Conheça atrações diferentes no Peru
O Peru é um país plural, repleto de atrações que vão além de Cuzco, Machu Picchu e Lima. A lista inclui as famosas linhas de Nazca e as Montanhas de Vinicunca, além da simpática cidade de Ayacucho.
Conheça algumas atrações diferentes para explorar no Peru.
Nazca
Se o mistério de Machu Picchu for pouco, o deserto costeiro peruano, a 450 km ao sul de Lima, guarda outro enigma ainda maior: as famosas linhas de Nazca, que até hoje ninguém sabe bem ao certo o que são e por que foram feitas.
Os desenhos imensos, rabiscados na areia dura do deserto peruano e com chocante perfeição, representam animais – beija-flor, macaco, condor, aranha… – além de formas geométricas e outras centenas de retas. Só é possível entender a grandiosidade das linhas olhando-as do céu, em um emocionante sobrevoo em avião monomotor.
Para isso, será preciso rodar até a cidade de Nazca, a sete horas de ônibus desde Lima. Infelizmente, não há voos regulares entre as duas cidades. O compacto aeroporto de Nazca tem capacidade apenas para o pouso de aviões de pequeno porte, justamente os que fazem os sobrevoos no deserto com os turistas, que podem durar entre 30 e 60 minutos.
Ao contrário do que acontece nos passeios de bugue em Natal, porém, não dá para escolher voos com ou sem emoção, pois os pilotos são bastante rigorosos a fim de cumprir o percurso dentro do prazo.
A regra é a seguinte: quanto mais longo o trajeto, mais tranquilo é o passeio. Caso escolha a opção econômica, não se espante com curvas bruscas e os gritos no fone de ouvido: “a la derecha, la ballena, y a la izquierda el colibrí, el condor!”.
Melhor, portanto, investir um pouco mais e optar pelo voo de uma hora. É desnecessário brigar pela janelinha, pois os pilotos contornam todos os desenhos pelos dois lados para que todos possam fotografá-los, apesar do risco de enjoo.
As linhas de Nazca, que foram declaradas Patrimônio Mundial da Unesco em 1994, são um dos mais intrigantes sítios arqueológicos do planeta. Até hoje, motivo de inquietação entre os arqueólogos. Muito já se cogitou sobre as origens desses geóglifos, que foram registrados pela primeira vez apenas em 1939, pelo cientista norte-americano Paul Kosok.
A teoria mais aceita foi proposta pela matemática alemã Maria Reiche, que dá conta de que as linhas foram traçadas por indivíduos das culturas nazca e paracas, entre os anos 900 a.C. e 600 d.C., e trata-se de um sofisticado calendário astronômico com finalidades agrícolas, no qual os desenhos representariam constelações.
Mesmo assim, uma grande dúvida persiste: por que foram feitos se só podem ser vistos do céu?
Montanhas de Vinicunca
Durante muitos anos, as montanhas coloridas de Vinicunca, também conhecidas como Montanhas do Arco-Íris, foram mantidas em segredo pelo povo Pampachiri. Para os nativos, o morro é sagrado e guarda pedras com poder de cura.
Mas esse impressionante cenário acabou sendo descoberto por mochileiros, aficionados por trekking e algumas agências especializadas, que hoje oferecem trilhas de até uma semana saindo de Cuzco rumo a esse lugar mágico, localizado a vertiginosos 5.200 metros de altitude.
Por causa dos minerais presentes em sua composição, os montes apresentam um mosaico de cores só encontrado neste ponto da Cordilheira dos Andes.
As paisagens ao longo do percurso também não ficam atrás. Nascentes, picos nevados e criações de lhamas e alpacas, que se estendem por imensos campos adornados apenas por uma casinha de pedra aqui e acolá, completam o cenário, deixando a certeza de que um dos maiores tesouros andinos está mesmo ali, escondido atrás de montanhas no fim do arco-íris.
Ayacucho
O clima colonial e as atrações históricas de Ayacucho, a uma hora de voo de Lima, são ótimos para o viajante que deseja explorar um lado diferente do Peru.
Uma vez na cidade, a dica é começar o tour pela Plaza Mayor, no centro. O local é cercado por edificações dos séculos 16 e 17, que se caracterizam por portais de pedra, pilares com balaústres e tetos com telhas de argila vermelha.
A região abriga ainda casarões revestidos de cal ou com pedra branca exposta. A prefeitura, o Tribunal Superior de Justiça e a Universidade Nacional de Huamanga também ficam por lá, assim como algumas das 33 igrejas com arquitetura colonial que se espalham pela cidade. Vale a pena visitar ao menos a Catedral, localizada na Plaza Mayor.
Terra de artistas e artesãos, a cidade tem como produto mais simbólico os retábulos de Ayacucho, caixas em forma de casa com duas portas que abrem e fecham, revelando no interior cenas da vida andina. As mesas de Sarhua também fazem sucesso. As peças de madeira funcionam como telas, nas quais os mestres artesãos desenham.
O bairro de Santa Ana concentra a maior quantidade de galerias de arte de Ayacucho. Ali também há diversos restaurantes, nos quais se pode provar pratos como a puca picante, um ensopado de batatas com amendoim torrado, e o chorizo ayacuchano, preparado com carne de porco moída.
A meia hora do centro da cidade há diversos lugares históricos que valem a visita. Entre eles está o complexo arqueológico pré-inca de Wari, de 400 hectares, que chegou a ser habitado por 40 mil pessoas.
Outra parada obrigatória é a cidade de Quinua, ótima para comprar artesanato.
A 10 minutos de caminhada de lá se chega ao campo que serviu de cenário para a batalha de Ayacucho, o último confronto entre as forças coloniais e independentes sul-americanas, travado em 9 de dezembro de 1824. No local, há vários monumentos, como um grande obelisco de 44 metros erguido em homenagem aos heróis caídos.
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Atualizada em: 23/05/2023