califórnia – Voupranos

O que fazer em Napa Valley e Sonoma Valley

Os arredores de Napa Valley e Sonoma Valley, a pouco mais de uma hora de carro de San Francisco, na Califórnia, são marcados por um verde intenso. Ali, parreirais invadem a paisagem e convidam para caminhadas com direito a pitstops para provar uvas, fazer piqueniques e degustar a grande estrela local: o vinho. Não falta o que fazer na região.

Ali são fabricados, principalmente, chardonnay (branco) e tintos à base de uvas cabernet sauvignon, merlot, pinot noir e zinfandelo. Além de quantidade – a Califórnia responde pela maior parte dos rótulos produzidos nos Estados Unidos –, Napa e Sonoma esbanjam qualidade.

Desde 1976, quando seus vinhos entraram na lista de melhores do mundo, desbancando, num célebre concurso, a tradicional bebida originária do Velho Continente, os vales a oeste do estado tornaram-se conhecidos mun­do afora.

Sonoma Valley

Quem parte de carro de San Francisco pela Bay Bridge já consegue avistar, pouco depois de cruzar a ponte, casas no sopé das montanhas, ladeadas por ciprestes e por parreirais, numa paisagem que lembra a Toscana, na Itália.

Shutterstock, Timothy S. Allen

E não é só a aparência que aproxima ambas as regiões: o clima também é similar e propício à produção vitivinícola, com as noites e manhãs bem frias e dias ensolarados, com céu azul vibrante.

Na principal estrada de Sonoma, a 101, também conhecida como Redwood Highway, a primeira vinícola famosa que surge no caminho é a Kendall-Jackson. A arquitetura do prédio, os jardins com fontes, as cores dos salões… Tudo faz lembrar a Toscana.

A cidade de Healdsburg, a cerca de 15 km ao norte de onde fica a Kendall-Jackson, é uma boa pedida para um almoço mais substancioso. Há bons hotéis e restaurantes, lojas transadas e salas de degustação de vinhos na região.

Em Healdsburg, também vale dar uma volta pelas ruas ao redor da praça principal, onde vira e mexe rola algum evento. Entre nas galerias de arte, nas butiques e no rústico Oakville Grocery, especialmente se você pretende fazer um piquenique. Esse pequeno mercado é uma perdição. Ali, há queijos caseiros, frios, pães fresquinhos, doces e vinhos.

Napa Valley

Os vales de Sonoma e Napa são paralelos um ao outro e não muito distantes entre si. Para cruzar de Sonoma para Napa, use a Estrada 12, que sai de Santa Rosa e passa por todo o vale que ostenta o nome da cidade.

O visual é pitoresco e pontuado por vinícolas, como a Blackstone e a Kenwood, e é preciso foco e força de vontade para chegar ao destino final sem parar o tempo todo para tirar fotos e contemplar o horizonte. Depois de cerca de 70 km por um caminho bem pavimentado, chega-se à cidade de Napa, o coração da badalada região.

Shutterstock, Jeff Schultes

A produção de vinhos ali teve início em 1861, quando o imigrante da Prússia naturalizado americano Charles Krug estabeleceu a primeira vinícola da região. Em 1889, já eram mais de 140 casas colhendo uvas e produzindo a bebida de Baco a todo vapor.

Nos anos de 1920 e no começo dos de 1930, entretanto, elas foram praticamente à falência depois que uma praga atacou os parreirais e a lei seca começou a vigorar na Califórnia.

O negócio aos poucos foi sendo retomado, mas apenas em 1965 Robert Mondavi, descendente dos Krug, fundou sua própria vinícola e, marqueteiro como só ele, conseguiu impulsionar o negócio na região.

O melhor, entretanto, ainda estava por vir. Em 1976, um evento inédito em Paris colocou definitivamente o nome de Napa Valley no mapa mundial dos vinhos de renome. E com toda a glória possível.

Uma competição de vinhos às cegas (na qual os jurados ficam com os olhos vendados), intitulada Julgamento de Paris, da qual participavam os até então imbatíveis vinhos franceses das emblemáticas regiões de Bordeaux e da Borgonha, colocou três vinhos brancos e um tinto de Napa Valley entre os melhores do mundo.

O chardonnay da lindíssima vinícola Chateau Montelena foi o grande campeão entre os vinhos brancos, e o cabernet sauvignon da Stag’s Leap Wine Cellars conquistou a primeira colocação entre os tintos. Foi o empurrão definitivo para que não só os vinhos de Napa, mas a região em si, virasse sucesso de público e assim se mantivesse até hoje.

Parte importantíssima dessa história, além de produtora de rótulos excelentes, a vinícola Robert Mondavi é um passeio super-recomendado. Ela é uma das primeiras da Rota 29, a estrada principal de Napa, também conhecida como Santa Helena Highway.

Os tours, que visitam a parte da propriedade onde a bebida é feita e incluem degustação, duram pouco mais de uma hora.

Shutterstock, FloridaStock

A vinícola Inglenook, mais um investimento da família Coppola no mundo dos vinhos, é outro lugar cheio de história. O château que abriga a produtora data de 1887 e foi todo recuperado com atenção aos detalhes originais.

O vinho principal da casa é o Rubicon, um cabernet criado com as uvas das parreiras que Gustave Niebaum, o fundador de Inglenook, plantou nos anos de 1880.

Enquanto isso na Beringer, também uma das mais antigas do vale, fundada em 1856 por dois irmãos alemães, há tours variados, voltados para diferentes graus de conhecimento em relação à bebida. Um deles permite degustações na belíssima cave da casa.

A vinícola Sterling, por sua vez, é uma construção inspirada nas da ilha grega de Mikonos, onde viveu seu fundador, Peter Newton. Mas a maior atração do lugar é um bondinho que leva os turistas até o alto de uma montanha, de onde se tem uma vista panorâmica de todo o vale.

Lá em cima, a turma recebe uma taça de vinho e pode visitar galerias de arte e, uma vez mais, aprender detalhes sobre o processo da produção do vinho.

Publicado em: 22/10/2022
Atualizada em: 22/11/2022