Polinésia Francesa vai limitar número de visitantes

Bora Bora – Polinésia Francesa – Adobe Stock
Visitar a Polinésia Francesa, o espetacular arquipélago do Oceano Pacífico, vai ficar mais difícil a partir de 2023. O governo local pretende estabelecer um novo plano de turismo sustentável para a região. Isso deve incluir um controle mais rígido sobre o número de visitantes que chegam à Bora Bora e às outras 15 ilhas do arquipélago. A missão do novo plano, que foi batizado de Fãri’ira’a Manihini 2027, é preservar o frágil ecossistema das ilhas, promover o turismo de forma moderada e proporcionar o crescimento econômico sem prejudicar o meio ambiente. A população fixa da Polinésia Francesa, atualmente, está em torno de 280 mil moradores.
No entanto, ainda não foi informado qual será o número exato de turistas estrangeiros que poderão ingressar no arquipélago e se as novas regras também serão aplicadas aos cidadãos franceses. A Polinésia Francesa é um território da França e, portanto, qualquer pessoa com passaporte francês não deveria ser considerado estrangeiro. O turismo é a principal fonte de renda para os moradores das ilhas da Polinésia Francesa.

Monte Otemanu – Taiti – foto Maridav – Shutterstock
O chamado “overtourism” é uma realidade crescente em muitos destinos mundialmente famosos, como Veneza, Amsterdã, Paris, entre outros. Mas o excesso de turismo, porém, ainda não é um problema na Polinésia Francesa. Afinal, além de caro, é um destino distante. Do Brasil, por exemplo, a viagem leva mais de um dia inteiro, com duas conexões (em Santiago e na Ilha de Páscoa). Segundo dados do Banco Mundial, o recorde de fluxo de turistas para a região aconteceu em 2019, quando as ilhas receberam cerca de 300.000 visitantes
A restrição de turismo pode se tornar uma prática comum a partir dos próximos anos. O reino do Butão, na Ásia Central, por exemplo, há anos cobra uma “taxa de turismo” diária de US$ 200 por pessoa. A renda obtida por essa taxa seria destinada para apoiar as comunidades locais, com educação e saúde. O mesmo acontece em quem visita a Ilha de Fernando de Noronha, que cobra uma “taxa de preservação ambiental”. O valor chega a R$ 557 por pessoa para quem passa uma semana por lá, e salta para R$ 6.184 para quem quiser passar um mês inteiro. Ou seja, o bolso foi a maneira que Noronha encontrou para reduzir o fluxo de turistas na ilha.
Veneza, por sua vez, criou um imposto diário para excursionistas de um dia, que não se hospedam na cidade e reprimiu as propriedades listadas no Airbnb para conter o excesso de turistas.

ilha de bora bora – foto Maridav – Shutterstock
Atualizada em: 27/01/2023