As maravilhas de Ilhabela, a mais bela ilha de São Paulo – Voupranos

As maravilhas de Ilhabela, a mais bela ilha de São Paulo

Adobe Stock: Praia de Castelhanos – Wtondossantos

Chegar a Ilhabela no verão ou no feriadão não é fácil. Além do trânsito nas estradas que levam ao litoral norte paulista, onde fica a ilha, a fila da balsa em São Sebastião, município que dá acesso ao local, pode acabar com o humor de qualquer um. A fama dos “ataques” de borrachudos também não ajuda muito. Dessa forma, vale a pena planejar a viagem para lá com cuidado.

Ilhabela compensa todos esses perrengues ao oferecer doses equilibradas de praias selvagens, pousadas charmosas e gastronomia de primeira. É um destino simples e ao mesmo tempo chique, onde se pode passar o dia curtindo uma praia deserta e sair para jantar em um bistrô francês. Ou, então, fazer uma trilha em meio à Mata Atlântica, que possibilita tomar banho de cachoeira no Parque Estadual de Ilhabela – onde a civilização parece estar a centenas de quilômetros – e, depois, espantar o cansaço na piscina com vista para o mar de uma superpousada.

Arquipélago

Oficialmente, Ilhabela é o nome do município que agrega um arquipélago com meia dúzia de ilhas e ilhotas, esparramadas à frente da costa de São Sebastião, a 210 km da capital paulista. A maior de todas essas ilhas, chamada São Sebastião, é a que todo mundo conhece como Ilhabela. Trata-se da maior ilha do litoral brasileiro, com
cerca de 22 km de comprimento e nada menos que 130 km de litoral. No total, são quase 350 km2 a ser explorados.

Adobe Stock: Ilha Bela, São Paulo – Marcelo

Como chegar

Da balsa, durante a travessia do Canal de São Sebastião, o visual das montanhas já deixa qualquer um encantado. Isso porque 85% da ilha são tomados por montanhas íngremes, cobertas por Mata Atlântica nativa. O trajeto desde o continente até lá leva meros 20 minutos em um dia sem movimento. No verão, porém, a espera na fila pode demorar duas ou até quatro horas para quem chega sem reserva de horário.

Adobe Stock: Litoral Paulista – Harmonium

O que fazer

Apesar da proximidade com a capital paulista, que permite encaixar uma viagem a Ilhabela em um simples fim de semana, um par de dias é muito pouco para conhecê-la. Afinal, são 45 praias, sem contar uma dezena de faixas de areia minúsculas, escondidas entre as curvas dos costões rochosos. Há ainda trilhas que levam a cachoeiras, passeios de escuna e muitas opções de atividades esportivas, como surfe, windsurfe, trekking e mergulho.

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Adobe Stock: Ilhabela Ilha, São Paulo – Pedro

Vila

Mesmo assim, a maioria dos visitantes se contenta em circular pela orla voltada para o continente, onde está a parte urbanizada da ilha, incluindo o centrinho da vila, com seus cafés e restaurantes saborosos e lojinhas descoladas. É um trecho longo e estreito, delimitado pelas águas do canal, de um lado, e pelas montanhas, do outro.

A geografia bela, mas íngreme, destinou Ilhabela a ter pouco espaço físico para ruas e casas, que não podem ser construídas acima de cem metros em relação ao nível do mar, de modo a preservar a vegetação e evitar a “favãelizao” chique do lugar. Resultado: faltam vias para escoar o trânsito – por lá, há basicamente duas avenidas –, o que complica bastante a vida de turistas e moradores no verão e nos feriados prolongados. A avenida à beira-mar, por onde todo mundo precisa circular para ir de um lugar a outro, esparrama-se por 28 km de extensão desde Borrifos, no sul da ilha, até Ponta das Canas, no extremo norte.

Adobe Stock: Igreja de Nossa Senhora da Ajuda – Casa.da.Photo

Praias para todos

Ainda que urbanizadas, há praias encantadoras no trecho voltado para o continente, caso das faixas de areia da Pedra do Sino, com um restaurante no canto direito oferecendo um deque agradabilíssimo para bebericar enquanto se curte o visual; da Praia do Veloso, procurado por famílias e de onde parte a trilha para a Cachoeira do Veloso; e do Curral, a mais badalada e movimentada de todas.

Adobe Stock: Praia do Veloso – Leonardo Araújo

A mais bela praia com acesso pela avenida da orla, porém, é a do Jabaquara, no norte da ilha, a cerca de 20 minutos de carro desde o centro. Também é possível chegar até lá de barco, o que é bem mais agradável, especialmente para fugir do trânsito intenso da alta temporada. O panorama de Jabaquara, visto do mirante ao lado da estrada, forma uma das paisagens mais incríveis do litoral paulista, já que ali não há casas nem condomínios. Assim, a região preserva-se tão selvagem quanto era décadas atrás. Há apenas um restaurante na praia, que serve de ponto de apoio aos banhistas.

Adobe Stock: Praia de Jabaquara – Wtondossantos

Castelhanos

No lado selvagem da ilha, voltado para o mar aberto, as praias têm mar bravio e abrigam pequenas comunidades de pescadores. Apenas uma delas é acessível por carro, justamente a mais estonteante de todas as de Ilhabela: a Baía dos Castelhanos. É para lá que a maioria dos passeios segue, tanto em escunas, que contornam a ilha e param para um mergulho nas praias da Fome e do Saco do Estáquio, quanto em jipe.  No meio do caminho, fica a entrada do Parque Estadual da Ilhabela, onde começa a trilha para a Cachoeira da Toca.

Adobe Stock: Praia da Fome, Ilhabela – Morgana

A Baía dos Castelhanos ganhou esse nome por conta de um evento trágico: o naufrágio do navio espanhol Príncipe das Astúrias, em 1916, que se transformou na versão brasileira do Titanic. Na ocasião, morreram 477 dos 590 marinheiros que estavam a bordo. Os corpos, carregados pela maré, foram parar na praia. Outra meia centena de navios, surpreendida por mau tempo e rochedos submersos, também afundou ao navegar pela face selvagem de Ilhabela, que ganhou o apelido de Triângulo das Bermudas da América do Sul. A compensação é que o mergulho na área dos naufrágios tornou-se um grande barato na região.

Adobe Stock: Praia de Castelhanos – Fred Pinheiro

Bonete

Outra faixa litorânea famosa é a de Bonete, localizada ao final de uma trilha de 11 km que passa por três cachoeiras e leva de quatro a cinco horas para ser percorrida. Uma alternativa mais simples para chegar até lá é o barco, na carona de algum morador. Ou seja, não é fácil ir até Bonete e, por isso, pouca gente segue para lá. Mas quem alcança o destino encontra uma praia de cinema, com ondas fortes e cercada por costões rochosos.

Adobe Stock: Ilha Bela – Adriano B. Pieroni

Ali, vive uma pequena comunidade caiçara, que não desfruta comodidades como sinal de celular e que tem energia elétrica proveniente de uma pequena usina, que usa a água de uma cachoeira próxima. Para os turistas, é uma chance de desconectar-se completamente do estresse cotidiano.

Adobe Stock: Praia de Bonete – Fred Pinheiro

Publicado em: 30/12/2024
Atualizada em: 26/12/2024
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