Chinatown: Um pedacinho do Oriente em plena Nova York

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – sleg21
No sul de Manhattan, Chinatown é um lugar que merece ser visitado com calma pelos brasileiros. Ali, não há só lojas com roupas e acessórios falsificados, como muita gente imagina. A oferta de atrações vai além e inclui festas e, sobretudo, bons restaurantes.
É verdade que, no bairro dominado pelos imigrantes vindos do Oriente, é só entrar na Canal Street para ouvir: “Louis Vuitton and Chanel bags, come, come”. Além da propaganda no gogó para tentar vender bolsas de marcas famosas, dezenas de chineses tentam laçar o cliente na rua e levá-lo para um beco ou uma lojinha de fachada, onde alguém já espera com um mostruário de papel ou eletrônico.

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – Kaesler Media
O hábito é péssimo, mas a cena é comum, embora a polícia esteja cada vez mais dura com os contrabandos locais – o que, felizmente, vem diminuindo a quantidade de produtos nas calçadas e o assédio dos vendedores. Há câmeras por todos os lados, e policiais à paisana tentam evitar os abusos
nesse “negócio”, arraigado às origens do bairro. A comercialização de tudo, incluindo falsificações, existe desde que os primeiros chineses se instalaram na região, por volta de 1858.

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – Fabien Bazanegue/Wirestock Creators

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – Solarisys
Por sorte, um passeio no bairro, o maior em concentração de chineses do mundo ocidental, fará você descobrir que Chinatown tem várias surpresas positivas. Trata-se de um pedacinho de Nova York diferente de tudo o que você já viu. Até porque as línguas faladas por lá são, prioritariamente, o mandarim, o cantonês ou algum outro dialeto da China. Muitas vezes, o inglês não funciona, o que cria uma atmosfera toda especial à visita.
A parte mais antiga de Chinatown fica ao sul da Canal Street, entre as ruas Mott, Pell e Doyers. Já a Mulberry Street parece ter caído no gosto dos vietnamitas, e mesmo num lugar confuso como esse os dois povos não se misturam. Perto dessa área, na Baxter Street, há um centro para turistas, onde é possível pegar mapas e livretos com dicas da área.

Adobe Stock: Canal Street, Nova York – Michele

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – CKY
Atrações de Chinatown
O melhor a fazer em Chinatown é caminhar pelas ruas para descobrir a “Ásia do Ocidente” por meio do olfato e do paladar. A comida chinesa é uma grande atração local, e não faltam opções saborosas pelas ruas. Fuja dos estabelecimentos da Canal Street e siga para as ruas Mott, Mulberry, Bayard, Pell e Doyers, as mais típicas do bairro e também onde se concentra o maior número de mercados e restaurantes.
Um dos lugares mais clássicos para comer os famosos dumplings ou dim sum (espécie de pastelzinho cozido com recheio de porco, camarão, caranguejo ou legumes), é o 456 New Shanghai (69 Mott Street). O lugar é simples, mas os pratos são deliciosos. Outras boas pedida são o Joe’s Shanghai (9 Pell Street) e o Fried Dumpling (106 Mosco Street), mas prepare-se para se deparar com filas nas portas, pois todos são bastante requisitados.

Adobe Stock: Joe’s Shanghai, Chinatown – Euqirneto

Adobe Stock: Joe’s Shanghai, Chinatown – Euqirneto
Pertinho dali, o Ping’s Seafood (22 Mott Street) prepara os frutos do mar que você escolheu com produtos que saem diretamente do tanque para seu prato. Vários aquários com lagostas, caranguejos, camarões e peixes ficam expostos no restaurante, e dá para escolher exatamente aquele que preferir.
O dim sum também é excelente, e o chef Chuen Ping Hui costuma ir às mesas enquanto você saboreia sua delícia gastronômica.
Para ir mais a fundo na cultura chinesa, vá comer um dim sum no restô Jing Fong (20 Elizabeth Street). Os chineses o elegem como a melhor opção para experimentar os dumplings, mas vá preparado. Há dias,
especialmente aos domingos, em que a fila dobra o quarteirão. Lá dentro, num salão enorme todo acarpetado, as cadeiras são vermelhas, as mesas são cobertas com toalhas brancas, e a clientela, em geral, é chinesa.

Adobe Stock: Restaurante em Chinatown, Nova York – Sharkshock
Enquanto esses pasteizinhos são a cara da culinária chinesa, o chá faz as vezes quando o assunto é bebida. Não à toa, em Chinatown dá para comprar toda sorte de chaleiras, louças e outros apetrechos para preparar infusões. E, claro, uma variedade infinita de ervas.
Os melhores endereços para isso são o Ten Ren’s Tea Time (75 Mott Street) e o Nom Wah Tea Parlor (13 Doyers Street) – este último é um ícone do bairro e funciona desde 1920.
Se ainda sobrar espaço para a sobremesa, estique até a Aji Ichiban Candy Shop (37 Mott Street). Ali você vai encontrar balinhas e doces chineses difíceis de achar em qualquer outra parte dos Estados Unidos.

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – Spiroview Inc.

Adobe Stock: Dumpling, Chinatown, Nova York – cabecademarmore

Adobe Stock: Chinatown, Nova York – Cultura Creative
Feira e arte
No Columbus Park, tem-se outra amostra do dia a dia oriental. Ali, velhinhos jogam cartas e damas, praticam tai chi chuan, cantam e tocam em bandas. Tudo isso fica ainda mais divertido aos domingos, quando famílias passeiam por Chinatown e fazem a feira nas bancas de frutas e verduras ao longo da Canal Street. Durante a semana, dá até para relaxar nos bancos do parque e imaginar-se numa longínqua cidade chinesa.

Adobe Stock: Feira em Chinatown, Nova York – Liz Albro Photos
Se você gosta de história, visite o Museum of Chinese in America (MOCA). Além de contar a saga dos imigrantes chineses no país, o local traz exibições temporárias. O MOCA fica no número 215 da Centre Street, já na divisa com o Soho.

Adobe Stock: MOCA, Nova York – DW labs Incorporated
Templos
Para o tour ficar completo, passe no Mahayana, templo que guarda a maior estátua de buda de Nova York, além de várias salas para meditação, e é um ótimo lugar para fugir do barulho e do trânsito da cidade. Na saída há uma lojinha com imagens de buda em todas as formas. O espaço, na 133 Canal Street, perto da Manhattan Bridge, abre todos os dias, das 8h30 às 18h. Outro templo nas redondezas é o Eastern States Buddhist Temple of America (64 Mott Street). Em sua lojinha, também vendem-se miniaturas de buda e até joias com pedras coloridas.

Adobe Stock: Templo Budista Mahayana, Chinatown – Alberto Giron
Atualizada em: 07/11/2024