Pop e descontraída, Seattle é uma das cidades mais divertidas dos EUA
Seattle é uma das cidades mais inspiradoras dos Estados Unidos. É o berço das bandas Nirvana, Pearl Jam e Foo Fighters. É também a casa da Boeing, da Amazon e da Starbucks. Com tantos expoentes nascidos por lá, não faltam atrações para celebrar a inovação pelo pedaço. Tem o museu da cultura pop, o museu da aviação, lojas moderníssimas e muita arte.
Se você nunca pensou em incluir Seattle nos seus planos de viagem, repense. Essa fértil cidade costeira está a só três horas de carro de Vancouver. Visitá-la, acredite, é um show.
Como toda cidade grande americana, Seattle tem um símbolo: Trata-se do Space Needle, torre que está para a região como a Estátua da Liberdade para Nova York e a CN Tower para Toronto. Foi construída para a Expo 62, a feira futurista sediada na cidade, e se transformou em um baita vestígio daqueles tempos.
Cartão-postal local, a Space Needle é recheada de grandes números. Tem 184 metros de altura, um elevador que chega a 16 km/h e um restaurante giratório no topo que completa uma volta a cada uma hora. O visual é sensacional.
De lá, é possível ver uma imensidão de edifícios, as águas da Baía de Elliott, cercada pelo waterfront (bulevar onde é uma delícia caminhar), e o Monte Rainier brotando nevado lá onde a vista quase não alcança.
Chihuly Garden
Camélias, tulipas, arbustos… poderia ser um jardim normal, mas o Chihuly Garden, outro ponto turístico de Seattle, soma às plantas e flores belas e coloridas esculturas em vidro feitas pelo artista Dale Chihuly. Algumas obras do americano correm o mundo, mas, por sorte, as que ficam nesse espaço aos pés da torre Space Needle são permanentes.
Um sol de vidro brilha em amarelo e vermelho no centro do jardim, mas o caleidoscópio de formas e cores continua em oito galerias do complexo e na Glasshouse, edifício com teto transparente de onde pende um dos maiores trabalhos de Chichuly: uma criação vermelha, laranja, amarela e âmbar com cerca de 30 metros de comprimento.
Programe-se para ver a apresentação que acontece de meia em meia hora, mostrando como é feito um vaso em vidro, e vá até o café, decorado com trabalhos coloridíssimos, que fazem parte da coleção pessoal de Chihuly e inspiraram o artista.
Seattle Waterfront
Barracas de comidas, restaurantes de frutos do mar, uma roda-gigante e um aquário misturam-se harmonicamente no Seattle Waterfront, outra região turística da cidade. Motivos para ir até esse bulevar não faltam, já que ele é alucinante, efêmero, ousado e tradicional, tudo ao mesmo tempo.
Um símbolo disso é a loja Ye Olde Curiosity Shop, na ativa desde 1899. A butique vende desde suvenires clássicos até bizarrices, como cestos feitos de pele de tatu e esqueletos de animais dispostos entre crânios e até entre uma múmia.
A cinco minutos dali está mais uma atração esquisita de Seattle, a Gum Wall ou, em tradução livre, parede de chicletes. Antes uma venerada fachada de tijolos vermelhos, agora o muro está completamente coberto de pedaços de chiclete mastigados.
A mania começou nos anos 1990, lançada pelos frequentadores entediados que aguardavam na fila para entrar em um teatro próximo. Apesar de o governo ter tentado higienizar o lugar, ele acabou virando uma obra colaborativa e até declarada atração turística. Bora então fazer fotos.
Ainda no waterfront, vale a pena observar de vários ângulos a baía que o envolve. Entre eles, do alto da roda-gigante, em um filme em 5K transmitido no cinema Wings Over Washington (que mostra as várias atrações do estado) ou ainda em um passeio de barco que sai do píer.
Pike Place Market
Seattle também é boa de boca. E se você não abre mão de ter uma boa experiência gastronômica ao viajar, não deixe de conhecer o Pike Place Market, que é uma festa de aromas e sabores. O mercado de comidas com vista para o mar está em operação desde 1907 e, até hoje, serve para o que veio ao mundo: conectar cidadãos e produtores locais.
Dá para encontrar um pouco de tudo por lá: desde uvas e maçãs frescas vendidas por agricultores de Washington até donuts e pratos gregos, tailandeses, japoneses e franceses. Mercearias vendem chás em prateleiras que vão do chão ao teto, bem como vinagres com ervas, queijos e produtos da África, Índia, Itália… Orégano grego, canelas da Indonésia e folhas de louro turcas estão entre os temperos exóticos que você pode comprar e incrementar o paladar.
O Pike Place Market conta com 200 estandes e não tem apenas comida, não. Flores e artesanato local também estão à venda por lá. Cintos de couro, casacos, esculturas de vidro e de metal, objetos para a casa feitos de cerâmica e belos quadros chamam a atenção até de olhos menos atentos.
Starbucks
Não deixe também de visitar o Starbucks do Pike Place Market, o mais simples do mundo. Lá você não vai encontrar sofás para passar horas papeando nem invenções como Pumpkin Latte ou Java Chip Frapuccino. No menu, há apenas cafés e espressos.
Apesar disso, o lugar vive lotado. É que todo mundo quer pisar no primeiro Starbucks do mundo, aberto em 1971. Vença a multidão que olha a loja feito templo e repare na placa original, com o primeiro logotipo de medusa.
Apesar da aura que paira sobre o endereço pioneiro, o lugar ideal para provar cafés na cidade está nove quadras adiante, direto da fonte. No caso, a fábrica onde os cafés Starbucks Reserve são torrados e embalados antes de serem enviados para todo o mundo. Fale com um mestre de torrefação da empresa, veja os cafés sendo assados e aprecie uma xícara com uns petiscos na única sala de degustação da marca no mundo.
Museum of Pop Culture
Seattle é boa de ser degustada, mas melhor ainda de ser ouvida. Afinal, Pearl Jam, Foo Fighters, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e Alice in Chains têm mais que a música em comum: são bandas e artistas nascidos por lá. Então, é inevitável que a região exportadora do rock e do grunge ganhasse uma casa para contar essa história.
No Museum of Pop Culture, uma estrutura espelhada maluca criada pelo arquiteto Frank Gehry, todo mundo pode ver itens valiosos dos músicos e se divertir com as exposições interativas.
Roupas, esboços de canções, discos autografados, fotos e vídeos, especialmente dos integrantes do Nirvana e de Jimi Hendrix, ocupam uma boa parte do museu. Entre um objeto e outro, fones para ouvir as canções ganham espaço no templo da música.
Uma das áreas mais bacanas é o Sound Lab, com estúdios profissionais. Tem guitarra elétrica, bateria, órgão, baixo e até mesa de DJ. É só chegar e tocar. O salão conta até com espaços com vedação de som e um ambiente para quem deseja gravar suas músicas em um CD.
E como o nome é Museu da Cultura Pop, e não da música, o lugar também é repleto de artigos de filmes de ficção científica e de quadrinhos. O urso do filme Inteligência Artificial, os figurinos de O Mágico de Oz e até do Homem-Aranha podem ser vistos ao vivo por lá.
Aviação
Ainda no campo dos museus, seria uma decepção se a cidade onde nasceu a Boeing não tivesse um ilustre recinto dedicado à aviação. Seattle fez por merecer e é dona do melhor espaço do gênero nos Estados Unidos, o The Museum of Flight.
É fácil passar o dia inteiro por lá. Há centenas de aviões expostos em hangares e pátios, como as aeronaves civis da Boeing (um dos primeiros 747 é destaque), aviões militares da Segunda Guerra e o Concorde. O barato é que dá para entrar em várias aeronaves. Quando você teria a chance de conhecer o Air Force One e ver as poltronas onde sentaram Eisenhower, Kennedy e Nixon?
Além de aviões, estão expostos diversos veículos espaciais. Dá para ver reproduções de cápsulas que levaram os americanos ao espaço e satélites como o russo Sputnik-1, de 1957. Se você quiser ir além, pode comprar tours à parte para entrar em um simulador de voo, participar de uma aula de uma hora em uma cabine profissional ou visitar a fábrica da Boeing, vizinha do museu.
Amazon
Se o grunge e a Boeing colocaram Seattle no mapa do mundo, o que dizer então da Amazon, que nasceu por lá. A empresa de Jeff Bezos poderia até ter restringido a modernidade ao meio online, onde atua melhor, mas espalhou inovação na cidade ao abrir, na 7th Avenue, a loja mais tecnológica do mundo: a Amazon Go.
Uma vez lá dentro, o cliente simplesmente pega o que quer, coloca em uma sacola e vai embora. Sem passar por caixas, sem fila, nada disso. Sensores detectam quando um produto é retirado da prateleira e, a partir daí, o item vai para um carrinho virtual. Basta então o consumidor sair da loja para que o valor seja debitado em sua conta da Amazon.
A inovação proposta pela empresa em Seattle não termina por aí. Na mesma quadra, esferas transparentes repletas de árvores dão o ar da graça diante da sede da Amazon. São espaços de coworking e estufas ao mesmo tempo, que abrigam 40 mil plantas apenas para que a natureza inspire os empregados.
Atualizada em: 16/06/2023