Rota Jardim, na África do Sul, revela algumas das paisagens mais lindas do mundo

Adobe Stock: Cidade do Cabo, África do Sul – Kushnirov Avraham

Os animais estão por toda a parte no país, mas, contraditoriamente, a África do Sul não é um lugar selvagem. Quem faz uma road trip de 750 km pela costa entre Port Elizabeth e Cidade do Cabo (Cape Town), por exemplo, passa por praias, cidades e reservas maravilhosas, bem como a linda Rota Jardim, uma das mais cênicas do mundo.

Guarde bem a estrada por onde rumar a partir de Port Elizabeth: é a N2, que o acompanhará até Cidade do Cabo por 750 km, boa parte seguindo rente ao mar. A primeira boa surpresa vem logo, a 85 km de Port Elizabeth. É Jeffreys Bay, a praia das ondas altas superdesejadas pelos surfistas, tanto quanto as águas da Austrália, Indonésia ou Havaí.

Adobe Stock: Jeffrey’s Bay, África do Sul – MATTHEW

Adobe Stock: Port Elizabeth, África do Sul – WitR

Em Jeffreys Bay, cidade com certo clima de Búzios (RJ), a maioria das lojas é dedicada à moda-surfe como Ripcurl, Roxy, Quicksilver e Billabong. Mas, em frente a essa última, a África do Sul apresenta, e não deixa mais de mostrar, o elegante artesanato do país.

A área tem lojas de decoração de muito bom gosto, como esculturas, travessas, pratos de porcelana e pashminas, a maioria com estampas coloridas e estilizadas de elefantes e girafas. Os artigos sul-africanos são tão requintados que não é difícil encontrar ingleses viajando pela região só para repaginar a decoração da casa.

Adobe Stock: Cidade do Cabo, África do Sul – Helen

Tsitsikamma National Park

Depois das compras e da praia, é hora de continuar a estrada para um parque nacional indispensável no roteiro: o Tsitsikamma National Park. Nessa área exuberante, montanhas recobertas de verde irrompem ao longo da foz e das águas do Rio Tsitsikamma, recheadas de trilhas tranquilas para ir serpenteando rente à água.

Mas a visita ao parque fica completa apenas se você curtir duas experiências: atravessar a ponte suspensa com vista para um vale e almoçar no restaurante Storms River, construído no alto de uma das montanhas e com terraço de frente para toda essa natureza.

Adobe Stock: Tsitsikamma National Park – Arnold

Adobe Stock: Tsitsikamma National Park – BengtHultqvist

Adobe Stock: Tsitsikamma National Park – WitR

Bloukrans Bridge

Mais 23 km adiante e surge no caminho a Bloukrans Bridge, velha conhecida dos viciados em adrenalina. Há quem atravesse o mundo só para se jogar do bungee jumping de 216 metros de altura, que já foi o mais alto do globo.

Fora isso, a Bloukrans Bridge marca o início da Rota Jardim, o percurso mais sofisticado da África do Sul.

Adobe Stock: Ponte Bloukrans, África do Sul – Steffen Eichner

Adobe Stock: Ponte Bloukrans, África do Sul – Shams Faraz Amir

Rota Jardim

O apelido da rota faz todo o sentido. A partir da Bloukrans Bridge a vegetação rasteira se transforma em bosques verdejantes que cobrem montanhas de granito.

Quando de um lado da rodovia se avista a floresta e, do outro, surge o mar azulzinho, saiba que você está se aproximando de Plettenberg Bay, ou Plett, como o local é carinhosamente apelidado pelos sul-africanos. Trata-se de um balneário tomado por mansões, com uma larga faixa de areia e diversos campos de golfe – são 29 na região.

As belas casas envidraçadas com vista para o mar estão no alto das tantas ladeiras de Plett, que facilmente transformam-se em mirantes. É irresistível parar em um dele para avistar baleias no horizonte e golfinhos saltando no raso, bem onde as ondas arrebentam.

Como se golfinhos e baleias fossem pouco, Plett ainda conta com vários parques, cada um deles dedicado a um animal. Há o Snake Sanctuary, onde os corajosos podem se enrolar em cobras, o Monkeyland, com mais de 600 macacos vivendo soltos em uma grande floresta, e o Birds of Eden, o maior aviário de aves soltas do mundo, lar de pássaros excêntricos que formam um arco-íris de cores fosforescentes.

Adobe Stock: Jardim Botânico Nacional Kirstenbosch – Utamaria

Adobe Stock: Reserva Natural Robberg, Rota Jardim – Burhan

Adobe Stock: Plettenberg Bay, África do Sul – David

Knysna

Quando Plettenberg Bay fica para trás, 32 km o separam da cidade mais animada da Rota Jardim: Knysna. Ela está à beira de um lago, que nasceu entre dois paredões de arenito. Uma vez lá, dá para subir no rochedo, percorrer as águas de barco ou saborear pratos a base de lula, ostra e salmão defumado.

Só não se esqueça da vida a ponto de deixar de ir ao waterfront, shopping a céu aberto que fica ao redor de uma marina repleta de iates e lanchas. Tome um café e conheça as lojas de roupas, de decoração e de joias feitas com a tanzanita, a rara pedra preciosa azul extraída somente na Tanzânia e descoberta apenas em 1967.

A Tiffany, a primeira a mostrar essa maravilha para o mundo, foi a responsável pelo nome e declarou a tanzanita (que investidores dizem ser mais valiosa do que o diamante) como “a mais linda pedra azul a ser descoberta em 2.000 anos”.

Knysna foi, nos anos de 1700, endereço de mais elefantes do que gente: 7.000 desses grandalhões moravam por lá. Hoje, muitos deles estão no Elephant Park, uma reserva só com elefantes, a maioria resgatada. Ali há tours de meia em meia hora para quem quer tocar, alimentar e caminhar ao lado dos animais.

Adobe Stock: Knysna, África do Sul – Michaeljung

Adobe Stock: Knysna, África do Sul – Andre

Adobe Stock: Knysna, África do Sul – LMspencer

Mossel Bay

Depois de curvas com mirantes fascinantes debruçados sobre o mar, a parada é na cidade de Mossel Bay, mais especificamente em Mossel Bay Point, onde o bacana é ver o Oceano Índico de uma caverna no alto de uma rocha – e, como é praxe no país, sem dificuldade: a gruta é alcançada em segundos por uma trilha asfaltada.

Para que você não se esqueça dos animais, do porto de Mossel Bay saem barcos para ver leões-marinhos, golfinhos e, entre julho e outubro, baleias. Este local marca o fim da Rota Jardim, uma das mais espetaculares do mundo para percorrer de carro.

Adobe Stock: Mossel Bay, África do Sul – WitR

Adobe Stock: Farol em Mossel Bay, África do Sul – Michaeljung