Conheça Barbados, a ilha em que Rihanna nasceu
O chá da tarde é tradição. O inglês, ainda que com um sotaque bem peculiar, é o idioma oficial. As cidades exibem a rica arquitetura colonial britânica como grande atração. Poderia se tratar de qualquer região na Inglaterra ou mesmo no interior dos Estados Unidos, mas dois detalhes fazem toda a diferença: a localização, no idílico Mar do Caribe, e o local onde nasceu Rihanna.
A ilha de Barbados é cercada por águas clarinhas, de tom azul transparente, que acrescentam à herança inglesa o perfeito clima tropical: praias magníficas, calor o ano inteiro e toda a alegria e vibração da população, cuja cultura é resultante da mescla das raízes africanas dos primeiros habitantes temperadas com um delicioso toque caribenho e inglês.
Diferentemente de outras ilhas do Caribe, que mudaram de mãos diversas vezes, Barbados nunca havia deixado de pertencer à Grã-Bretanha, até que, em 1966, se tornou independente. Ainda assim, mantém como chefe de Estado a rainha Elizabeth. Também ao contrário de muitas ilhas vizinhas, o país revela uma identidade própria, cheia de história, expressa em suas casas de madeira, nas fazendas de cana e na área militar, que protege o pedaço desde o século 17.
É tanta riqueza histórica que Barbados, mesmo pequenina (são 33,7 km de extensão e 22,5 km de largura), abriga uma cidade tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade: a capital, Bridgetown, fundada em 1628 e onde nasceu Rihanna. O reconhecimento veio, segundo a organização, por a vizinhança guardar belos exemplares da arquitetura colonial britânica e, claro, ser uma cidade antiga bem preservada, construída ao longo dos séculos 17, 18 e 19.
Bridgetown
De 1675 a 1831, Bridgetown foi arrasada por pelo menos três grandes furacões. Apesar disso, a capital mantém muitos prédios de arquitetura georgiana caribenha, que mistura elementos britânicos com detalhes barbadianos.
Entre os destaques estão o edifício do Parlamento – que, como o de Londres, famoso pelo Big Ben, também tem uma torre com relógio –, erguido de 1872 a 1873 em estilo neogótico, e a sinagoga, bem mais antiga: datado de 1654, o templo foi refeito depois de ir abaixo por conta da passagem do furacão de 1831.
Além da importância arquitetônica, a sinagoga é apontada como a mais antiga da América anglófona e foi edificada depois da expulsão dos holandeses de Pernambuco pelos portugueses. É que, após a reconquista do Estado por Portugal, dezenas de judeus, para evitarem perseguição religiosa, fugiram do Brasil e acabaram em Barbados.
Bridgetown também tem boa vocação para as compras. A rua principal, Broad Street, congrega diversas lojas duty free. Na Cave Shepherd, dá para comprar suvenires, perfumes e cosméticos a preços convidativos, que chegam, em alguns casos, a ser mais baixos do que nas lojas dos aeroportos.
Uma boa dica é comprar rum da marca Mount Gay, a destilaria da bebida mais antiga do mundo, em funcionamento em Barbados desde 1703. Estrangeiros estão livres dos impostos sobre o produto, mas, para aproveitar a isenção, é preciso ter os recibos e fazer o processo de restituição do valor do imposto no aeroporto, antes de voltar ao Brasil.
Garrison
Nos arredores de Bridgetown, fica a zona histórica de Garrison, grande responsável por dar o título de Patrimônio Mundial à capital. A área funcionou como quartel-general das forças britânicas na região de 1780 a 1906, mas nasceu antes, com o Forte de St. Ann, em 1705. Por isso, reúne muitas construções dos séculos 18 e 19.
O centro de Garrison é hoje uma imensa pista de corrida de cavalos, onde, no passado, ocorriam as paradas militares. Ao redor do hipódromo, inúmeras construções atraem olhares mais curiosos, como a Main Guard e sua torre com relógio, um imponente conjunto vermelho erguido em 1804 para abrigar o comando da guarda principal.
Nessa mesma área está o Museu de Barbados, que ocupa o prédio de uma antiga prisão militar, datado de 1853. Por meio de um acervo com 500 mil peças, conta a história dos barbadianos desde antes da colonização europeia até os dias atuais.
Ainda em Garrison, fãs de história também podem conhecer a casa onde o primeiro presidente norte-americano, George Washington, se hospedou por dois meses, aos 19 anos, em 1751. Conhecida como Bush Hill House, foi a única residência dele fora dos Estados Unidos.
Praias
Está certo que a parte histórica de Barbados é bem bacana, mas quem vai ao Caribe quer mais é contemplar e depois se jogar naquele marzão turquesa, certo? Aproveite, então, que sol forte e calor são companhias constantes – na ilha, a média de temperatura é de 26 ºC – e siga para o sul de Bridgetown, na costa sudoeste da ilha, onde estão as melhores praias.
A região é a mais urbanizada e bem estruturada de Barbados, com supermercados, restaurantes, bares e farmácias. Uma das boas opções do pedaço é Hastings, que tem a vantagem de ser próxima da capital, mas não é a melhor praia, já que, ali, o litoral é em grande parte rochoso.
Apesar do incômodo de pisar nas pedras, esse pedaço da costa barbadiana é espetacular. Primeiro, porque exibe um maravilhoso mar azul clarinho e, depois, porque as pedras formam piscinas naturais rasas, protegidas de ondas, ideais para crianças e bebês. Um snorkel ou óculos de piscina é acessório indispensável para apreciar os peixes multicoloridos que se escondem entre corais e rochas.
Para aproveitar ainda mais, há trechos bem próximos a Hastings que não têm pedras e as ondas são fracas. Ali, as praias formam naturalmente uma linda piscina para relaxar e esquecer da vida. Ao norte, pela própria areia ou pela rua, chega-se a Needham’s Point, onde fica um hotel que incorporou à sua estrutura um antigo forte, o Charles.
No sentido sul, encontra-se Accra ou, como também é conhecida, Rockley Beach. Uma das poucas praias à vista de quem passa de carro pela estrada, ela figura entre as mais belas da ilha, com boa estrutura num deque com restaurantes.
Fazendas
Para conhecer um pouco da época de ouro da ilha, visitar a sede das antigas fazendas que ainda estão de pé no país faz quase a mesma função de entrar em museus. Uma delas é a Sunbury Plantation House, localizada na região de St. Philip, no canto sudeste da ilha.
Também são do auge econômico de Barbados as chattel houses, casebres de madeira assentados sobre uma base de pedras, que podem ser vistos por todo o país. Esse tipo especial de arquitetura vem dos tempos em que os trabalhadores não eram donos de suas terras e precisavam se mover por diferentes pontos da ilha. Ao sair da fazenda para trabalhar em outro lugar, desmontavam e levavam sua casa consigo.
Parecidos com as chattel houses são as rum shops, bares tradicionais barbadianos que vendem, além da bebida nacional, comidas típicas. Em Barbados, o forte são os frutos do mar e os peixes, principalmente o peixe-voador, símbolo da gastronomia local, que pode ser provado em quase todos os restaurantes.
Boa parte deles fica em St. Lawrence Gap, rua à beira-mar próxima a Hastings, repleta de bares, baladas e conhecida como point noturno da ilha – com muita música de Rihanna rolando nas caixas de som, é claro. Em The Gap, como a área é carinhosamente chamada pelos nativos, é só a noite cair que os barzinhos acendem suas luzes néon, aumentam o som e animam a noite.
Atualizada em: 30/05/2023