Guarujá tem praias selvagens e um dos maiores aquários da América do Sul

Adobe Stock: Praia de Pitangueiras, Guarujá – Pedro

Nos anos de 1990, o Guarujá ficou famoso pelo apelido “Pérola do Atlântico”. E as atrações dessa ilha, repleta de barzinhos da moda, opções de lazer para crianças e praias para todo perfil de turista, continuam fazendo jus à fama. Os contornos da ilha, que abriga pouco mais de 310 mil habitantes espalhados em uma área de 142,9 km², são repletos de curvas sinuosas e destacam a singularidade do litoral do Guarujá frente às vizinhas Santos, Bertioga e São Vicente.

Uma boa forma de explorar essas reentrâncias é circular de carro por ruas que beiram as principais praias e ficam especialmente agradáveis sem o trânsito característico da temporada, de preferência ao pôr do sol, quando o
astro rei reluz no horizonte tingindo prédios, barcos e quiosques de dourado. Além do apelido carinhoso, os anos de 1990 trouxeram investimentos na infraestrutura da região, que passou a contar com mais hotéis e restaurantes de luxo. Tudo para atender à demanda de turistas que cresce todos os verões.

Adobe Stock: Praia de Pitangueiras – Pedro

Centro 

Boa parte do burburinho se contra no Centro, onde fica Pitangueiras, a segunda maior praia da cidade, com 1,8 km de extensão. O local é movimentado e bem frequentado, principalmente nos cantos próximos do Morro do Maluf, que faz divisa com a Praia da Enseada e onde o mar bravo atrai surfistas, e do edifício Sobre as Ondas, na divisa com a Praia das Astúrias. Como as faixas de areia do Guarujá são mais estreitas do que as de Santos, pode ser difícil encontrar um lugar para fincar o guarda-sol em Pitangueiras durante a alta temporada. Em compensação, dá para almoçar muito bem nos restaurantes da vizinhaça.

Adobe Stock: Praia da Pitangueiras – Pedro

Vida noturna

Ainda no Centro, em ruas paralelas à Praia das Pitangueiras, o viajante encontra outras opções gastronômicas para jantar. A Rua Rio de Janeiro, por exemplo, abriga bares e restaurantes badalados a apenas duas quadras da areia. Como o tráfego de carros não é permitido na via, o visitante pode andar livremente pela ruela para escolher a casa que mais o atrai. Quando o sol se manda, a dica é se concentrar nas praias da Enseada e do Pernambuco. A primeira é a maior do Guarujá, com nada menos que 5,6 km de extensão.

Adobe Stock: Praia da Enseada, Guarujá – Bruno F M.

É também a que oferece melhor infraestrutura, já que sua orla conta com ciclovia e diversos quiosques que comercializam desde cervejas e coquetéis até refeições completas. Ali, o mar é mais calmo do que na Pitangueiras e quase não há surfistas, o que a torna uma boa alternativa para famílias com crianças pequenas. Já Pernambuco tem 1,65 km e costuma ficar mais vazia. O mar é mais forte do que na Enseada e a paisagem é divina. Na hora de agitar madrugada adentro, tanto as casas noturnas situadas na Enseada quanto as que ficam em Pernambuco são endereços certeiros.

Adobe Stock: Praia da Enseada, Guarujá – Bruno F M.

Outras praias

Entre as praias mais tradicionais da ilha, há duas que não podem deixar de ser visitadas: Astúrias e Tombo. Juntas, somam 2 km de extensão, divididos pelo Morro da Caixa-d’Água, local perfeito para voar de parapente. O alto da montanha também oferece uma vista panorâmica completa dos contornos da ilha. Vale a visita. Embora faça divisa com a Pitangueiras, a Praia das Astúrias tem visual totalmente diferente. A areia é mais densa e o mar, muito mais calmo. O canto que a separa da Praia do Tombo é tomado por pequenas embarcações de pescadores.

Adobe Stock: Praia das astúrias, Guarujá – FBarbuy

Fora da faixa de areia, é possível observar a presença de diversos edifícios luxuosos que foram construídos nos últimos anos no bairro.  Já a Praia do Tombo é point oficial de surfistas no Guarujá. O nome deve- se à formação geográfica, que apresenta um declínio no solo, próximo ao mar. É a praia mais bem avaliada da cidade, tanto que recebeu um certificado internacional de qualidade das águas e da areia. Guaiuba, por sua vez, é uma boa opção para pegar praia. O local tem águas agitadas e paisagem com rica vegetação de Mata Atlântica em seus 790 metros de extensão.

Adobe Stock: Praia do Tombo, Guarujá – JTav

Refúgios mais afastados

Os mais aventureiros e que querem conhecer um Guarujá diferente não vãoficar decepcionados com a quantidade de praias escondidas no litoral da cidade. Ao todo, são mais de 20 “refúgios” com encantos únicos. Algumas faixas de areia são de difícil acesso e exigem boa dose de espírito de aventura. Outras são alcançadas apenas com planejamento prévio, pois têm “vagas” restritas – se você chegar tarde, poderá ser impedido de entrar.

A principal praia do gênero é a de São Pedro. Fica 4 km distante da Estrada Guarujá-Bertioga, dentro de um condomínio fechado. Extremamente bem preservada, é visitada por surfistas e por moradores que querem fugir do agito das praias mais tradicionais. De quebra, conta com uma piscina natural. Mas é bom se preparar psicologicamente, porque a água é bem gelada por lá, mesmo no verão.

Adobe Stock: Bertioga – Fred Pinheiro

O acesso é controlado pela portaria do condomínio, e o número de visitantes é limitado a cem por dia. Há também horário para entrada e saída do local. Se for arriscar, saia de casa cedinho e leve mantimentos para passar o dia, porque por lá não há muitas barracas com pratos e bebidas. O melhor a fazer, então, é entregar-se à rusticidade e improvisar um piquenique na areia. Iporanga, por sua vez, fica perto de São Pedro, na mesma estrada. É também parte de um condomínio fechado e o acesso para carros é restrito a 50 vagas.

Em compensação, quem a acessa vislumbra o belo encontro das águas de uma cachoeira com o mar. Se a alternativa de São Pedro ou Iporanga for descartada pelo excesso de turistas que tentam visitar a região, outras opções de orlas mais vazias são a Prainha Branca, que fica em uma antiga colônia de pescadores, com 1,3 km de extensão, e a vizinha Praia Preta, de apenas 200 metros cercados de rochas escuras, que contrastam com a cor da areia. Ambas são acessíveis por trilhas e deixam claro o quanto o Guarujá pode surpreender.

Adobe Stock: Prainha Branca, Guarujá – Lefpic