alfama – Voupranos

O charme da Alfama

A Alfama é o legado dos mouros à Lisboa, que ocuparam a cidade por quatro séculos até a retomada pelo Rei D. Afonso Henriques em 1147. Com suas escadarias, ladeiras e vielas tortuosas de traçados aleatórios, a Alfama assemelha-se a uma medina árabe. A dica é começar a visita por cima. No topo do morro da Alfama estão as ruínas do Castelo de São Jorge, a antiga fortificação dos mouros.

As muralhas do terraço do castelo servem de mirante para entender a cidade. Lá de cima, se vê o Tejo, o rio que liga Lisboa ao oceano e ao passado glorioso das Grandes Navegações. À frente estão as casas da Cidade Baixa e, no morro do outro lado, o Bairro Alto, reduto boêmio e das casas de fado. Caminhar pelo alto das muralhas e visitar o museu de arqueologia, com peças de cerâmica de romanos e mouros, são parte do protocolo de visita ao Castelo de São Jorge.

Cumprido o protocolo, o negócio é caminhar pelas ruas da Alfama, que têm nomes evocativos, como Rua da Saudade ou Voz do Operário. Perder-se é quase inevitável no labirinto de vielas, mas para baixo todo santo ajuda. Tente encontrar o caminho para a Praça Porta do Sol e ao Mirador de Santa Luzia, enquanto observa a atmosfera doméstica e provinciana do bairro com os varais nas janelas, os senhores de boina e as viúvas vestidas de roupas pretas. A Alfama não foi a única herança que os mouros deixaram para Lisboa. A cidade deve seus famosos azulejos aos muçulmanos. Foram eles que levaram as coloridas peças usadas em pisos e ambientes internos para as fachadas das arquiteturas, o que ficou tão bonito que nenhum rei católico teve coragem de mandar arrancar depois. Pelas ruas do bairro há muitas casas decoradas de azulejos e a região guarda o Museu Nacional dos Azulejo, instalado em um convento do século 16, onde o destaque é um imenso painel de 36 metros que retrata a Lisboa antes do terremoto de 1755.

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Além do elétrico 28, que circula por algumas ruas da Alfama, é possível explorar o bairro a bordo dos tuk-tuks. Os veículos chegaram em Lisboa há cerca de 4 anos e hoje há quase 500 deles circulando. Em frente a Igreja da Sé está um ponto de tuk-tuks, que fazem um tour pela Alfama com quatro paradas. Os passeios duram uma hora, o guia é o próprio motorista. Em meio a tantas ladeiras, o tuk-tuk é uma maneira confortável e prática para conhecer os principais pontos da Alfama.

 

Publicado em: 19/10/2022
Atualizada em: 26/10/2022