Atrações, noite e compras – Saiba o que fazer na Cidade do México
A capital mexicana poderia ser puro caos à primeira vista: trânsito, poluição, muita gente para todo lado e outros problemas típicos de uma megalópole com 20 milhões de habitantes. Mas dê uma segunda chance a ela. Só assim você descobrirá museus riquíssimos, catedrais imponentes, restaurantes deliciosos, cafés, lojas, praças e feirinhas de rua bem curiosas. Pode apostar: há muito o que fazer na Cidade do México, um destino que surpreende a muitos de forma positiva.
Coyoacán
O primeiro bairro que vale a pena conhecer para deixar para trás a má impressão é o tranquilo e arborizado Coyoacán, região de mansões, onde vivem intelectuais, cantores e artistas. Sua moradora mais ilustre foi Frida Kahlo (1907-1954), e a residência onde viveu a pintora, a célebre Casa Azul, pintada dessa cor depois do casamento com Diego Rivera, é hoje um interessante museu.
Algumas obras feitas por ela e pelo marido estão em exposição. O mais interessante, porém, é que a casa mantém os móveis e objetos pessoais de Frida. É possível conhecer o quarto da pintora, entrar na cozinha e ver de perto o ateliê da artista. É impressionante também a exposição com as roupas de Frida, que foram encontradas no sótão da casa em 2004, exatos 50 anos depois de sua morte.
Depois, explore um pouco mais o bairro. Há a Praça Hidalgo, onde, como antigamente, as famílias se encontram e as crianças tomam sorvete em frente a vendedores de bexiga. Não deixe também de ir ao Parque Centenário, à Igreja de San Juan Bautista e à arborizada rua Francisco Sosa, com vários cafés e churrerias.
Praça Zócalo
O marco zero da Cidade do México é a Praça Zócalo, onde fica a monumental Catedral Metropolitana, construída a partir de 1573, e o Palácio Nacional, logo ao lado, aberto à visitação e com lindos murais de Diego Rivera. Para ganhar a melhor vista desta que é a terceira maior praça do mundo, vá ao restaurante no último andar do hotel Best Western Majestic, que desde 1937 recebe os hóspedes ávidos em fotografar a região.
Museus
Dali, em uma curta caminhada, você verá mais uma série de edifícios históricos que deram ao centro da Cidade do México o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, até chegar ao Palácio de Belas-Artes. Com sua fachada de mármore branco, é o principal templo de grandes concertos da capital.
Em matéria de cultura, há dois museus que não se pode perder na Cidade do México. Um deles é o Soumaya, mais um que já valeria só pelo design, montado pelo bilionário Carlos Slim em homenagem à esposa falecida. Como ela gostava muito de Rodin, Slim fez o possível e o impossível e colocou ali a segunda coleção mais importante de Rodin no mundo. Há um andar inteiro só com obras do escultor francês. O Soumaya também expõe obras de Cézanne, Modiglidiani, Chagall e Courbet, entre outros do mesmo calibre.
O mais turístico, entretanto, é o Museu Nacional de Antropologia, com 23 salas que abrigam a maior coleção de objetos e esculturas das civilizações que habitaram o México antes da chegada dos espanhóis. Uma só visita não basta para ver tudo, mas não perca a Pedra do Sol, monólito de 25 toneladas datado do século 15. Também são impressionantes uma cabeça do tempo dos olmecas com 20 toneladas, feita entre 1.200 e 600 a.C., e a sala com artefatos de Teotihuacán.
Xochimilco
Após dois dias visitando a capital, você já poderá cravar: a Cidade do México não é daqueles lugares com tradições montadas para turista ver. As canções, as comidas e a religiosidade estão lá naturalmente. A maior prova disso é o passeio por Xochimilco, conjunto de canais que somam 180 km por onde navegam as trajineras, jangadas bem coloridas que carregam até 25 pessoas. É uma festa.
As embarcações têm mesas e cadeiras, e é possível levar cerveja e comida. Os jovens cabulam aula para se divertir no barco, colocando nas caixas de som um reggaeton. Já os mais velhos navegam ao som de minishows privados de bandas de mariachis, que cobram 100 pesos por canção a bordo.
Luta Livre
No desembarque, no Embarcadero Nativitas, dá para brincar experimentando um chapéu mexicano e comprar um poncho. Só não vale se empolgar nas compras e perder a hora de assistir a uma Luta Livre, que na verdade é mais um show de dança e comédia do que uma luta propriamente.
De crianças de chupeta a senhores de 80 anos, as cadeiras da Arena México lotam de mexicanos fazendo barulho ao redor do ringue. É realmente divertido ver as acrobacias de luta, torcer pelo mocinho, conferir as dançarinas que apresentam os “lutadores” e rir com as trapalhadas do vilão.
As vivências da cultura mexicana costumam ser tão intensas nessa viagem, que muita gente até esquece que lá perto tem as praias e o mar azul de Cancún. É claro que seria perfeitamente possível, e altamente recomendável, combinar este roteiro com uma esticada ao litoral da Riviera Maia ou então às praias do Pacífico.
O incompreensível, porém, é ignorar a capital mexicana durante uma viagem à região, pois no coração do país, longe das praias caribenhas, há um México muito mais autêntico e culturalmente interessante a ser descoberto.
Atualizada em: 28/07/2023