Divirta-se em Oslo, a organizada capital da Noruega
Repleta de atrações, Oslo é a capital e principal porta de entrada para quem deseja conhecer a Noruega, um país repleto de histórias de vikings e trolls – ser do folclore norueguês, quase sempre enorme e pouco inteligente, que curiosamente se transformou em sinônimo de quem provoca outras pessoas com mensagens controversas na internet.
Espremida no fiorde que a batiza, em uma região cercada de florestas, lagos e ilhas à beira de uma imensa baía, a cidade é o berço cultural do país. Ali ficam museus como o The National Gallery, onde está exposta uma das quatro versões do famoso quadro O Grito, de Edvard Munch; o Viking Ships, com barcos históricos e uma série de artefatos que contam a história do povo soberano dos mares do norte; e o Norsk Folkemuseum, o museu folclórico, cuja estrela é uma típica igreja de madeira similar à que a rainha Elsa é coroada na animação Frozen, da Disney, inspirada naquelas paragens.
Prêmio Nobel da Paz
A relação com a nobreza, por sinal, é algo inerente à Noruega. Hoje, é o casal real Haroldo V e Sônia Haraldsen que tem a honra de acompanhar, de seu imponente palácio situado no centro de Oslo, o alto índice de desenvolvimento do reino, que já foi o patinho feio da Escandinávia antes de o petróleo jorrar por lá e transformá-lo em um dos países mais ricos – e caros – do mundo.
De tão exemplar, a capital da Noruega é sede da entrega do Prêmio Nobel da Paz, idealizado pelo sueco Alfred Bernhard Nobel. Cheia de pompa, a cerimônia é realizada anualmente na prefeitura, cujo belo salão, cercado por afrescos, fica aberto à visitação o ano inteiro.
Atrações de Oslo
O legado aristocrata, entretanto, não empresta ares tradicionalistas à capital. Oslo tem vibe moderna e nuances de simplicidade, com uma gente educada e bonita que busca vida a céu aberto mesmo nos meses mais frios do ano.
O farto leque de opções de lazer ajuda com flertes à cultura, como ocorre nos arredores da futurista Opera House, onde são realizados diversos festivais; às compras, graças a lugares como a Egertorget Square, onde se concentram as grifes de luxo; ao esporte, por conta da enorme rampa de esqui Holmenkollen, de onde se tem uma linda vista da cidade; e à boêmia, com a linda região de Aker Brygge, um antigo porto revitalizado com restaurantes e lojas transadas, no mesmo clima de Puerto Madero, em Buenos Aires (Argentina).
Vigeland Park
A atração mais interessante da capital norueguesa, entretanto, é o Vigeland Park. O local abriga fontes e 212 esculturas em bronze e granito criadas por Gustav Vigeland para simbolizar todas as fases da vida. Românticas e dramáticas, singelas e agressivas, inocentes e lascivas, as obras se descortinam em um cenário com “dupla personalidade”.
No verão, o clima é de festa, já que os noruegueses se encontram por lá para fazer piqueniques e jogar conversa fora. No inverno, a atmosfera fica bucólica, ressaltada pelo contraste das esculturas com o tapete branco que toma conta do espaço.
É fato, porém, que a neve que cai ali nos meses mais frios parece mais um punhado de açúcar diante do que se encontra no norte do país, onde paisagens dos sonhos são tão abundantes quanto o nobre bacalhau que habita o Mar da Noruega. Uma vez lá, você se sentirá dentro daquelas bolas de cristal com cidadezinhas bem delicadas ao centro, onde neva após uma simples chacoalhada.
Tromso a Senja
Apesar da vocação marítima, a Noruega também abraça com carinho quem não abre mão de permanecer em terra firme. No reino escandinavo, não faltam rotas turísticas que ligam cidades a partir de estradas cênicas das quais é possível avistar os fiordes como se estivesse em um permanente mirante.
Um bom roteiro é o que liga, já no norte do país, Tromso a Senja, a segunda maior ilha do país. Conforme a paisagem de estilo Velho Oeste nevado da Capital do Ártico vai ficando para trás, a impressão que se tem é a de adentrar em um filme em preto e branco, com grandes paredões
pontiagudos refletidos nas águas espelhadas que banham a costa.
De vez em quando, uma casinha vermelha ou amarela aparece no meio do nada, dando ares de poesia àquele reino encantado.
De repente, você se vê em mirantes espetaculares, como o que desponta no fiorde Bergsfjord. Ou então em Tungeneset, o braço de terra que separa os fiordes de Steinsfjord e Ersfjord. Ali, uma plataforma permite observar em detalhes as pontiagudas montanhas negras (cobertas de neve no inverno) de
Okshornan, apelidadas de Djevelens Tanngard (Dentes do diabo).
Bacalhau
O sol também dá o seu show, brilhando em alguns pontos para revelar o azul do mar cristalino. É naquelas águas frias e limpíssimas que, entre janeiro e abril, é pescado o gadus morhua, o bacalhau mais nobre do mundo. Entre Tromso e Senja há diversas fazendas de pesca, como a de Husoy, uma ilha fascinante encravada entre os fiordes.
Mais do que ver a cabeça do bacalhau (sim, ela existe e é exportada para a Nigéria e outros países africanos, onde é comum a usarem em sopas), quem vai à região acaba se tornando um expert no assunto. Aprende, por exemplo, que ao menos quatro espécies de peixes podem ser definidas como bacalhau (como saithe, ling e zarbo, além da gadus morhua).
O processo de salga e seca, que também incorre no termo bacalhau, é usado para exportar os peixes para o Brasil, por exemplo, assim como a outros países que o redistribuem para o resto do mundo a partir de processos não certificados pelo controle de qualidade da Noruega (Portugal e China são os mais famosos).
Para quem está na região, no entanto, o que importa para valer é que, ali, é comum encontrar o gadus morhua fresco à mesa, com sua textura macia e sabor acentuado apenas por temperos simples, como sal e pimenta. Nos melhores restaurantes de Oslo, é possível degustar os cortes com denominação skrei, espécie de grand cru dos bacalhaus, e também algumas iguarias, como caldos e a língua do peixe, que costuma ser servida frita.
Ela vai muito bem na companhia de uma boa aquavit, a aguardente norueguesa que tem sabor de anis e rótulos com qualidade – e preço – comparável aos grandes uísques.
Atualizada em: 11/10/2024