Budapeste, a incrível capital húngara dividida em duas – Voupranos

Budapeste, a incrível capital húngara dividida em duas

Adobe Stock: St. Stephansbasilika, Budapeste – M. letschert

O Império Austro-Húngaro, que reuniu esses dois países de 1867 a 1918, influenciou bastante o cenário atual de Budapeste. Isso porque enquanto a capital da Áustria, Viena, foi uma das cidades mais importantes do mundo e tem por todos os lados monumentos grandiosos construídos pelos monarcas, a Hungria, que havia perdido sua identidade e buscava a separação do império, passou no fim do século 19 a fazer grandes avenidas e construções majestosas em sua capital como forma de ter atrações que competissem com Viena.

Assim, quem chega a Budapeste fica de queixo caído diante de edificações como o Parlamento e as belas pontes que enfeitam os cartões-postais mais clássicos da região. Elas são sete, atravessam o Rio Danúbio (que não tem nada de azul como o título da famosa valsa de Johann Strauss) e ligam Peste, a parte baixa, mais moderna, a Buda, o lado antigo, com colinas e com o bairro do Castelo, amuralhado. Na realidade, as duas regiões eram cidades distintas até 1873, quando, já conectadas por pontes e com grande tráfego comercial, foram então unidas.

Adobe Stock: Parlamento de Budapeste – Policas

O mais legal de Budapeste é perder-se entre as ruelas e as muitas praças, ir topando com os cafés e restaurantes e admirando a profusão de edifícios de estilo clássico. No entanto, algumas atrações são essenciais na cidade. O bairro do Castelo (ou Vár Negyed, em húngaro) é uma delas.

Apesar do nome, o palácio que existiu no local foi destruído e atualmente estão lá apenas as ruínas – por isso é conhecido também como o Bairro Antigo de Buda.

Ao lado do que foi o antigo castelo, foi erguido o grandioso Palácio Real, no século 18, no alto da colina, avistado das margens de Peste. Além dos ônibus que levam até lá, um funicular que sai da Ponte das Correntes, cartão de visita da cidade, também sobe a montanha e chega à entrada do palacete, hoje biblioteca e galeria nacional. Não é comum visitar o interior, mas andar pelos jardins e deslumbrar a vista de Buda e Peste margeadas pelo Danúbio é parada quase obrigatória.

Adobe Stock: Buda Castle Royal Palace, Budapeste – Yasonya

Adobe Stock: Funicular em Budapeste – Mike

Adobe Stock: Pannonhalma Abbey Library – Alexanderuhrin

Buda

Na histórica Buda, dona de belas paisagens, dá para rodar tranquilamente a pé. Pertinho do palácio, estão, lado a lado, duas outras atrações primordiais: o Forte dos Pescadores e a Igreja de Matias, de arquitetura e decoração únicas, diferente de qualquer outra igreja europeia.

As muitas guerras levaram a mudanças no templo, que traz assim uma mistura de estilos: a construção-base é do século 13 e a decoração gótica, do século 15, sem contar a influência dos otomanos, que a usaram como mesquita, e o telhado do século 19, de ladrilhos coloridos, do período em que os húngaros passaram a criar um estilo próprio.

O bastião ao lado, todo de pedra calcária, é outro ponto para mirar a região de Peste enfeitada com as pontes que a ligam à Buda, além da pequena Ilha Margarita, entre as duas margens, um reduto natural, com parques, pista para caminhada, hotéis termais e a torre de água, que serve também como ponto de observação.

 

Adobe Stock: Forte dos Pescadores, Budapeste – Zgphotography

Adobe Stock: Forte dos Pescadores, Budapeste – Steftach

Adobe Stock: Igreja de São Matias, Budapeste – Starush

Peste

Enquanto Buda tem ar histórico, romântico e bucólico, Peste é a parte moderna da cidade, agitada, com grupos de jovens fazendo piquenique nas praças, executivos tomando café e bondes passando a todo instante.

É em Peste que fica o Parlamento, que domina a paisagem vista de Buda. A cúpula, de 96 metros, tem a altura máxima permitida para construções em Budapeste, uma homenagem simbólica a 1896, quando o país completou mil anos.

O prédio, que lembra o Palácio de Westminster, em Londres, é do século 19, época da rivalidade com Viena. A visita é guiada, mas fica difícil para os guias rivalizarem em atenção com a riqueza no interior do edifício, como as colunas de mármore, as grandes peças em cerâmica e todo o ouro da Sala do Parlamento.

Seguindo por um passeio a pé ao redor do Parlamento, vê-se a grande mistura que caracteriza a Hungria. Prédios com marcas de balas, herança dos conflitos no período comunista (como o do Ministério da Agricultura), misturam-se aos belos edifícios em estilo neoclássico, como os da Praça Szabadság (ou Praça da Liberdade).

Adobe Stock: Estátua da Liberdade Húngara, Budapeste – Zgphotography

Adobe Stock: Praça da Liberdade, Budapeste – EmmeEnne

Movimentada, essa região abriga o Banco Nacional, mostrando que dos tempos do comunismo sobraram mesmo só os buracos de tiros em alguns prédios, e o Monumento à Liberdade (estátua construída pelos russos para marcar a conquista de Budapeste na Segunda Guerra), no alto do Morro Gellert, onde turistas e casais passeiam para observar, encantados, a mais completa vista de Budapeste.

Um dos endereços típicos do consumo em Budapeste é a Avenida Andrássy, a Champs-Élysées da capital húngara – chamada por alguns de “a Paris do leste”. Com grifes como Armani, Gucci e Ermenegildo Zegna, a via de 3 km de extensão foi o endereço da aristocracia húngara.

Chega até a Praça dos Heróis, onde ocorriam desfiles comunistas e hoje, em meio aos prédios do Museu de Belas Artes e da Galeria de Arte, abriga estátuas dos chefes de estado e é ponto de encontro de jovens por hospedar pistas de patinação e de skate.

Adobe Stock: Placde Vorosmarty, Budapeste – JONATHAN

Adobe Stock: Andrássy Avenue, Budapeste – JMDuran Photography

Adobe Stock: Museu de Belas Artes, Budapeste – GezaKurkaPhotos

Publicado em: 26/05/2023
Atualizada em: 26/05/2023
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