Praias, compras e muitas outras atrações em St. Martin e St. Maarten
De longe, o pontinho branco cresce rapidamente à medida que se mistura com a vista das águas azul-turquesa e da praia de areia branca e fina que compõem o belíssimo cenário local. Aos poucos, o pontinho transforma-se em um enorme avião barulhento que passa muito perto da praia antes de aterrissar ali mesmo, a menos de 10 metros da areia. E esta é uma das grandes atrações de St. Maarten/St Martin, ilha caribenha famosa, entre diversos outros motivos, pelo seu pitoresco aeroporto à beira-mar.
Localizado em Maho Beach, o peculiar e ao mesmo tempo moderníssimo aeroporto internacional Princess Juliana reflete com exatidão o que é St. Maarten/St. Martin: uma ilha absolutamente única. Trata-se do menor território do mundo dividido entre dois países. Em apenas 60 km² (Vitória/ES, a menor capital do Brasil, tem 93 km²), ficam Saint Maarten (pronuncia-se San Martin) e Saint Martin (pronuncia-se San Martã).
O primeiro país é menor, tem cerca de 27 km² e é independente desde 2010, mas foi colonizado pelo Reino dos Países Baixos. Lá, fala-se inglês e usa-se dólar (embora a língua e a moeda oficiais sejam o holandês e o florin antilhano). O segundo é um departamento ultramarinho de 33 km² que responde à prefeitura de Guadalupe e faz parte da França. Por isso, seus habitantes falam francês e usam o euro como moeda corrente.
Em termos regionais, essa divisão política é quase irrelevante. Graças ao Tratado de Concórdia, assinado em 1684, ambos os lados da ilha convivem em absoluta paz. Não há barreiras de fronteira e nem indicações de que ela existe – a não ser uma placa em uma das avenidas do lado leste da ilha.
Percebe-se que se está do outro lado apenas quando a língua muda, embora todos os habitantes, tanto de St. Maarten quanto de St. Martin, falem inglês, holandês e francês (muitos deles ainda arranham o espanhol e o papiamento, língua típica do Caribe que tem como influência o português).
Os preços também são diferentes, já que o euro do lado francês encarece os produtos locais, enquanto o dólar faz da zona livre de impostos do lado holandês uma ode ao consumo desenfreado.
Praias
Localizada ao lado do aeroporto – ou praticamente dentro dele –, a praia de Maho Beach é um excelente ponto de partida para quem deseja conhecer a ilha (e suas 37 praias). Para os brasileiros, o local é estratégico, já que reúne hotel, lojas, restaurantes e supermercados. Isso sem falar no maior dos cassinos da ilha, que aceita apostas de baixo valor até mesmo em jogos como pôquer.
O maior atrativo de Maho Beach, no entanto, é a chance de registrar a foto do avião passando bem pertinho da areia, o maior clichê de St. Maarten. Tão clichê que o principal bar da praia, o Sunset Bar, informa em um quadro os horários em que os aviões vão pousar. Mais do que vê-los aterrissar, vale a pena observá-los partir.
Essa é a hora em que alguns turistas se agarram à grade que separa a praia da pista para não serem lançados em direção ao mar pelo vento gerado pelas turbinas das aeronaves. Diversas placas de “Perigo” tentam limitar a prática. Mas quem liga para elas?
A maioria das pessoas também não se importa com o barulho dos aviões e aproveita para relaxar um pouco em Maho Beach. É mais recomendável, porém, andar cerca de 5 minutos para tomar sol na praia vizinha de Mullet Bay. As águas calmas que banham essa faixa de areia, a mais interessante do lado colonizado pelos Países Baixos, são quentíssimas e de uma beleza descomunal.
Outra praia que vale a visita em St. Maarten é Cupecoy. Supervalorizado, o local, cercado por belas falésias, é palco de um dos hotéis cinco estrelas mais badalados do pedaço.
St. Martin
Ninguém percebe, mas assim que Cupecoy acaba, começa o lado francês da ilha. Sem placas, fronteiras, guaritas, nada. Você simplesmente segue pela estrada e, pronto, está na França. Ou em um lugar bem parecido com ela, já que a região tem o mesmo charme do país europeu e ainda com a vantagem de ser banhada pelo Mar do Caribe.
Praias atraentes não faltam por lá. Em uma delas, chamada Baie Longue, fica o badalado hotel La Samanna, onde já se hospedaram Mariah Carey, Snoop Doggy Dog, Eddie Murphy e Denzel Washington, entre outros famosos. A melhor e mais disputada faixa de areia atende pelo nome de Orient Beach – nem os franceses a chamam pelo nome francês Baie Orientale, o que comprova a interessante miscigenação de St. Maarten/St. Martin.
Até pouco tempo atrás, não havia nada por lá, sequer uma boa via de acesso, o que encorajou alguns naturalistas a fazerem do local uma reservada praia de nudismo. Hoje, casinhas coloridas dividem a encosta com uma estrada que chega à beira da faixa de areia, fato que fez os nudistas se mandarem de lá, certo?
Que nada. Na metade direita de Orient Beach todo mundo toma sol, nada e passeia de mãos dadas nu até hoje. A outra metade é reservada para os turistas convencionais.
Independentemente do lado escolhido, você fica sempre de frente para um mar cristalino e repleto de tons de azul. É, sem dúvida, um dos cenários mais belos do mundo. Melhor para os esportistas, que praticam diversas atividades náuticas por lá.
Depois de se divertir na região, é hora de conhecer o crème de la crème do lado francês da ilha: Marigot, a capital. O calçadão à beira-mar, as lojas de grife (com preços salgados em euro, mas com lançamentos da moda simultâneos aos realizados em Paris) e os cafés com mesinhas ao ar livre fazem com que qualquer semelhança com as cidadezinhas da Riviera Francesa não seja mera coincidência. Há ainda um enorme shopping por lá e uma feirinha de roupas e artesanatos ao ar livre montada todas as quartas e sábados.
Compras
Se a capital de St. Martin encanta pelo charme, Philipsburg, a capital de St. Maarten, agrada em cheio os turistas ávidos por compras e diversão. O passeio de uma capital para outra, por si só, já vale uma visita à ilha, pois as belíssimas Orient Beach e Dawn Beach ficam entre elas – próxima a Dawn Beach está a quase imperceptível placa que indica a divisão entre os países.
Philipsburg tem uma simpática praia, de onde sai um enorme deque que dá acesso a um calçadão repleto de lojas e restaurantes. De lá até a Front Street, rua do comércio local, é um pulo. Estreitinha e repleta de paralelepípedos, a rua é dominada por lojas de roupas, joias e eletrônicos. Os preços são ótimos. Em geral, até 30% inferiores aos praticados no Brasil, sobretudo no que diz respeito a relógios, óculos escuros, câmeras fotográficas, notebooks e bebidas em geral.
Por falar em bebidas, uma parada obrigatória deve ser feita no Guavaberry Emporium. Trata-se da loja oficial que vende o drinque mais consumido em St. Maarten. Feito a caipirinha no Brasil, o guavaberry colada é um símbolo da ilha. A mistura de rum com guavaberry (uma frutinha que só nasce por lá), creme de coco, suco de abacaxi e gelo forma a bebida docinha e cor de rosa, que realmente é muito boa.
Além da (irresistível) rua comercial, Philipsburg abriga museus, uma singela rua com construções inspiradas no Reino Unido, chamada Old Street, e também o porto da ilha. Por conta dele, a região faz parte da rota das principais empresas marítimas do mundo.
Desembarcar na ilha é uma delícia, pois a estrutura turística local foi montada com restaurantes e lojas ao lado do porto exatamente para atender bem quem não tem muito tempo disponível no pedaço.
Atualizada em: 06/10/2023