O que fazer nos arredores de Dublin: descubra castelos e cênicas belezas naturais

Adobe Stock: Falésias de Moher, Irlanda – MNStudio
Apesar dos tons quase sempre cinzentos do céu e de seu passado, a Irlanda está longe de ser menosprezada. Além da simpatia de seu povo e da alegria que transborda dos pubs da capital Dublin e seus arredores dia e noite adentro – como dizem os irlandeses, nunca chove dentro de um pub –, o país encanta o turista com um farto menu de belas praias e falésias – como as de Moher, a oeste da ilha – que se descortinam pelo litoral recortado.
Isso sem falar nos parques, castelos preservados ou em ruínas, como as da fortaleza de Cashel, muito fotogênicas, e o eterno verde das paisagens bucólicas que imperam no interior, sempre decorado por rebanhos de ovelhas.
No total, a quantidade desses animais espalhados pelo país é quase o dobro do número de irlandeses, atualmente estimado em 6,2 milhões. No interior, elas ‘desfilam’ pelos campos com os pelos pintados de azul, laranja, verde, vermelho e o que mais a imaginação permitir. Como os rebanhos pastam juntos, foi a forma encontrada pelos fazendeiros para não terem dúvidas de quais bichos lhes pertencem na hora de apartá-los.
Para ver tudo isso de perto, confira alguns passeios que valem ser feitos nos arredores de Dublin.
Adobe Stock: Cashel dos Reis, Cashel – MNStudio

Adobe Stock: Powerscourt, Wicklow – Adam
Wicklow
Entre os destinos mais interessantes nos arredores de Dublin está o condado de Wicklow, uma cênica região montanhosa que envolve a capital irlandesa. Ali, uma sucessão de colinas verdes pontuadas por lagos e cachoeiras começa a se descortinar pela janela.
Cenário de filmes como P.S. Eu Te Amo e Coração Valente (que curiosamente “se passa” na vizinha Escócia), Wicklow abriga campos de golfe, o palácio Powerscourt House and Gardens – com jardins belíssimos que podem ser visitados – e a singela igreja de pedra onde Nicole Kidman e Tom Cruise se casaram em 1990. O matrimônio não deu certo, mas que o lugar que eles escolheram para casar é bonito, não tenha dúvidas.

Adobe Stock: Powerscourt, Irlanda – Dudlajzov

Adobe Stock: Glendalough, Wicklow – 4kclips
O tour pode seguir morro acima até alcançar um mirante, de onde se pode observar o Lago Guinness, chamado informalmente dessa maneira pelo fato de a mansão de veraneio da família produtora da cerveja ficar em uma de suas margens.
Além disso, o lago tem pequenas praias banhadas por águas de coloração escura, que rementem à bebida. Mas se ele não é feito de Guinness, ao menos vale saber que toda a água usada na produção da cerveja vem de Wicklow.
Lago Guinness: 172235470 / Wicklow montanhas: 431892846
Glendalough
A próxima parada pode ser Glendalough, onde é possível visitar as ruínas de um monastério erguido a mando de St. Kevin no século 6º. Torres de pedra, uma pequena igreja, cruzes celtas enormes e centenas de lápides dão corpo à atmosfera medieval – e um tanto quanto macabra – do sítio histórico.

Adobe Stock: Glendalough, Wicklow – Björn Alberts

Adobe Stock: Glendalough, Irlanda – Rolf G. Wackenberg
Falésias de Moher
Se um tsunami atingisse o litoral irlandês, as Falésias de Moher provavelmente não deixariam que a onda gigante causasse estrago algum. Também, pudera. Maiores do que qualquer fortaleza, elas debruçam-se sobre o mar como se quisessem mostrar a ele quem é que manda no pedaço.
E pode ter certeza: são elas. Esculpidos há milhares de anos pela ação do tempo, esses imensos rochedos de xisto e arenito medem 120 m desde o nível do Oceano Atlântico em Hag’s Head e atingem altitude máxima de 214 m ao norte da Torre de O’Brien’s, 8 km adiante.
O resultado é uma vista espetacular, que atrai cerca de 1 milhão de turistas por ano e faz do condado de Clare um ponto de parada obrigatório para quem visita a Irlanda e quer ir além dos pubs de Dublin.
O nome do local deve-se a uma fortaleza em ruínas na parte mais altade Mothar, que foi demolida durante as guerras napoleônicas para ceder lugar a um farol. Mas é a Torre de O’Brien, de pedra redonda, que mais chama a atenção ao longo do percurso.

Adobe Stock: Falésias Moher, Irlanda – Kovop58

Adobe Stock: Falésias de Moher, Irlanda – MNStudio
Erguida em 1835 por Sir Cornelius O’Brien – descendente direto de Brian Boru, o Grande Rei da Irlanda – com a intenção de impressionar as mulheres, a construção abriga um centro de visitantes e permite avistar várias atrações da encosta irlandesa a partir do mirante de vigia, como as ilhas de Aran, a Baía de Galway, as montanhas Maum Turk, os Doze Pins de Connemara ao norte e a Loop Head ao sul.
Não bastasse a paisagem, os paredões também servem de morada para 30 mil pássaros, de 29 espécies, e ponto de observação para ornitologistas de plantão, sempre com binóculos e bloquinhos de anotações em punho.
Especialmente na primavera, quando as aves constroem seus ninhos à beira dos penhascos para ficar bem perto de suas presas – os peixes – e admirar o pôr do sol enquanto reconfortam seus filhotes. Isso que é cobertura com vista para o mar!
Enquanto as aves dão rasantes sobre o oceano, estudiosos se deleitam com a possibilidade de flagrar razorbills, gansos, falcões, gaivotas e colônias inteiras de puffins do Atlântico (pássaro marinho com pés de pato, bico laranja e penagem preta e branca, como a dos pinguins).
A cor sombria da rocha também forma um contraste espetacular com a forte luminosidade desta época do ano, garantindo fotos magníficas, até para quem não tem muita intimidade com as lentes.
Quem tem medo de altura, por sua vez, pode contemplar as falésias a partir do mar. Há barcos que saem quase todos os dias de Liscannor e Doolin para mostrar aos turistas a imponência das falésias vistas de baixo. Assim como o oceano as vê.

Adobe Stock: Torre O’Brien, Moher – Mango2friendly
Atualizada em: 02/06/2023