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O que fazer na Patagônia Argentina

Com cenários em que a natureza exibe sua plenitude sem retoques, a Patagônia argentina é composta por lagos, geleiras, montanhas, bosques petrificados, vales fluviais e planícies áridas. Por isso, não falta o que fazer por lá.

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A fauna da região não fica atrás em exuberância: baleias, leões-marinhos e pinguins são algumas das espécies que povoam a região, cuja área ocupa quase toda a porção sul do território argentino.

Cinco províncias delimitam a Patagônia na Argentina: Neuquén, Río Negro, Chubut, Santa Cruz e Tierra del Fuego. As três últimas são as mais exóticas.

Província de Santa Cruz

A Província de Santa Cruz, por sua vez, é famosa por abrigar gigantescas geleiras azuis e cavernas cavadas por água de degelo, como a Cuevas de Alvear, no glaciar de mesmo nome.

A geleira mais famosa do pedaço é a do glaciar Perito Moreno, com aproximadamente 200 km2. Essa maravilha da natureza fica no Parque Nacional Los Glaciares, a 70 km da pequena vila turística de El Calafate, a sudoeste da província de Santa Cruz.

Sob a luz do sol, a geleira reflete cores que vão do branco ao azul-turquesa – resultado da compactação das camadas de neve depositadas há mais de 12 mil anos, remanescentes da última glaciação da Terra.

Acima e dentro de suas cavidades, os turistas mais corajosos podem se aventurar na prática do trekking, desde que seus calçados disponham de grampões próprios para caminhadas no gelo.

Impossível não lembrar da animação A Era do Gelo, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, em que uma preguiça gigante, um tigre-dentes-de-sabre e um casal de mamutes, entre outros bichos pré-históricos, tentam escapar das placas de gelo derretidas pelo aquecimento global.

De fato, a  última Era Glacial deixou intactos na Patagônia esqueletos de dinossauros fossilizados há milhões de anos.

Entre as ossadas que vêm sendo descobertas pelos paleontólogos a cada ano, destaca-se um vale coberto de ovos fossilizados de uma nova espécie de dinossauro, encontrado em 1998. A baixa temperatura conservou tão bem os fósseis que podia-se ver até as rugas do couro de réptil nos embriões.

E assim como no filme, os riscos de desmoronamento são iminentes. A cada 15 minutos, em média, uma placa desaba, provocando estrondos, icebergs e ondas de até três metros.

Através de passarelas de madeira, é possível se aproximar da geleira com segurança e ouvir o seu rugido. Sim, enquanto avançam a uma velocidade de dois metros por dia, os blocos de gelo chocam-se e despencam dos paredões, provocando barulhos assustadores.

Mas não se deixe impressionar tanto com a grandiosidade das imagens e sons. Apesar do cenário caótico, o Perito Moreno é uma das únicas geleiras do mundo que se mantêm em equilíbrio. Move-se em ciclos de aproximadamente quatro anos e produz gelo na mesma proporção que o perde. Um espetáculo sem prazo para acabar.

Outro passeio interessante em Santa Cruz é navegar pelo Lago Upsala até a geleira de mesmo nome, entre os imensos blocos de gelo que despencam dos glaciares e flutuam com brilho de diamante sob os raios de sol.

Tierra del Fuego

Ushuaia, capital da Província Tierra del Fuego, é conhecida como “a cidade do fim do mundo” por ser a porção de terra mais austral do planeta, a apenas mil km da Antártica.

A região atrai muitos visitantes por contar com uma moderna estação de esqui Cerro Castor, inaugurada em 1999. Além disso, há dois centros invernais por lá que organizam passeios em trenós puxados por cachorros ou em motos de neve.

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Também há um parque nacional nas proximidades, onde o programa principal é desfrutar da paisagem que combina lagos e picos nevados.

Depois da neve, são os passeios pelo Canal Beagle que fazem a cabeça dos turistas. Os barcos navegam por cerca de 2h30 por águas calmas, parando diante de ilhotas onde vivem colônias de pinguins e lobos-marinhos.

O ponto final do trajeto é marcado pelo Farol do Fim do Mundo, o último vestígio de civilização da América do Sul. Dali em diante, só há mar e icebergs por quase 5 mil km até a costa da Antártida.

Chubut

É em Chubut, por exemplo, que fica uma das mais importantes reservas de animais do continente, a Península Valdés.

Nela, é possível observar baleias-francas-austrais, elefantes-marinhos e outros bichos enormes. Localizada a 1,5 mil km de Buenos Aires, a península foi apontada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1999.

A província de Chubut se estende da costa do Atlântico à fronteira com o Chile, onde encontra a Cordilheira dos Andes. Com esse tamanhão todo, os lados leste e oeste dessa porção de terra são bem distintos – e, justamente por isso, ambos merecem ser explorados.

Na área onde Chubut é lambida pelo mar, o bacana é o contato direto com animais que os brasileiros só costumam ver em zoo ou aquário. E, no trecho onde a província esbarra no Chile, são as magníficas paisagens patagônicas que se impõem.

Para conhecer o lado leste de Chubut, na beira do Atlântico, a base costuma ser Trelew, que à primeira vista não passa de uma tranquila cidade nos confins patagônicos. Mas o fato de receber voos semanais de Buenos Aires e outros vindos de Ushuaia na alta temporada (setembro a dezembro) mostra que o lugar tem algo a mais.

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Publicado em: 18/10/2022
Atualizada em: 26/10/2022