O que fazer em Quebec, incrível cidade europeia no Canadá

Adobe Stock: Quebec – Merrvas

Québécois é uma daquelas expressões cheias de particularidades que aparecem na hora de listar o que fazer em. Significa muitas coisas: alguém da região, uma maneira canadense de pronunciar o francês (língua local ao lado do inglês) e o nome de um jornal político.

Cidade que abriga várias culturas, Quebec é a capital da província homônima, a maior do país. Até 1759 pertenceu à França, quando foi tomada pela Inglaterra. Mas os britânicos não conseguiram impor idioma, cultura e religião aos habitantes da província – que, por sinal, inclui outra grande cidade canadense, Montreal.

Assim, a cidade de Quebec tem o francês como língua oficial, e a maioria da população professa a fé católica. É só andar pelas ruas e constatar: as placas são escritas em francês (ou em francês e inglês). Porém, apesar da preferência local pela língua latina, o visitante se vira bem com o inglês, pois a maior parte da população québécois fala ambos os idiomas.

Na culinária, prevalece o ecletismo internacional. Para quem quiser se aprofundar no tema, há bistrôs de primeira e os famosos fromage du Québec (queijos da região), que são um prazer à parte.

Muito organizada, Quebec é dividida entre a parte antiga e a moderna. A Vieux Québec (Quebec Velha) tem três porções: a mais antiga é a Basse-Ville (Cidade Baixa), localizada ao longo do Rio São Lourenço (uma das maiores hidrovias do mundo).

A Haute-Ville é a Cidade Alta, parte cercada por uma muralha, na qual é possível caminhar sobre elevados de pedra que chegam a 2,5 metros de espessura.

A terceira porção é a Grande Allée, situada logo depois da muralha. Nesta última área estão o Hotêl du Parlement, construção imponente de 1886, sede do Poder Legislativo da província, e o Parc des Champs-de-Bataille, um dos maiores parques urbanos da América do Norte.

Adobe Stock: Quebec, Canada – Delphotostock

Quebec Velha

A Quebec Velha é, sem dúvida, a parte mais charmosa da cidade, por manter prédios com características da época de sua fundação. Preservação, aliás, é palavra-chave em Quebec. E não apenas na arquitetura mais formal, mas em limpeza, paisagismo e outros itens que tornam a região impecável.

Harmonia é um substantivo preciso quando se pensa na cidade. O conjunto arquitetônico dos bairros é todo certinho e gostoso de visitar, tanto na periferia quanto na parte mais turística. Basta olhar para o alto para reparar que os edifícios não causam estranheza pela discrepância de estilos, como em muitas outras cidades. Ali, só se fazem fotos bonitas.

As muralhas de Quebec chamam a atenção de qualquer visitante. São 4,6 km que rodeiam Quebec Velha, eloquentes testemunhas do antigo militarismo. Uma caminhada ao longo delas fornece vistas panorâmicas da região. Os portais das muralhas têm nomes como Porte de St-Louis ou Porte de St-Jean, dois entre os quatro que ainda restam.

Por causa da arquitetura única e do valor histórico, Quebec foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Alguns exemplos se tornaram cartões-postais da cidade, como o majestoso Château Frontenac e a Gare du Palais – e outros edifícios assemelhados a castelos.

Adobe Stock: City of Quebec

Castelo e estação

O centenário Château Frontenac foi inaugurado em 1893. É um hotel de luxo com mais de 600 quartos e cerca de 77 metros de altura. No último andar da construção, que lembra um castelo, chegou a funcionar um observatório.

O Frontenac foi construído pela Canadian Pacific Railway. Nele, já se hospedaram diversas personalidades, como Winston Churchill, então primeiro-ministro britânico, e Franklin Delano Roosevelt, na ocasião presidente dos EUA. Ali, eles se encontraram para definir o destino da Segunda Guerra Mundial.

O nome do empreendimento é uma homenagem ao antigo governador de Nova França (La Nouvelle-France), Louis de Buade de Frontenac, conde de Frontenac (1662-1698). Nova França foi o nome dado pelos colonizadores franceses às províncias de Quebec e Ontário, no Canadá.

Outro lugar histórico que vale visitar na região é Gare du Palais, que existe desde 1915. Trata-se de uma estação de trem que esbanja charme e eficiência.

É mais um exemplo de construção que lembra um castelo. O nome em francês se dá por conta da proximidade com o Palácio da Intendência da Nova França, que ficava ao lado. Assim como o Frontenac, é obra da Canadian Pacific Railway.

Adobe Stock: Château Frontenac – Andreas

Cirque du Soleil

Na sombra dessa arquitetura singular, Quebec também se volta para a cultura e suas manifestações. Uma das mais populares e mundialmente reconhecidas é o Cirque du Soleil, companhia circense que, em 1984, mudou radicalmente o conceito que se tinha de circo e a maneira de se apresentar.

As origens do Soleil remontam a 1980. Em Baie-Saint-Paul, uma vila situada na margem norte do Rio São Lourenço, havia uma trupe de teatro de mesmo nome que foi fundada por Gilles Ste-Croix.

Um dos atores era Guy Laliberté que, em 1984, com Daniel Gauthier (em resposta ao apelo do governo para eventos para a comemoração dos 450 anos da descoberta do Canadá pelo explorador francês Jacques Cartier), fundaria o famoso circo que hoje opera em vários países do mundo e tem como base Montreal, ali pertinho.

Adobe Stock: Cirque du Soleil – Roberto Anania/EyeEm

Espetáculos naturais

Mas nem tudo é cultura ou arquitetura em Quebec. A paisagem é também uma grande atração, a começar pelo próprio Rio São Lourenço, que domina o visual da cidade. Entre os espetáculos naturais está o Parc de la Chute-Montmorency, um dos mais procurados por conta da bela queda-d’água, das trilhas naturais e do teleférico. Fica a apenas 7 km a leste do centro da cidade.

A Montmorency Falls, com 83 metros de altura (30 metros a mais que as Cataratas do Niágara), domina a região. Ela é iluminada à noite, criando um espetáculo inesquecível. No inverno, a água se congela nas laterais e na base, formando uma curiosa montanha de gelo.

Adobe Stock: Montmorency falls in Quebec, Canada – Nicolas

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