los Cabos

Se San José del Cabo tem um quê da colonial Paraty (RJ) e Cabo San Lucas flerta com Cancún, Puerto Los Cabos não se parece com nenhuma das duas. Ali, a orla pertence a hotéis vizinhos de porta, mas totalmente diferentes uns dos outros. As ruas de paralelepípedos, largas e cercadas de palmeiras, convidam para um passeio a pé, embora também haja caminhos traçados para os ciclistas. Raridade naquelas bandas, em Puerto Los Cabos há uma praia de mar tranquilo, com uma marina de onde partem expedições de pesca e passeios de veleiro. Lojas e restaurantes abriram as portas nos últimos anos, trazendo muita gente para a região.

Adobe Stock: Los Cabos – Cristian

Adobe Stock: Puerto marítimo – Poncho White

Deserto de Sonora

A paisagem na costa domesticada por conta da chegada dos turistas é a antítese do Deserto de Sonora, que envolve toda a península com seu bafo quente e seco. A partir do Golfo da Califórnia, ao sul, e para além da fronteira com os Estados Unidos, o deserto estende um manto de terra vermelha sobre o litoral, aqui e ali coberto por cactus. Os hotéis, com seus jardins irrigados e piscinas de borda infinita, são como oásis no terreno árido.

A real dimensão de onde as maravilhas de Los Cabos se inserem se apresenta com mais clareza do alto. Visto da janela do avião, o deserto é uma mancha interminável em tom terracota. Mal se notam as cidades, e as linhas que rasgam o solo são o curso dos rios, totalmente secos, já que chove apenas de cinco a dez dias por ano na região. Mesmo quando a água cai, o clima não fica ameno, e geralmente traz junto um ciclone ou pelo menos uma enxurrada respeitável.

O mar também não dá trégua. A maioria das praias não é indicada para banho, em função das correntes violentas e das grandes ondas que quebram no raso. À frente dos grandes hotéis, não é raro a presença de seguranças para manter as pessoas longe da água. Isso vale em especial para os resorts all inclusive, onde hóspedes embalados pelos drinques à vontade, vez por outra, se põem a testar se a maré é mesmo forte.

Adobe Stock: Aldeia Mexicana, matagal do Deserto de Sonora em Cabo San Lucas – Danita Delimont

Arco do Fim da Terra

Essa natureza arisca é o visual e a razão de existir dos hotéis, que oferecem fabulosas piscinas de borda infinita. Mas as belezas da região não precisam ser contempladas só da varanda do quarto ou do janelão do restaurante. Sentar na praia e deixar o pensamento vagar enquanto se observa, ao longe, a icônica formação rochosa Arco do Fim da Terra é quase um exercício de meditação. Mas remar até ela, ponto de encontro entre o Pacífico e o Mar de Cortez, é outra experiência e tanto.

O trajeto de caiaque segue um trecho de mar tranquilo e intercepta o caminho de leões-marinhos e de peixes coloridos. Num dado momento, guias distribuem máscaras de snorkel e pés de pato, e os turistas se juntam aos moradores marinhos. Quem não mergulha pode lagartear na Praia dos Amores, colada ao arco de pedra. Outra atração que vale a pena conhecer é o cânion El Tule, point dos esportes de aventura. Bungee jump, escalada, tirolesa, mountain bike… Desde que envolva doses elevadas de adrenalina, todo tipo de atividade encontra espaço ali.

Adobe Stock: Arco de Los Cabos, México – Gabriel O.

Adobe Stock: El Arco, Cabo San Lucas, – Kirk Fisher

Publicado em: 27/08/2024
Atualizada em: 27/08/2024
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