Atrações modernas para quem não vai a Nova York há anos
Não importa quantas vezes você já foi a Nova York: em algum momento vai pensar que está pisando ali pela primeira vez. E não é culpa de ter exagerado no intervalo de tempo entre uma viagem e outra, mas da velocidade insana em que a cidade cresce e inaugura novas atrações, mesmo com todas as limitações geográficas de Manhattan, uma ilha afunilada entre os rios Hudson e East.
Claro que a falta de espaço fez com que o espírito de Manhattan se esparramasse também pelos outros distritos da cidade. Mas é Manhattan que concentra a maior parte das atrações abertas nos últimos anos em Nova York. E vem mais por aí. Prova disso são as gruas que pipocam nos céus e apontam para lugares fascinantes que crescem em progressão geométrica, ampliando as atrações turísticas da, cada vez mais infinita, Big Apple.
Hudson Yards
A grande novidade dos últimos anos em Nova York é o Hudson Yards. Nascido para se transformar em um ícone local, tal qual a Estátua da Liberdade ou o Central Park, o complexo, formado por envidraçadas torres comerciais e residenciais, representa o maior empreendimento imobiliário privado da história dos Estados Unidos.
Trata-se praticamente de um bairro novo, com 113 mil metros quadrados em plena Manhattan. Mas não pense que o espaço surgiu do nada. O local era ocupado exclusivamente por uma “garagem” de trens suburbanos, que abastecem a cidade. E ela continua ali, mas agora debaixo de plataformas sobre as quais o Hudson Yards vem imergindo. Entre as atrações está o Vessel, na praça principal da nova zona comercial.
O monumento nada mais é do que um emaranhado de escadas e passarelas que levam do nada ao lugar nenhum, mas rendem lindas fotos. São 154 lances em cobre e aço, o equivalente a um prédio de 15 andares, criados pelo designer britânico Thomas Heatherwick. Coladinho ao Vessel está o The Shed, um inovador espaço cultural modular, que pode acomodar desde uma intimista peça de teatro até um megashow. O Hudson Yards ainda conta com um belo shopping, com mais de 100 lojas, o deque de observação mais alto dos EUA (com 395 metros de altura) e um mercado gastronômico espanhol.
Museu da Estátua da Liberdade
Já faz muitos anos que existe um singelo museu no interior do pedestal da Estátua da Liberdade, mas o problema é que ele tem acesso limitado a um pequeno número de visitantes diários. O Statue of Liberty Museum, aberto em maio de 2019, foi desenvolvido justamente para oferecer uma experiência melhor para as 4,5 milhões de pessoas que, todos os anos, vão à Liberty Island para ver de pertinho um dos maiores símbolos dos Estados Unidos.
Erguido em um prédio moderno, o espaço conta com duas salas de apresentações multimídia, nas quais é possível descobrir como a Estátua da Liberdade foi construída. O museu conta ainda com um monumento do século 19 projetado pelo francês Frédéric-Auguste Bartholdi, telas touch com fotografias históricas e uma área externa com jardim.
Pier 17
Se você não visita Nova York faz algum tempo, é bem provável que se lembre com carinho do antigo Pier 17, com seu caótico mall sempre lotado de turistas. Mas a estrutura não resistiu bem ao peso dos anos e muito menos à passagem do furacão Sandy, em 2012. Na ânsia de se reconectar com suas águas, porém, Nova York deixou o drama de lado e viu isso como uma oportunidade de ganhar mais um espaço incrível.
Após um banho de loja de US$ 785 milhões, o Pier 17 transformu-se na estrela da revitalização do miolinho histórico conhecido como South Seaport District. O lugar já virou hotspot nova-iorquino. O deque do Pier 17, com aquela vista matadora que vai da Brooklyn Bridge à Estátua da Liberdade, passando por todo o skyline da outra margem do rio, ganhou clima de baladinha nas noites de verão, graças à presença de DJs e aos bares lotados. O rooftop do prédio virou um concorrido espaço para shows e, no inverno, travestiu-se de “vila de inverno”, com um rinque de patinação no gelo tão grande quanto o do Rockfeller Center.
Oculus
O nome oficial é World Trade Center Transportation Hub, mas todo mundo chama de Oculus. A estrutura futurista projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava – o mesmo que idealizou o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro – custou US$ 4 bilhões e passou 12 anos cercado de muita polêmica antes de ser inaugurada, finalmente, em 2016. Foi chamada de elefante branco, mas seu formato está bem mais para o de uma pomba (branca) prestes a levantar voo. Entrar ali surpreende.
A nave principal, com mais de 100 metros de comprimento por quase 50 de altura, tem a grandiosidade de uma Grand Central Station em uma releitura de filme de ficção científica. Mais surpreendente ainda é descobrir que o que se vê acima do nível do solo não passa de uma pontinha do iceberg que é o emaranhado de galerias subterrâneas que interligam todos os prédios do World Trade Center ao sistema de transportes da cidade – metrô, ônibus e ferry. Ali há lojas, restaurantes e até uma filial do Eataly.
North Cove
A marina de North Cove anda cada dia mais movimentada. Desde abril de 2018, os charmosos iates vintage da Classic Harbor Line expandiram suas operações antes exclusivas do Pier 62 também para North Cove. Ou seja, dali é possível embarcar para um cruzeiro com um guia-arquiteto a bordo, explicando Nova York sob este ponto de vista. Ou – quem sabe? – curtir um happy hour Cruise, bebericando bons drinques em um clássico barco de madeira ao redor da Estátua da Liberdade Se não quiser fazer o tour, experimente ao menos curtir o visual e o vaivém das embarcações em uma mesinha ao ar livre do Le District, um complexo gastronômico nos moldes do Eataly, mas com produtos e comidinhas francesas. O espaço oferece uma vista privilegiada para a marina de North Cove.
Atualizada em: 25/09/2023