Lençóis maranhenses figuram entre os destinos mais desejados do mundo – Voupranos

Lençóis maranhenses figuram entre os destinos mais desejados do mundo

Adobe Stock: Atins, Lençóis Maranhenses – Guilherme

O Maranhão, apesar de possuir o segundo maior litoral do Brasil, não tem suas praias como principal atrativo. A areia que a maior parte dos turistas procura por lá está reunida em uma área imensa de dunas, salpicadas de lagoas e atrações, batizada de Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. A beleza é tão grande que o destino foi um dos únicos do Brasil, ao lado de Manaus, apontado como um dos 50 melhores lugares do mundo para visitar em 2023 pelo jornal New York Times. E fazer parte dessa seleção não é pouco.

Adobe Stock: Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses – Lozzy

Como chegar

O trajeto desde São Luís, a capital do estado, até Barreirinhas, a maior e mais estruturada cidade da região de Lençóis, dura cerca de três horas de carro em estrada de asfalto. O turista chega ainda pela manhã, faz o check-in no hotel escolhido e, quase que imediatamente, parte para desbravar as dunas e lagoas da região.

É possível também firmar base em pequenos vilarejos espalhados pelo parque, como Atins e Santo Amaro do Maranhão, onde pouca gente vai – o que não quer dizer que sejam lugares onde não vale a pena ir, muito pelo contrário. Atins, por exemplo, é uma grata surpresa. A vila à beira-mar fica praticamente sobre as dunas dos Lençóis.

Lembra Jericoacora de antigamente, com ruas de areia e apenas mil moradores. A única forma de chegar até lá é de barco, um isolamento que traz uma atmosfera mais rústica e permite uma imersão maior na natureza do parque nacional. Apesar do acesso complicado, o local tem conforto e conta com boas pousadas. Santo Amaro do Maranhão, por sua vez, tem o trunfo de contar com lagoas que não secam nunca, mesmo nos períodos de grande estiagem. Isso faz com que ao menos uma visita à região seja mais do que obrigatória nos meses secos do ano.

Adobe Stock: Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses – Marcelo

Adobe Stock: Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses, Barreirinhas – Brastock Images

Quando ir

No período chuvoso, que se estende de janeiro a julho, os tours ocorrem na margem esquerda do Lago Santo Amaro e são realizadas em pequenos barcos. O visitante pode apreciar a rica e diversificada flora e fauna aquática da região.

Já no período seco, que vai de agosto a dezembro, as áreas mais visitadas situam-se à margem direita do Lago Santo Amaro, e os passeios são feitos em carros tracionados. A grande atração do passeio na região, porém, é a descida pelo Rio Cardosa com colete salva-vidas, máscara e snorkel, bem ao estilo de Bonito (MS). Ali, dá para relaxar e deixar-se levar pela correnteza de águas verdinhas e cristalinas.

Adobe Stock: Atins, Lençóis Maranhenses – Marcelo

Adobe Stock: Parque Nacionais dos Lençóis Maranhenses –

Paisagem fotográfica

Não importa se você vai se instalar em Barreirinhas, Atins ou Santo Amaro do Maranhão: toda viagem aos Lençóis Maranhenses incluiu tradicionais doses de aventura a bordo das picapes com bancos na carroceria que rodam pelas estradas de terra do parque nacional. Os caminhos rendem legítimos off roads, cruzando bancos de areia e atravessando riachos com a água pelo capô.

O melhor de tudo é que eles sempre levam ao que mais interessa: as dunas e lagoas de águas azuis. Entre essas últimas, as mais populares, por ficarem próximas de Barreirinhas, são a Azul, a da Paz e a da Lua. O programa mais desejado nos Lençóis Maranhenses, entretanto, é fazer um voo de monomotor a partir do pequeno aeroporto de Barreirinhas.

Só assim é possível entender as dimensões desse legítimo deserto de dunas fofas, o único do país, por sinal, burilado ao longo de milhares de anos pela natureza, que pacientemente foi transportando a areia da praia para o interior do continente. Dali de cima é possível observar, entre uma duna e outra, o desenho formado pelas inúmeras lagoas azuis de água doce, represadas pelas chuvas que caem no primeiro semestre de cada ano, formando uma paisagem surreal.

Adobe Stock: Atins, Barreirinhas, MA – Guilherme

Adobe Stock: Atins, Barreirinhas, MA – Guilherme

Além das dunas

Em Lençóis, tudo gira em torno do Rio Preguiças que, além de exuberante em natureza, é farto em peixes e garante o sustento do povo da região. Por isso, o passeio pelos meandros e igarapés é obrigatório. O ponto de partida é o porto de Barreirinhas. Dali, segue-se até a foz, no povoado de Caburé. O percurso, feito em lanchas rápidas, que lá se chamam voadeiras, leva uma hora.

É uma boa oportunidade para observar a vegetação típica do interior do Maranhão, repleta de palmeiras como o açaí, que lá se chama Jussara; o buriti, cuja palha é aproveitada por artesãos locais na produção de bolsas, chapéus e acessórios; e a carnaúba, considerada pelos maranhenses a “árvore da providência”. já que é matéria-prima para uma infinidade de produtos que vão de ceras a plásticos e vinis. À medida que o rio se aproxima do mar, as palmeiras começam a rarear, dando lugar a uma vegetação típica de mangue. O passeio então inclui paradas em Vassouras, Caburé e Mandacaru, onde fica o Farol Preguiças.

Adobe Stock: Farol Preguiças, Barreirinhas – Felipe

Adobe Stock: Rio Preguiça, Atins – Toni de Souza

Delta das Américas

Embarcar numa caminhonete 4X4 em Barreirinhas para percorrer meros 70 km em três horas, numa estrada com trechos de terra e areia, pode, a princípio, não parecer uma grande ideia. Mas reconsidere a questão por ter à frente a chance de passar por casas de farinha ainda na ativa e mulheres cantando e lavando roupa na beira do rio, até chegar a Tutoia, local para explorar, no lado maranhense, o Delta das Américas, também conhecido como Delta do Parnaíba.

Este é o terceiro maior delta oceânico do mundo, atrás apenas dos deltas do Rio Nilo, na África, e do Rio Mekong, no Vietnã. Visto do alto, o cenário local lembra uma mão aberta, sendo que o visual do Rio Parnaíba representa a palma da mão e os cinco afluentes, os dedos. Essa formação criou um grandioso santuário ecológico.

Além de se encantar com a fauna e a flora local, o viajante tem a oportunidade, ali, de passar momentos relaxantes nas grandes dunas de areia e nos banhos em lagoas ou no próprio mar.

Adobe Stock: Delta das Américas, MA – Pedro

Adobe Stock: Delta das Américas, MA – Pedro

Publicado em: 26/07/2023
Atualizada em: 26/07/2023
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