Como a Torre Eiffel se transformou em símbolo de Paris
Alvo de protesto de pintores, escultores, arquitetos e outros artistas da sociedade parisiense que consideravam o projeto do engenheiro Gustave Eiffel uma ameaça à beleza de Paris, capital da França a famosa Torre Eiffel foi erguida para a Exposição Universal de 1889 com desmonte previsto para 1909 – o que, felizmente, nunca aconteceu)
Depois de exatos dois anos, dois meses e cinco dias de trabalho para juntar 18 mil peças de aço aliadas a 2,5 milhões de rebites, a obra foi finalmente concluída para a mostra e, enquanto se comemorava o centenário da Revolução Francesa, recebeu 2 milhões de visitantes.
O que ninguém imaginava é que, além de não ser desmontada, décadas mais tarde, a torre se tornaria o maior emblema não apenas da capital, mas da própria França, servindo de palco para fatos pitorescos da história. Foi lá, por exemplo, que em 1901 o brasileiro Santos Dumont (1873-1932) ganhou um prêmio por contornar a estrutura em seu balão dirigível. Depois dele, vários aventureiros empreenderam façanhas, como descer a escadaria da torre em uma bicicleta ou saltar de bungee jump do topo. E embora os construtores de arranha-céus dos Estados Unidos a chamassem de “a maior estrutura inútil do mundo”, com 324 metros de altura e 10 mil toneladas, Gustave Eiffel encontrou várias utilidades práticas para o monumento: serviu como torre de transmissão para o telégrafo sem fio – o que ajudou a interceptar mensagens de inimigos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) – e também abrigou um centro de meteorologia.
Em compensação, no decorrer da Segunda Guerra (1939-1945), os franceses tiveram de conviver com uma enorme bandeira nazista hasteada no topo da Eiffel. Todos choraram de emoção, porém, quando viram o azul, vermelho e branco da França tremular em substituição à suástica, anunciando a derrocada das tropas de Hitler.
Resistência
Recentemente, a Torre Eiffel ganhou modelagem digital para diagnosticar seu estado de conservação, o que permitirá ao monumento enfrentar com tranquilidade os próximos dois ou três séculos. Uma surpresa agradável foi descobrir que o ferro puddlé, usado por Eiffel e que na época servia para fazer ferraduras, reage quase como a madeira, mas com resistência superior, e se oxida muito menos que o aço.
Visita
Histórias à parte, a armação metálica abriga hoje restaurantes refinados, butiques, transmissores de rádio e TV, lojas de suvenires, exposições e agência de correio, além de proporcionar uma vista excepcional da Cidade Luz. Só de funcionários para mantê-la há mais de 400, fora os trabalhadores temporários que, periodicamente, pintam a estrutura de alto a baixo para evitar a corrosão.
Quem visita a Torrei Eiffel hoje pode optar por subir a diferentes níveis da estrutura e, a partir de suas plataformas de observação, ter uma vista de até 64 km ao redor. Aproveite a chance de ter uma das mais belas cidades do mundo a seus pés e jante por ali mesmo: o restaurante Altitude 95 fica no primeiro nível da torre, e o Jules Verne, chiquérrimo, no segundo.
Embaixo da torre fica o Champs de Mars, um gramadão onde os franceses sentam para namorar. Em frente, está o Palácio de Chaillot, sede dos museus do Homem e do Cinema. Perca algumas horas sem fazer nada nessa região, pois tudo ao redor é muito bonito e divertido.
Atualizada em: 27/06/2023