Kyoto revela tradições e muitos encantos no Japão
O Japão faz parte da sua vida, bem mais do que é possível se dar conta. Você pode ter uma TV Sony ou Panasonic, uma câmera Nikon, um videogame Nintendo, um relógio Casio… Pelas ruas, não faltam carros Honda, Nissan, Toyota – e motos Yamaha. Para relaxar, uma ideia pode ser uma massagem shiatsu; quem sabe um karaokê entre amigos. E ainda há a fantástica comida, que tem nos sushis, sashimis e temakis os representantes mais pop. A influência dessa cultura é enorme no Brasil, mas é quando se visita Kyoto que tudo isso se revela ainda mais intenso.
O melhor jeito de chegar lá é de trem, partindo de Tóquio ou Hiroshima. Nos trens que conectam as cidades japonesas, vale saber, a organização chega à excelência.
Conforme a reserva, que confere a você um número de assento num vagão específico, sua missão é postar-se no lugar certo da plataforma. Se não tiver reserva, vá para o vagão dos “sem reserva”. Simples assim. Aí, todo mundo entra na fila, respeitada tanto quanto o horário dos trens.
O comboio sai pontualmente, tipo 11h58. Se deu 11h59 e ele não saiu, jogue fora seu relógio e compre um japonês. Relógios e trens japoneses não atrasam: mesmo com muita gente para embarcar, o trem-bala chega e sai pontualmente, viajando a 300 km/h.
Atrações de Kyoto
Desde Hiroshima, por exemplo, são 360 km até Kyoto, percorridos em duas horas de trem. Fundada em 794, a cidade é um dos melhores destinos para você curtir o Japão tradicional. Mas você é capaz de achar isso mentira ao ver a estação de trem da cidade, que parece uma nave-mãe de filme de ficção científica, com estrutura de aço, vidro e incontáveis escadas rolantes.
Curiosamente, essa estação futurista está bem ao lado do Templo Toji, erguido na época da fundação da cidade. É puro contraste. Assim como é contrastante o fato de Kyoto ser tanto a terra dos quimonos como a sede da Nintendo, fabricante de videogames. É uma espécie de síntese do Japão, país onde modernidade e tradição nunca deixam de caminhar lado a lado.
A cidade dos mil templos
Kyoto é chamada de “cidade dos mil templos”. Na realidade, são 1.600 templos budistas e 400 santuários xintoístas. Se ficar em dúvida sobre por qual deles começar, faça como a maioria dos turistas e siga para Rokuon-ji, o Templo Dourado.
Dizem os moradores que o templo representa o paraíso de Buda na terra. É tão bonito quanto o Ginkaku-ji, ou Templo do Pavilhão Prateado, ponto inicial do Caminho do Filósofo, uma trilha de 2 km em que se tem a companhia de cerejeiras, pontes e belos jardins, a qual leva meia hora para ser percorrida.
Ao entardecer, considere ir ao Templo Yasaka, no distrito de Gion, no qual você poderá cruzar com uma maiko, aprendiz de gueixa, e acreditar no poder da suave beleza oriental.
Se não tiver essa sorte, vá diretamente ao Gion Corner, um espaço de arte com apresentação de sete manifestações culturais japonesas: chado (cerimônia do chá), koto (harpa de seis cordas), ikebana (montagem de arranjos de flores), gagaku (dança da corte imperial), kyogen (teatro cômico), bunraku (teatro de bonecos) e a kyomai, a sedutora dança de uma maiko, a futura gueixa. É um pot-pourri cultural que encanta os olhos. E a alma.
Nos arredores de Kyoto, um templo incrível é o Fushimi Inari. Nele, milhares de toriis que foram doados por aqueles que pedem proteção a Inari, deus da prosperidade, estão dispostos em portais, os quais emolduram diversos caminhos que levam ao alto do Monte Inari.
As trilhas duram cerca de duas horas e terminam em mirantes onde se pode ter um estupendo panorama de Kyoto. Internamente, o templo também é belíssimo, decorado com diversas estátuas de raposas, animal considerado mensageiro do deus Inari.
Tudo vale a pena
Com templos e lugares alucinantes em todo o Japão, fica difícil abrir mão de uma atração para visitar outra. Tudo vale a pena. Você pode passar um mês inteiro no país e voltar com a sensação de que faltou ver muita coisa. Cada dia é uma avalanche de curiosidades.
Para os brasileiros, um simples bairro de Kyoto, ou mesmo um restaurante, costumam ser marcantes.
Até um sanitário tecnológico vira tema de conversa na volta ao Brasil. Alguns banheiros, aliás, têm um “braço” ao lado do vaso com comando de jato d’água, regulagem de pressão e aquecimento do assento. Tudo chama a atenção.
São lutas de sumô, karaokês, restaurantes em que a comida passa, bem diante dos seus olhos, numa esteira giratória. É muita coisa pedindo para ser vista. E pede com tanta educação que não há como negar e não dizer obrigado, Japão, é um prazer conhecê-lo.
Atualizada em: 09/08/2023