Estação de esqui de Jackson Hole, nos EUA, tem ares de Faroeste
Adobe Stock: Grand Tetons, Jackson Hole – Kevin CardenApesar de não ser tão famosa entre os brasileiros, Jackson Hole no Wyoming, é famosa por ter a neve de melhor qualidade nas Américas – tão fina que, ao pegar um punhado do chão, ela se desfaz quase como talco nas mãos. Além disso, a alta tecnologia na produção artificial de neve, que garante sempre condições ideais independentemente do clima, e a manutenção constante – toda noite, os snowcats, que são tratores especiais, dão um trato nas pistas, deixando-as perfeitas para o dia seguinte – entregam a Jackson Hole Mountain Resort muitas atrações para quem deseja esquiar nos Estados Unidos.
Ao todo, o complexo conta com 133 pistas para todos os níveis de esquiadores ou praticantes de snowboard, além de bares, restaurantes e uma loja de artigos esportivos onde se compra ou aluga equipamentos. Quem quiser também pode fazer aulas de esqui por lá, com instrutores que falam português ou espanhol.
Preservação ambiental
Quase todo o vale de Jackson fica em áreas de preservação ambiental, protegido pelo Parque Nacional de Grand Teton e pelo Parque Nacional de Yellowstone, o mais famoso dos arredores.
O local abriga a charmosa Teton Village, pequena cidade onde fica o Jackson Hole Mountain Resort, principal complexo de esqui da região, e Jackson, cidade maior, que também conta com uma pequena estação, a Snow King, mais usada por esquiadores experientes e, veja só: onde se pode deslizar encosta abaixo sobre boias – que, ali, são bem radicais, diga-se de passagem.
É no circuito entre essas duas cidades que estão os principais hotéis e restaurantes do pedaço.
Jackson é toda em estilo country, com suas casas de madeira e ruas estreitas, no maior estilo Velho Oeste, por onde desfilam picapes enormes. Não faltam bares no estilo saloon, com shows ao vivo de música country e blues.
A cidade ainda abriga lojas e galerias charmosas, onde se compra de tudo: joias, bijus, objetos de decoração e roupas no estilo bang-bang, de botas de couro bordadas artesanalmente a cintos e chapéus de cowboys, além de camisas xadrez de flanela macia.
Atrações além do esqui
Mesmo para quem não vai esquiar, a região de Jackson Hole é repleta de atrações. Vale a pena, por exemplo, visitar o Jackson Hole Mountain Resort e pegar o Aerial Tram, um dos cartões-postais da cidade, até o topo da montanha Rendez-vouz, a 3.185 metros acima do nível do mar.
Trata-se de um teleférico gigante, capaz de transportar até cem pessoas (por isso, ele é carinhosamente apelidado de Big Red). Além de desfrutar da excepcional vista para todo o vale, é imprescindível comer um waffle no Corbet’s Cabin, que, se não é o melhor da América, é o servido em maior altitude…
Outras atividades incluem passeios de snowmobile, aquelas motos de neve, ou ainda em fat bikes, espécies de mountain bikes com pneus bem largos para a neve. Vale a pena também conhecer o Elks Refuge, a cerca de 15 minutos de carro de Jackson. A reserva oferece passeios em snowcoaches, que são SUVs adaptados para a neve, em meio a milhares de alces.
Verão
O estado de Wyoming está para os EUA como Minas Gerais está para o Brasil: é lindo, mas fica bem longe do mar. Por isso, todo mundo se surpreende ao descobrir que uma das atividades mais praticadas por lá durante o verão é o surfe.
Ocorre que, por ser abastecido pelas abundantes águas de degelo, o Rio Snake tem altas corredeiras. Em um ponto específico, por conta de pedras no leito, forma uma grande onda, na qual o “surfista” se equilibra e faz até manobras.
Ao contrário do que acontece no mar, o que se move é a água sob a prancha. É como aqueles simuladores de surfe de parques aquáticos, só que natural e mais radical.
Lá também se pratica rafting, caiaque e pesca esportiva. Nos meses mais quentes, Jackson Hole fica toda verdinha e é frequentada pelos amantes de esportes outdoor, como trekking ou mountain bike, e por quem apenas quer estar em meio à natureza e à vida selvagem – para não falar do imenso fluxo de turistas atraídos pelo Parque Nacional de Yellowstone.
Caso queira explorar a região neste período, é indicado estar sempre acompanhado de guias profissionais. Afinal, na primavera e no verão os ursos estão bem acordados.
Yellowstone
Estações de esqui à parte, o Parque Nacional de Yellowstone é outro grande motivo para visitar Jackson Hole. Criado em 1872 por uma lei federal inspirada pelas belíssimas imagens do local capturadas um ano antes por William Henry Jackson, fotógrafo oficial da expedição geográfica e geológica de Hayden, é a primeira área de preservação ambiental das Américas.
Foi batizado assim por causa da presença de enxofre nas rochas, o que as deixava com coloração amarelada (yellow stone significa, justamente, rocha amarela). Reúne flora exuberante, com mais de mil espécies de plantas, e é lar de alces, bisões, lobos e raposas, além de ursos-cinzentos (que não podem ser avistados no inverno, pois estão hibernando) e outros animais silvestres.
O parque também é frequentado por observadores de pássaros, sendo a águia-americana e o falcão-peregrino suas aves mais características. Apesar de apresentar paisagens belas no inverno, quando suas montanhas e cânions estão cobertos de neve, costuma atrair mais pessoas no verão.
Uma característica única é que o parque está situado exatamente na área do vulcão de Yellowstone. Graças a isso, tem inúmeras fontes termais, como a belíssima Grande Fonte Prismática, de águas de um azul profundo e cristalino, que borbulham a mais de 200 ºC, e de bordas multicoloridas por conta da proliferação de microrganismos. Há também mais de 300 gêiseres, dentre os quais se destaca o Old Faithful, capaz de verter água fervente a mais de 30 metros de altura a cada 90 minutos.
Atualizada em: 16/06/2023