Surpreenda-se com Anchorage, maior cidade do Alasca – Voupranos

Surpreenda-se com Anchorage, maior cidade do Alasca

Adobe Stock: Anchorage, Alasca – Leieng

A maioria das pessoas que viaja para ver de perto as atrações do Alasca desembarca em Anchorage, a principal cidade do estado. Com quase 300 mil habitantes (um quarto da população do Alasca), a cidade abriga hotéis de grife, supermercados de rede, restaurantes famosos, shoppings e lojas de eletrônicos iguais às encontradas em Miami ou Nova York, por exemplo.

A maior parte delas fica em Downtown, o centro, que também é o melhor lugar para comprar suvenires – com o detalhe de que não existe imposto sobre produtos adquiridos no estado.

No verão (de julho a setembro), cuja temperatura média é de 15º C e o dia fica claro por mais de 20 horas, o ritmo é semelhante ao de qualquer cidade média dos Estados Unidos. Os jardins são enfeitados com flores coloridas, eventos rolam ao ar livre, há trânsito e gente caminhando pelas ruas ou pedalando por trilhas.

Adobe Stock: Anchorage, Alasca – Klodien

Adobe Stock:Matanuska Glacier, Alasca – Chansak Joe A.

Já no inverno, com os termômetros passando dos -10º C, as ruas se cobrem de branco, e as pessoas ficam mais reclusas em casa ou nos pubs. As melhores opções para arejar a mente nessa época são esquiar e praticar outros esportes de neve enquanto se observa o braço de mar Turnagain Arm desde o alto das belas pistas do Alyeska Resort, na vizinha Girdwood. Para os turistas, há a esperança também de observar a aurora boreal.

Independentemente do período do ano, um passeio obrigatório é dar um pulo no Anchorage Museum. Moderno, erguido após um investimento de US$ 250 milhões, o local conta, por meio de objetos e mapas interativos, a história dos povos nativos e dos navegadores que enfrentaram o frio para explorar a região, bem como da corrida do ouro que atraiu muitas pessoas para lá.

No museu há áreas específicas para crianças e um painel que mostra o quanto os produtos, por conta da logística, são mais caros no Alasca. Enquanto um pacote com seis latas de Coca-Cola custa US$ 2,99 em Seattle, chega a passar dos US$ 10 nas áreas mais remotas do estado.

Adobe Stock: Museu de Anchorage, Alasca – Linda Harms

Lago dos aviões

Para se aprofundar um pouco mais na curiosa história local, embarque em um passeio de trolley que, de maio a setembro, parte do Centro de Visitantes, em Downtown. A bordo de um antigo veículo vermelho, os motoristas-guias contam histórias como a do segundo maior terremoto já registrado no mundo (o primeiro se deu no Chile), o Sismo do Alasca de 1964 (9,2 na escala de Richter) que, seguido de um tsunami, chegou a engolir um bairro inteiro, hoje transformado em parque.

É durante este passeio também que você descobre que, no Alasca, quem fica “preso” são os humanos, e não os animais. Parte de Anchorage é cercada para impedir a entrada de alces e outros bichos enormes, que vivem aos montes por lá e, nas poucas estradas conectadas à cidade, costumam provocar altas bagunças.

O isolamento local, decorrente das condições geográficas, motiva ainda outro fato inusitado: quase todas as famílias por lá têm um avião de pequeno porte, que é transferido de uma geração à outra – com 17 anos, é comum estar habilitado como piloto profissional.

São mais de 9.000 modelos (cerca de 60% da frota americana do gênero), que custam desde US$ 20 mil, muitos deles preparados para pousar na água ou na neve, o que faz do Lake Hood um enorme estacionamento de monomotores coloridos, tal qual uma marina de algum destino mediterrâneo. E é justamente de lá que partem alguns dos passeios mais espetaculares rumo aos meandros do Alasca.

Adobe Stock: Lake Hood, Anchorage, Alasca – Gabrielle

Adobe Stock: Centro de Visitantes, Downtown Anchorage, Alasca – Pecold

De frente com os ursos

Aproximar-se com segurança de ursos no ambiente selvagem é um dos grandes momentos de quem vai à região. Como eles hibernam durante o inverno, a experiência é viável apenas entre julho e setembro. Os animais costumam ficar próximos a lagos, cujo único acesso, na maioria dos casos, se dá por hidroaviões.

Nos primeiros meses do verão, o local mais típico para observá-los é o Katmai National Park. Ali, há plataformas de madeira semelhantes às que permitem aos turistas observar as Cataratas do Iguaçu, a partir das quais dezenas de pessoas podem ver os animais caçando salmões em meio a pequenas quedas d’água.

Um pouco mais intimista é o tour que leva ao Lake Clark National Park, disponível em setembro. A viagem desde Anchorage dura pouco mais de uma hora e é exuberante. No trajeto, dá para observar algumas das plataformas de petróleo que impulsionam a economia local, embora o que chame atenção sejam as praias, os glaciares, os vales com cachoeiras e os vulcões (alguns deles perigosamente ativos) que cercam o Crescent Lake.

Adobe Stock: Katmai National Park, Alasca – Knelson20

Adobe Stock: Katmai National Park, Alasca – Paul

O desembarque se dá em águas azuis turquesa, oriundas das geleiras que tomam conta do parque nacional. A paisagem deslumbrante só não é intocada por conta da presença de um resort.

Ali, os viajantes ingressam em uma confortável embarcação de estilo pontoon (plataforma flutuante com sofás e motor de baixo ruído). A partir daí, tudo que se vê pela frente são alguns pescadores de salmão e o cenário espetacular do Crescent Lake – cuja profundidade chega a 45 metros, e a temperatura em setembro, a 4º C.

De repente, os ursos começam a aparecer nas margens. Estar perto de um animal selvagem de grande porte em seu ambiente é algo, realmente, emocionante.

Adobe Stock: Twin Lake, Lake Clark National Park, Alasca – Sceninc Media

Adobe Stock: Lake Clark National Park, Alasca – Kristin

Publicado em: 20/07/2023
Atualizada em: 20/07/2023
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