Dicas de destinos para explorar nos arredores de São Paulo

Adobe Stock: Alto da Boa Vista, Campos do Jordão – Julio Ricco
São Paulo, coração financeiro do Brasil, é uma excelente base para quem deseja visitar destinos nos arredores, seja quem mora na capital paulista, seja quem a está apenas visitando. Com diversos destinos badalados e históricos, além de rotas que juntam diversos lugares em uma única experiência, há boas oportunidades para todos os tipos de viajantes.
Quem gosta de calor, por exemplo, encontra no litoral Ilhabela, que reúne algumas das praias mais lindas do Brasil. No inverno, por sua vez, nada chama mais atenção do que Campos do Jordão, a Suíça brasileira. Em qualquer época do ano, vale a pena explorar destinos históricos como Santana do Parnaíba. E, de lá, partir para roteiros surpreendentes, como o Caminhos do Sol.

Adobe Stock: Celebração de Corpus Christi, Santana de Paranaiba – Casa.da.photo
Confira o que fazer nos arredores de São Paulo:
Campos do Jordão
O inverno começa oficialmente no Brasil em 21 junho, mas em Campos do Jordão, a 194 km de São Paulo, ele chega antes. É a partir do feriado de Corpus Christ que a cidade se transforma: as ruas lotam com o prenúncio de dias cada vez mais frios, lojas e barzinhos comemoram a arrancada nos lucros e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta uma pré-estreia do Festival Internacional de Inverno, realizado em julho.

Adobe Stock: Campos do Jordao, Sao Paulo – Gilberto Mesquita
No meio do burburinho, a Vila Capivari transforma-se no point da moçada que bate perna desde o início da tarde para ver as vitrines dos minishoppings, tomar chocolate quente na praça ou garantir um assento desde cedo nas mesas ao ar livre da cervejaria Baden Baden. O que muita gente não sabe é que há muito que se ver e fazer fora desse epicentro comercial, farto em opções de compras e concentração de gente elegante, mas que perde de longe nos quesitos cultura e natureza para os lugares mais afastados da cidade.

Adobe Stock: Vila Capivari, Wtondossantos
A 13 km de Capivari, por exemplo, está o Horto Florestal, que dispõe de restaurante, orquidário e várias trilhas em meio a florestas de araucária e pinho-bravo. Antes de chegar lá, vale fazer um pit stop no Amantikir – Jardins que Falam, ponto imperdível para os amantes de botânica, com labirintos, estufa e espaços floridos que soam como poesia aos olhos.

Adobe Stock: Horto Florestal, Campos do Jordão – Eliane
Perto de Capivari também se pode visitar as cascatas da Ducha de Prata, o Parque da Floresta Encantada, fazer tirolesa no Bosque do Silêncio e pegar o trem turístico que vai até Santo Antônio do Pinhal. Pertinho dali, pela mesma estrada, dá para descarregar doses extras de adrenalina no Tarundu, parque de aventura com dezenas de atividades, desde arvorismo, passeios a cavalo e paintball até patinação no gelo e a orbit ball – bola inflável que rola ladeira abaixo com você dentro.

Adobe Stock: Ducha de Prata – Wtondossantos
Quem prefere roteiros culturais, por sua vez, deve seguir no sentido inverso da Rodovia SP-50 rumo ao Alto da Boa Vista. É nesta região que estão três grandes atrações gratuitas: o Palácio Boa Vista (residência do governador), o Auditório Claudio Santoro e, junto dele, o Museu Felícia Leirner, com dezenas de esculturas da artista polonesa espalhadas pelos jardins.

Adobe Stock: Campos do Jordao – Julio Ricco
No fim da tarde, vale conferir o canto gregoriano que ecoa no Mosteiro São João todos os dias, religiosamente às 17h45. Mas se você está mais propenso ao “pecado” da gula, prefira visitar as fábricas do chocolate Araucária ou da cervejaria Baden Baden. Ou, como ninguém é de ferro, provar uma loura artesanal gelada antes de se jogar na badalação noturna de Capivari.
São Luiz do Paraitinga
Uma terrível enchente em 2010 destruiu parte dos imóveis que compunham o maior conjunto arquitetônico colonial de São Paulo, mas São Luiz do Paraitinga (SP), a 187 km da capital paulista, soube se reerguer sem perder a majestade nem a alegria das festas que promove em suas ruas de paralelepípedos.

Adobe Stock: São Luíz do Paraitinga, Brazil – Uwe Bergwitz
Entre elas destacam-se os cortejos do Divino Espírito Santo e o Carnaval ao som de marchinhas. Tem também festa em homenagem ao Dia do Saci (31 de outubro), com direito a oficinas de arte e contadores de “causos”. Na hora que bate a fome, ainda dá para experimentar outra grande tradição do município: o afogado. A receita original, herdada dos tropeiros que passavam pela região, era preparada com partes menos nobres do boi e o tutano dos ossos para engrossar o caldo.

Adobe Stock: Sao Luiz do Paraitinga – Helissa
Hoje, usa-se acém e no lugar do mocotó, courinho de porco. Para acompanhar, pirão de farinha de mandioca e, como pede a tradição tropeira, uma dose de cachaça para “abrir o apetite”.

Adobe Stock: Mocóto – Paulo Vilela
Caminho do Sol
A famosa rota de Santiago de Compostela, na Europa, tem uma versão verde e amarela. Trata-se do Caminho do Sol, percurso de 240 km que liga as cidades de Santana de Parnaíba e Águas de São Pedro, passando por outros 11 municípios do interior paulista. O percurso termina em um santuário de pedra, construído no pequeno horto da cidade especialmente para abrigar a imagem de São Tiago, trazida de Villafranca del Bierzo, na Espanha.

Adobe Stock: Santana de Parnaíba – FBarbuy
Além da paisagem – formada por bosques, rios, plantações de cana, fazendas do período colonial e geografia parecida com a da Galícia –, o trajeto paulista traz o mesmo espírito de reflexão e autoconhecimento que impera entre os peregrinos do percurso espanhol, e com uma vantagem: a preços bem mais em conta.

Adobe Stock: São Pedro, SP – Gustavo frazao
Ilhabela
A beleza não está só no nome. Com 42 praias de águas límpidas, bons ventos, várias cachoeiras escondidas em meio à Mata Atlântica e pelo menos 18 naufrágios, Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, a 213 km da capital, é um deleite para turistas endinheirados, velejadores, praticantes de mergulho e borrachudos.

Adobe Stock: Ilhabela – Marcelo
As faixas de areia de Castelhanos e do Bonete são quase desertas e oferecem boas ondas para os surfistas de plantão. A primeira tem acesso remoto. Os visitantes podem chegar de barco, bicicleta, a cavalo ou em veículos 4×4. A Praia do Bonete, por sua vez, exige percurso de 12 km a partir da Ponta de Sepituba, passando pelo Parque Estadual de Ilhabela e por três cachoeiras de águas cristalinas. A caminhada dura de quatro a cinco horas, mas também é possível ir pelo mar, a bordo de canoas caiçaras ou barcos de passeio.

Adobe Stock: Praia dos castelhanos – Fred Pinheiro
Cansou de aventuras? Então opte pela orla de Garapocaia, também chamada de praia da Pedra do Sino devido ao som que as rochas emitem quando alguém lhes dá uma pancada. Vale arriscar uma martelada e ouvir o repicar dos sinos.

Adobe Stock: Praia do Garapocaia -Gustavo Frazao
Atualizada em: 17/01/2025