Ilhabela tem natureza e requinte em perfeita harmonia

Adobe Stock: Ilhabela, São Paulo – Amstattoo
Praias agitadas ou tranquilas, cachoeiras, beach clubs e uma vila repleta de restaurantes tomam conta de Ilhabela no litoral norte paulista. Não à toa, as atrações locais atraem os mais variados tipos de públicos, de famílias com crianças pequenas a jovens em busca de azaração ou casais em lua de mel.
Atividades não faltam por lá, mas o que a galera gosta mesmo é de se jogar nas faixas de areia. As praias da Feiticeira e do Curral, ao sul, por exemplo, viram point de gente bonita durante todo o verão, quando o som não para durante o dia.

Adobe Stock: Ilhabela, São Paulo – Zigres
A primeira não tem quiosques, restaurantes, aluguel de acessórios nem sombra natural, mas seus 250 m de faixa de areia com mar de tombo ficam lotados mesmo assim. E ainda servem de ponto de partida para quem deseja praticar rapel na revigorante Cachoeira dos Três Tombos – são apenas 15 minutos de trilha dentro de um condomínio.
Para quem busca mais infraestrutura, a dica é se mandar para a Praia do Curral, que abriga vários barzinhos e restaurantes entre seus costões de pedra e ainda reserva toques extras de glamour no lado direito.

Adobe Stock: Praia do Curral, São Paulo – Rafalnlins
Logo adiante, a Praia do Veloso desponta com proposta completamente diferente. Sua orla é perfeita para famílias em busca de sossego e praticantes de trekking, já que é de lá que parte a trilha para a Cachoeira do Veloso. A caminhada dura aproximadamente 40 minutos, em trilha de dificuldade média, até a bela queda-d’água de 60 metros de altura. Na dúvida, contrate um guia.

Adobe Stock: Ilhabela – Leonardo Araujo
Vila
Quem desce da balsa em Barra Velha e vira à esquerda após a rotatória, no sentido norte, também não tem do que reclamar. É nessa direção que fica o centrinho da cidade, chamado Vila, com uma infinidade de lojas, bares, sorveterias e restaurantes para todos os perfis de paladar.
Passear ali é sempre um bom programa pós-praia ou para os dias em que o astro rei resolve se esconder. Dá para fotografar algumas construções históricas, como a Igreja Matriz e o antigo prédio da cadeia (hoje sede do Parque Estadual).

Adobe Stock: Mirante Praia das Pedras Miúdas, Ilhabela – Luiz Barrionuevo
O único dissabor é que, no auge do verão ou quando está rolando algum evento importante na ilha, como a Semana de Vela, fica difícil estacionar o carro e até mesmo caminhar no meio de tanta gente. Principalmente se coincidir de um navio de cruzeiro aportar por lá na mesma ocasião, desembarcando milhares de turistas ávidos por gastar o tempo livre com compras e fotografias.
Nessas situações, há duas alternativas: deixar-se envolver pelo clima relax da Vila ou procurar um lugar ao sol em alguma praia desse trecho da via rumo ao norte.

Adobe Stock: Praia das pedras Miudas, Ilhabela – Luiz Barrionuevo
Praias do norte
Apesar da beleza em comum, cada faixa de areia tem suas peculiaridades. A primeira que se a vista logo após a Piúva é a Praia do Perequê, que também dispõe de um centro comercial, mas menos agitado que a Vila. É raro ver alguém tomando banho ali, mas a orla serve de ponto de partida para passeios de caiaque, bicicleta e barco.
Para quem quer doses extras de glamour, no entanto, a dica é seguir mais alguns quilômetros até o Saco da Capela, que tem uma boa variedade de quiosques, que promovem baladas vespertinas com um quê de requinte à
beira-mar.

Adobe Stock: Ilhabela – Tiago
Depois da Vila, vêm as orlas de Saco do Indaiá, Santa Tereza, as tranquilas Viana, Siriúba e, por fim, a misteriosa Garapocaia. Diz a lenda que, no século 17, ao amanhecer, surgiu no canal uma caravela de piratas que se dirigia a Ilhabela, na época chamada Ilha de São Sebastião, enquanto a população ainda dormia. Quando estavam se preparando para abrir fogo contra a ilha, ouviu-se um soar de sinos que acordou os moradores, deixando-os a postos para o combate contra os corsários. Um guerreiro comandou a luta e o inimigo vindo dos mares recuou. Este herói era São Sebastião.

Adobe Stock: Santa Tereza, são Paulo – Luis
Após a batalha, moradores quiseram saber onde estavam os sinos, que não eram os da Igreja da Armação, e um índio apontou para as pedras da orla, hoje também chamada Praia da Pedra do Sino, por conta do som que as rochas emitem quando alguém lhes dá uma pancada. Vale arriscar uma martelada para ouvir o repicar dos sinos.
Se você faz parte do time de viajantes que gostam de se deixar levar ao sabor dos ventos, avance mais um pouco de carro até a Praia da Armação. A natureza ali é perfeita para prática de wind e kitesurfe.

Adobe Stock: Kite surfing, Ilhabela – Oleg
Para terminar de desbravar a face urbanizada de Ilhabela, vá além de onde o vento faz a curva e o asfalto vira terra para conhecer a mais bela e distante praia com acesso pela avenida da orla: Praia do Jabaquara, cujo panorama visto do mirante ao lado da estrada forma um dos cenários mais lindos do litoral paulista, sem casas nem condomínios, apenas a natureza em estado bruto.
Assim, a região preserva-se tão selvagem quanto era décadas atrás. Só um restaurante serve de apoio aos turistas, que também podem chegar lá de barco.

Adobe Stock: Praia de Jabaquara – Wtondossantos
O outro lado
Enquanto a face da ilha virada para o Canal de São Sebastião concentra toda a estrutura de hotéis e restaurantes, é no lado de mar aberto, mais isolado e com difíceis acessos, que ficam as praias mais selvagens de todo o arquipélago. As praias de Castelhanos e do Bonete, por exemplo, são quase desertas e oferecem boas ondas para os surfistas de plantão.
A primeira tem acesso remoto. É possível chegar de barco, bicicleta, cavalo ou veículo 4×4, percorrendo a trilha de 22 km em meio à Mata Atlântica protegida pelo parque. É para lá que a maioria dos passeios segue, tanto em jipe quanto em escunas que contornam a ilha e param para um mergulho nas praias da Fome e do Saco do Eustáquio.

Adobe Stock: Ilhabela Ilha, São Paulo – Pedro
Se restar fôlego na chegada a Castelhanos, após uma hora e meia de solavancos em um jipe, ainda é possível caminhar até as praias Mansa e Vermelha ou, no Canto do Ribeirão, iniciar uma trilha de 2 km que leva até a Cachoeira do Gato, que tem 80 m de altura.
A Praia do Bonete, por sua vez, exige percurso de quase 12 km a partir da Ponta de Sepituba, passando pelo Parque Estadual de Ilhabela e por três cachoeiras de águas cristalinas. A caminhada dura de quatro a cinco horas, mas também dá para ir pelo mar, a bordo de canoas caiçaras ou barcos de passeio.

Adobe Stock: Praia de Bonete, Ilhabela – Hugo
Trocando em miúdos, não é nada fácil ir para Bonete e pouca gente segue para lá, mas quem alcança o destino encontra uma praia de cinema, com ondas fortes e cercada de costões rochosos. Ali, vive uma pequena comunidade caiçara, que não dispõe de comodidades como sinal de celular e gera energia elétrica a partir de uma pequena usina que usa a água de uma cachoeira próxima dali. Para o visitante, uma chance e tanto de se desconectar do estresse cotidiano e passar um ótimo dia em contato com a natureza.

Adobe Stock: Praia de Bonete, Ilhabela – Fred Pinheiro
Atualizada em: 17/01/2025