Cinco passeios imperdíveis nos arredores do Rio de Janeiro – Voupranos

Cinco passeios imperdíveis nos arredores do Rio de Janeiro

Adobe Stock: Rio De Janeiro – SNEHIT PHOTO

Passar alguns dias no Rio de Janeiro é bom demais, mas esticar o roteiro a partir da capital é ainda melhor. Afinal, não faltam atrações para curtir nos arredores, que vão de praias à cidades serranas. Para chegar a Niterói, por exemplo, basta atravessar a ponte e, lá, dar de cara com obras monumentais de Oscar Niemeyer. Para os fãs de praia, Búzios e Ilha Grande estão a poucas horas de distância. Já quem não abre mão do charmoso clima serrano pode seguir para Petrópolis, Visconde de Mauá ou Penedo – onde tem até uma casa do Papai Noel.

Confira alguns passeios imperdíveis para curtir a partir do Rio de Janeiro.

Niterói

Poucas cidades no mundo concentram formas arquitetônicas arrojadas em tão perfeita harmonia com a natureza quanto Niterói, separada do Rio de Janeiro por uma ponte de quase 13,5 km de extensão. A cidade se tornou uma prancheta viva do arquiteto Oscar Niemeyer, com direito a pinceladas da natureza na costa com trechos de Mata Atlântica preservada, nas praias de diferentes estilos e, claro, na estonteante vista da Baía de Guanabara e do Pão de Açúcar, lá do outro lado.

Um dos símbolos locais, projetado por Niemeyer, é o Museu de Arte Contemporânea (MAC), que parece um disco voador pairado na ponta da orla de Boa Viagem, no bairro de Icaraí. Outras intervenções urbanísticas interessantes são o Memorial Roberto Silveira, o Teatro Popular, a praça JK, o terminal de barcas de Charitas e o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Praias também são muitas, como Imbuí, Piratininga, Camboinhas, Itaipu, Itacoatiara, do Canto, do Sossego e até de Adão e Eva.

Adobe Stock: O Museu de Arte Contemporânea – @renatopmeireles

Adobe Stock: Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio-Niterói) – Vinícius Tamer

Búzios

Ao mesmo tempo chique e rústica, Búzios (RJ), a 179 km do Rio de Janeiro, atrai artistas e grã-finos de vários países, mas não tem como negar: é pela França que seu coração pulsa mais forte. O namoro vem desde o século 16, quando os franceses invadiram a península e foram expulsos pelos portugueses, até os anos 1960, quando a musa do cinema Brigitte Bardot revelou a até então vila de pescadores para o mundo.

Em sua biografia, a atriz lamenta: “Depois de minha passagem, aquele lugar se transformou na Saint-Tropez brasileira”. O que para ela foi o fim, no entanto, não passou do começo de uma era de grande sucesso turístico. Hoje, a cidade é point de visitantes em busca de sofisticação à beira de suas 24 praias. À noite, a Rua das Pedras – que é um terror para as mulheres de sapato alto – reúne variados gêneros musicais e gastronômicos. Há desde cachorro-quente, carrinho de pipoca e hambúrgueres de fast-food até a opção de degustar frutos do mar, sushi e pratos da sofisticada cozinha
internacional ao som de ritmos como jazz, salsa, reggae e MPB ao vivo.

Adobe Stock: Ruas de Buzios, Rio de Janeiro – Fotos 593

Adobe Stock: Buzios, Rio de Janeiro – Fotos 593

Ilha Grande

A maior ilha da baía de Angra dos Reis (RJ) já foi refúgio de piratas, ponto de tráfico de escravos e até presídio de segurança máxima – famoso por abrigar ‘visitantes’ ilustres, como o escritor Graciliano Ramos e o traficante Escadinha, que fugiu de lá de helicóptero. Mas esse passado sombrio deixou como herança a natureza intacta, que hoje atrai multidões de gringos descolados e mochileiros ávidos por percorrer suas trilhas em meio à Mata Atlântica. São elas que oferecem
acesso às mais belas praias, como Lopes Mendes, Dois Rios, Saco do Céu e Cachadaço.

Apesar de concentrar bons hotéis, restaurantes, agências de turismo e lojinhas na Vila do Abraão, o que impera é o clima rústico, sem trânsito, prédios ou caixas eletrônicos. Carros são proibidos. Para chegar à ilha, o turista tem que deixar o veículo no continente e pegar uma barca em Angra dos Reis ou no porto de Mangaratiba. O trajeto dura cerca de uma hora e meia. Também é possível ir de saveiro ou catamarã, mas os horários são irregulares e os preços, mais altos.

Adobe Stock: A grande ilha tropical Ilha Grande -Arkadijschell

Adobe Stock: Ilha Grande, Rio de Janeiro – Peter

Petrópolis

O frescor da região serrana do Rio de Janeiro e a diversidade da mata atlântica levaram o imperador D. Pedro I a adquirir, por 20 contos de réis, a Fazenda do Córrego Seco, sonhando em transformá-la em uma residência de verão, o Palácio da Concórdia. Obrigado a regressar a Portugal por causa de uma crise política, o imperador não concretizou o seu desejo, mas
o seu filho e herdeiro, D. Pedro II, o realizou.

Assim, em 1843, surgiu Petrópolis, a 68 km da capital fluminense. Hoje, o local reúne várias atrações históricas, como o Museu Imperial, onde estão expostos a coroa e o cetro de D. Pedro II, o Palácio de Cristal e a Catedral de São Pedro de Alcântara, palco do Mausoléu Imperial, com as estátuas jacentes do imperador D. Pedro II, da Princesa Isabel e do Conde D’Eu Santos Dumont, outro brasileiro ilustre que morou em Petrópolis.

Adobe Stock: Petrópolis, Rio de Janeiro – Humberto Honda

Adobe Stock: Arquitetura externa catedral São Pedro de Alcântara, Petrópolis, Rio de Janeiro – Fagner Martins

Visconde de Mauá e Penedo

Uma é famosa pelo clima romântico, ao mesmo tempo rústico e sofisticado, com pousadas exclusivas para casais, natureza intacta e restaurantes que em nada lembram os tempos em que a região era reduto de hippies. A outra é perfeita para famílias com crianças e se esmera para manter as tradições da cultura finlandesa, seja na casa do Papai Noel, nas comidas típicas, nas polcas dançadas em praça pública ou nas festas do clube.

Apesar das diferenças, as vizinhas Visconde de Mauá e Penedo, localizadas na região serrana fluminense, em plena divisa com Minas Gerais, têm em comum o dom de receber o turista com conforto sem roubar a cena das belíssimas paisagens naturais da Mantiqueira. E merecem menção honrosa quando o assunto é gastronomia. Se no passado a natureza isolada da região atraiu a turma “paz e amor”, hoje o que se vê é uma profusão de restaurantes comandados por chefs renomados, que vislumbraram no clima ameno da serra o ambiente ideal para agraciar o estômago com receitas à base de ingredientes da terra, como cogumelos, truta salmonada e o pinhão, que será tema de festival no terceiro domingo de maio.

Para não retornar de viagem com quilos extras na bagagem corporal, intercale a comilança com trilhas, cavalgadas e passeios off-road ou de quadriciclo por alguns cartões-postais da região, como a famosa cachoeira do Escorrega, o Poção da Maromba, as dependências do Parque Nacional de Itatiaia e o Vale do Alcantilado. Por fim, faça algumas compritchas na Pequena Finlândia, em Penedo, que reúne cerca de 30 lojas com arquitetura típica e nomes impronunciáveis, no mais autêntico estilo da terra do Jolo Puky (na tradução, Papai Noel).

Adobe Stock: Visconde de Mauá, Rio de Janeiro – JCLobo

Adobe Stock: Penedo, Rio de Janeiro – PlinioMarcos

Publicado em: 06/09/2024
Atualizada em: 06/09/2024
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